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Dou risada ao ver meu pai sentado no cantinho da padaria, ele acha que minha mãe não sabe que bebe café todo dia.
Olho para o celular e suspiro, acabei de sair de um plantão e irei dormir nas próximas dez horas. Ser médico é tudo que sempre quis, desde criança era fascinado em abrir os bichinhos. Ficava curioso quando minha mãe abria os frangos e os picava, a forma como ela afiava a faca me deixava curioso.
Quando tinha dez anos um passarinho morreu e caiu no quintal, eu peguei uma das facas de minha mãe e o abri com cuidado. Tirei órgão por órgão, ao lado do livro que havia pegado na biblioteca. Meu pai quando viu sentou ao meu lado e questionou porque fiz aquilo, então contei que queria saber como funcionava e ver como era os órgão por dentro.
Ele apenas sorriu e no dia seguinte apareceu com duas cartelas de ovos, um quite de bisturis e um livro de medicina. Ainda me lembro das palavras dele naquele dia.
"Um médico, não pode tremer. Um médico não tem vícios, não se auto medica. Um médico não salva vidas, ele adia a morte"
E a partir daquele dia, eu treinava todos os dias. Passava horas tirando a casca dos sem furar a película, que protege a gema e clara. Minha mãe ficava louca, sem saber o que fazer com aquele como ela dizia "ovos pelados"
Meus irmãos, cada um tem um talento. Felipe sempre amou carros, por ser o mais velho ele é mais bruto, se tornou mecânico e dos bons. Coitada da Lilian que o atura desde o ensino médio, um amor de filme. Tiveram dois filhos, Gustavo e Danilo.
Kaleu demorou para amar alguém, mas ele achou a sua Flor, literalmente. Eles tem a Sofia e mais os pestinhas dos gêmeos.
E eu sou o casula, não sou um lobo solitário. Apenas não tive meu coração agarrado por uma pessoa, não sou puto. Sei me relacionar sem machucar ninguém, até porque se eu o fizer. Dona Isabel me esfola vivo, ela domou meu pai que era delegado. Delegado!
- Bom dia, quero o de sempre.
- Bom dia menino, Pedro - essa padaria é a mais antiga do bairro, do mesmo dono.
- Ele chegou tem muito tempo? - o padeiro deu risada e negou - A dona Isabel ainda vai desviver meu pai - demos risada e olhei pra ele - Bom dia pai.
- Cale a boca, Pedro! - disse sem me olhar ainda lendo o jornal - Deveria estar em casa dormindo, o que faz aqui?
Tão doce meu velho.
- Não posso tomar café com meus pais?
- Você quer é dengo da sua mãe, e não quer cozinhar - se levantou trazendo o copo que tomava café - Está tudo bem?
- Sim, onde está Kaleu? Ele está fugindo da consulta de rotina e Felipe das vacinas - peguei meu pedido e paguei, meu pai pagou seu café e comprou uma garrafa de chá mate - O senhor sabe que não pode com cafeína, pai!
- Bobagem, me deixe quieto garoto. E seus irmãos tem esposas, ligue para elas.
Deu de ombros e dei risada e caminhamos até em casa, eu amo esse bairro, comprei um apartamento perto do hospital mas esse também quase não uso. Pois agora sou chefe da clínica da família, proeza do meu sobrinho que o comprou para simplesmente ser atendido sem nem abrir ficha. Já que sua esposa está grávida, outra que vai ser santificada.
- Como estão as coisas na clínica?
- Bem, ainda estou ajustando algumas coisas. Preciso de uma equipe de enfermagem para o turno da noite, e Danilo deu a ideia de ampliação.
- Para quê? A clínica tem de tudo - entramos na rua de casa e vemos o carro de Kaleu ser colocado pra fora, e logo Sofia desceu dele sorrindo.
- Vovô! - dei risada, mesmo com 19 anos ela ainda se parece com uma criança, correu e abraçou meu pai. Nunca vi mais grude que esse dois - Bom dia, bença.
- Bom dia, Deus abençoe. Onde vai a essa hora?
- Deus abençoe querida - beijei sua testa, apertando sua bochecha.
- Irei tomar café na casa do Breno! - gargalhei quando meu pai fez careta.
- Esse garoto ainda respira?
- Vovô, Gustavo já bateu nele. Aquele energúmeno! - neguei com a cabeça, eles transaram. E na época não podíamos fazer muita coisa, mas Gustavo deu um cartão de visitas caso ele não cuidasse da prima.
Meu pai dei uma arma pra ele, minha mãe e cunhada surtaram. Dizendo que era perigoso, eu dei risada, ele não precisa de uma arma para ser perigoso. O fato dele respirar já é suficiente, mas isso não é problema meu. Talita está aí pra isso, e por vezes penso que ela não gosta de nós.
Somos uma família tradicional e respeitada, mas ela sempre revira os olhos em deboche quando falo isso.
Entrei em casa, deixei as coisas na mesa e abracei minha mãe.
- Oi meu amorzinho da mamãe - beijei seu cabelo - Vá dormir está parecendo um zumbi.
- Farei isso, pode avisar a Flor e Lilian para elas levarem meus irmãos na clínica?
- Falo sim, vai dormir dez horas?
- Por favor e sim mãe já comi na padaria com o pai, te amo mãe.
- Amo você querido - subi as escadas e sorri ao ouvir ela brigar com meu pai - Não venha querer me enganar, velho sem vergonha bebendo café!
Logo veio a risada do meu pai e a dela junto, eca! Não quero nem pensar que meus pais fazem sexo, tomei um banho me deitei pelado mesmo na minha cama quentinha, sentindo o sono me levar.
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