Entre a Fama e a Verdade - Timothée Chalamet

Capítulo 25

Sofie

Acordei com a campainha tocando. Ainda sonolenta, levantei, me perguntando quem poderia ser tão cedo. Vesti um roupão rapidamente e olhei para Timothée, que dormia tranquilamente na minha cama. Abri a porta e lá estava Petter. Eu havia esquecido completamente da nossa reunião naquela manhã.

Petter: — Por que você ainda está dormindo? 

Sofie: — Eu esqueci da reunião.

Ele entrou e se sentou no sofá, abrindo seu notebook.

Petter: — Você está péssima.

Ele começou a falar sobre as últimas vendas da minha marca, mencionando que tínhamos batido um novo recorde. Comemorei brevemente, mas logo ele começou a falar sobre meus próximos compromissos, minha agenda. Tudo isso foi interrompido pela voz de Timothée vindo do quarto.

Timothée: — Sofie, volta pra cama!

Petter olhou para mim desconfiado.

Petter: — Quem é?

Meu coração disparou. Mesmo que o contrato tivesse acabado, sabia que Petter não aprovaria isso.

Sofie: — Não é ninguém...

Mas Timothée, sendo o idiota que é, apareceu na sala só de cueca.

Timothée: — Por que você não tá na...... cama?

Ele viu Petter e pediu desculpas, voltando para o quarto. Petter olhou sério para mim, e eu sabia que tinha que me explicar.

Petter: — Desde quando isso está acontecendo?

Sofie: — Foi a primeira vez.

Menti, claro. Petter jamais poderia saber que isso já tinha acontecido antes, muito menos quando ainda estávamos em contrato.

Petter: — Você sabe como o Timothée é. Isso pode complicar a sua vida, é uma loucura.

Sofie: — É só sexo, Petter. Não é nada demais.

Petter: — Com o Dylan você disse a mesma coisa. E depois estava presa em um relacionamento tóxico. Quando terminaram, você estava acabada.

Aquelas palavras me feriram.

Sofie: — Não é a mesma coisa. Timothée não é o Dylan e eu não sou mais a mesma boba de antes.

Petter: — Timothée pode ser pior que o Dylan, e você sabe disso. Até alguns meses atrás, ele nem lembrava da sua existência.

A raiva começou a crescer dentro de mim.

Sofie: — Você não pode mandar nos meus relacionamentos, nem em com quem eu transo. Você é apenas meu assessor. Cuide dos meus negócios, mas não da minha vida pessoal.

Petter: — Ok, se é assim que você quer.  Não venha chorando para mim depois, porque eu te avisei.

Ele largou uma folha na mesa de centro.

Petter: — Sua agenda está aí. Estou indo embora.

Antes de sair, ele olhou para mim uma última vez.

Petter: — Boa sorte, Sofie...

Assim que ele saiu, o ódio tomou conta de mim. Peguei um porta-retratos e joguei contra a parede, gritando de raiva. Timothée veio até mim.

Timothée

Eu estava no quarto, mas dava para ouvir toda a discussão entre Sofie e Petter. Sabia que isso traria problemas para mim também, especialmente quando o Brian soubesse. Mas o que eu queria mesmo era invadir a sala e dizer que o Petter não me conhecia o suficiente para falar aquelas coisas. Ok, ele não estava errado quando disse que eu não lembrava da Sofie antes do nosso contrato, mas desde a primeira vez que ficamos, tudo mudou.

Quando ele saiu, fui até a sala. Sofie estava surtada de raiva. Comentei que tinha ouvido tudo, e ela me olhou com os olhos lagrimejando. Nunca a tinha visto chorar antes, e aquilo me machucou. Me aproximei dela a abraçando.

Sofie: — Eu odeio quando as pessoas tentam mandar na minha vida.

Eu tentava acalmá-la, mas então ela me soltou e me olhou, falando que aquilo era minha culpa. Fiquei confuso.

Sofie: — Se você não tivesse entrado na minha vida, eu não estaria tão confusa... tão maluca... tão..... 

Ela ficou em silêncio depois disso, e eu não sabia o que pensar ou sentir. Só consegui me desculpar.

Timothée:  — Sofie, me desculpa...

Timothée: — Eu nunca faria com você o que o Dylan fez. Jamais te machucaria daquela forma.

Sofie: — Eu estou comprando brigas com muitas pessoas importantes na minha vida por sua causa... - Minha mãe, o Petter, e o Tom, todos são contra a gente se envolver, e mesmo assim eu não consigo evitar.

Aquelas palavras me machucaram.

Timothée: — Se você quiser, eu me afasto. Não quero causar mais problemas para você.

Sofie: — Você não entende. O que eu quero é continuar. Quero ver até onde isso nos leva.

Eu não sabia o que ela queria dizer com isso. Ela queria namorar? Será que era isso que ela queria dizer? Me perguntava mentalmente até que ela se aproximou. 

Sofie: — A gente pode continuar ficando? Vendo até onde isso nos leva? Só sexo, Timothée, só sexo. Sem crises de ciúmes, sem surtos, apenas sexo, quando sentirmos vontade, sem estragar nossa amizade...

Ela ficou em silencio por um tempo, depois continuou...

Sofie: —Eu consigo transar com você sem me envolver... Todos eles estão errados. 

Notei que ela queria continuar ficando comigo apenas para provar aos outros que conseguia se envolver sem se apaixonar.

Timothée: — Ok. Vamos continuar. Só sexo, sem crises de ciúmes, sem surtos.

Ela sorriu, aliviada, mas no fundo, eu sabia que essa situação era mais complicada do que parecia. Eu estava decidido a provar a todos e a mim mesmo que poderia lidar com isso. E, acima de tudo, não queria a machucar.

Sabia que a relação entre mim e Sofie era tóxica. E, para ser honesto, eu sabia que grande parte dessa toxicidade vinha de mim. Me perguntava se um dia conseguiria ter com Sofie o que tinha com Jayde: apenas sexo sem compromisso. Seria difícil, porque, por mais que tentássemos negar, ambos sentíamos algo a mais. Mas, mesmo que quiséssemos, sabíamos que nunca daríamos certo em um relacionamento sério. Isso era o máximo que poderíamos ter.

Respirei fundo e dei um beijo nela. Ela tentou quebrar o clima tenso que ainda pairava sobre nós.

Sofie: — Vou preparar um café para nós.

Timothée: — Não, deixa que eu vou buscar na padaria.

Ela sorriu e sugeriu que fôssemos juntos.

Sofie: — Poderíamos ir juntos a uma padaria e tomar café lá.

Olhei para ela, ainda rindo, mas sabendo que não era uma boa ideia.

Timothée: — Melhor não. Os paparazzis e tudo mais. Traria mais problemas para nós nesse momento.

Ela assentiu, entendendo. Vesti-me rapidamente e fui sozinho até a padaria, enquanto ela me esperava em casa.

Enquanto caminhava, pensei sobre tudo que estava acontecendo. Sabia que seria difícil manter essa relação sem compromisso, mas não queria perder Sofie. Ao mesmo tempo, não queria que ela sofresse.