Resistindo a você

Emma

Acordei no hospital, o cheiro estéril de antisséptico enchendo minhas narinas. Tudo estava embaçado, meus sentidos turvos. Senti uma fraqueza profunda, como se cada célula do meu corpo estivesse exausta. Abri os olhos lentamente, tentando ajustar minha visão à luz suave do quarto. Ouvi vozes distantes, mas reconheci uma imediatamente: Alexander.

__ Emma, graças a Deus você acordou __ ele disse, sua voz carregada de alívio e preocupação.

Virei minha cabeça lentamente em sua direção, cada movimento era uma batalha contra a dor e a fraqueza. Lá estava ele, sentado ao lado da minha cama, os olhos fixos em mim com uma intensidade que me fez querer desviar o olhar.

__ Não quero saber de você, Alexander __  sussurrei, minha voz mal conseguindo formar as palavras.

__ Emma, por favor, me escuta. Eu preciso te explicar __ ele implorou, tentando pegar minha mão, mas eu a afastei com o pouco de força que tinha.

__ Eu vi o suficiente. Aquilo que vi... foi o suficiente,__ falei, cada palavra uma luta. __ Tudo está acabado entre nós.

Vi a dor atravessar seu rosto, mas mantive minha decisão firme. Eu não podia voltar atrás. Não depois do que tinha acontecido.

__ Emma, por favor, foi um mal-entendido. Francesca me beijou à força. Eu nunca faria isso com você__  ele disse, a voz quebrada pela emoção.

__ Chega, Alexander. Não quero mais ouvir nada __ cortei, fechando os olhos para bloquear tanto a dor física quanto a emocional. __ Vou pedir demissão. Não posso continuar assim.

A sala ficou em silêncio, o peso de minhas palavras pairando no ar. Eu sabia que ele não desistiria facilmente, mas eu precisava me afastar para me curar, tanto do acidente quanto do que havia acontecido entre nós.

Enquanto Alexander ficava lá, tentando encontrar mais palavras para me convencer, tudo o que eu conseguia pensar era que precisava de distância e tempo para me recompor. Eu não sabia o que o futuro reservava, mas uma coisa era certa: não podia mais continuar daquele jeito.