O Novo começo

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*Há um mês e meio atrás*

Clara sentia-se inquieta naquela noite, incapaz de focar em seus estudos. Decidiu então fazer o que sempre a ajudava a clarear a mente: um passeio à beira-mar. A brisa noturna, o som das ondas e o céu estrelado eram um bálsamo para sua alma.
Enquanto caminhava pela areia fria, Clara parou e olhou para o horizonte. A imensidão do oceano sempre a fazia sentir-se pequena, mas de um jeito reconfortante. Era como se o mar pudesse absorver todas as suas preocupações. Ela fechou os olhos por um momento, respirando profundamente, e então ouviu uma voz suave e amigável ao seu lado.

- Noites como essa fazem a gente se sentir parte de algo maior, não é? -

disse o homem, olhando para o mar com um sorriso sereno.

Clara abriu os olhos e viu um homem de aparência tranquila, com um olhar que parecia compreender a profundidade de seus pensamentos.

- Sim, é como se o mar pudesse carregar nossos pensamentos para longe -

Respondeu Clara, sentindo-se inesperadamente à vontade.

A conversa fluiu naturalmente. Eles falaram sobre a beleza do oceano à noite, sobre como o som das ondas era quase hipnótico. O homem comentou como ele também gostava de caminhar na praia para refletir sobre a vida, o que fez Clara se abrir um pouco mais.

- É engraçado como, mesmo quando estamos sozinhos, podemos encontrar alguém que compartilha dos mesmos hábitos e pensamentos -

Disse ele, olhando para Clara com um brilho enigmático nos olhos.

- É verdade -

Clara concordou, sentindo uma conexão inesperada com aquele estranho.

O homem mencionou algo sobre as escolhas que moldam nosso destino, o que deixou Clara intrigada. A conversa, embora simples, parecia carregar um significado mais profundo. Quando o tempo passou e a noite ficou mais fria, o homem se despediu.

- Foi um prazer falar com você. Quem sabe nos encontramos novamente -

Disse ele, com uma expressão que Clara não conseguiu decifrar totalmente. Ela acenou com a cabeça, ainda absorvendo a conversa. Ela ficou ali por mais alguns minutos, refletindo sobre a conversa enigmática e o homem que parecia entender suas inquietações. Havia algo em sua presença que a deixava curiosa e levemente desconcertada.

*Gabriel à três anos atrás*

Gabriel já estava na cidade que se mudou há  dois anos e estava se acostumando com a nova rotina. Em uma tarde quente, decidiu visitar uma sorveteria local para se refrescar. A sorveteria, com suas cores vivas e uma variedade de sabores, estava cheia de famílias e grupos de amigos desfrutando o clima quente.

Ele estava em uma mesa mais reservada, saboreando um sundae de chocolate e observando o movimento ao seu redor. Ele estava imerso em seus pensamentos quando a porta da sorveteria se abriu com um tilintar e Uma moça entrou, visivelmente agitada e falando ao telefone.

“Eu sei, eu sei, mas eu realmente não posso inventar um namorado. Sério, você acha que eu só posso criar um como se fosse uma peça de roupa?”

Ela desligou e olhou ao redor, claramente estressada. Seus olhos encontraram Gabriel, que estava sozinho em uma mesa mais reservada do estabelecimento. Com um suspiro de alívio, ela se aproximou, tentando parecer o mais descontraída possível.

Entrelaçados pelo DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora