𝟑. 𝑹𝒆𝒔𝒑𝒊𝒓𝒂𝒄̧𝒂̃𝒐

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𝐉𝐨𝐚̃𝐨 𝐕𝐢𝐭𝐨𝐫 𝐑𝐨𝐦𝐚𝐧𝐢𝐚 𝐁𝐚𝐥𝐛𝐢𝐧𝐨- 𝗉𝗈𝗂𝗇𝗍 𝗈𝖿 𝗏𝗂𝖾𝗐

Eu estava trancado no quarto, chorando muito. Minhas mãos não paravam de tremer, as coisas pareciam ter perdido total sentido, minha única solução seria....

Giovana.

*ligação on*

- Gi?
Minha voz trêmula, chama seu nome.

- João? O que aconteceu? 'Tá tudo bem?

- Eu preciso de você.
Falo com um nó imenso na garganta; Os soluços se tornaram maiores.

- Eu 'to indo aí, aguenta firme.

*ligação off*

Ouço o celular desligar, apenas me encolho em um canto tentando controlar minha respiração.

———

𝐏𝐞𝐝𝐫𝐨 𝐀𝐮𝐠𝐮𝐬𝐭𝐨 𝐓𝐨́𝐟𝐚𝐧𝐢 𝐅𝐞𝐫𝐧𝐚𝐧𝐝𝐞𝐬 𝐏𝐚𝐥𝐡𝐚𝐫𝐞𝐬- 𝖯𝗈𝗂𝗇𝗍 𝗈𝖿 𝗏𝗂𝖾𝗐

Logo após João sair, suspiro, pensando na merda que eu tinha feito.
O que eu ia fazer?...

Maria luísa! A praga que sempre me salva.

Como sei que ela estava em casa, ligo pra mesma, em "leve" (entre muitas aspas) desespero.

*ligação on*

- Malu?
Falo pouco mais baixo que o normal e com a voz saindo meio trêmula, como uma criança indo contar a merda que fez na escola aos pais; indo pra um cômodo que lá de cima não daria pra ouvir o que eu digo.

- OIIE BRITTANY MEU AMOOR - Fala praticamente berrando, como sempre quando me ligava e vice-versa.
Afasto o telefone de minha orelha, rindo fraco, por mais que ainda inseguro com o xingão que iria levar em poucos segundos.

- Malu, ei, é sério.

- Ai meu deus, o que aconteceu? vocês brigaram? Sua voz tá trêmula, quer que eu vá aí?- Fala agora preocupada.

- Calma, mãe, a gente não brigou, mas pelo jeito que a gente tá é tipo isso...

- Desenrola, Augusto!

- João chamou a Chicória de filha e eu tive a brilhante ideia de perguntar se ele queria ter filhos um dia, o resultado é que ele tá lá em cima trancado no quarto provavelmente desabando de chorar e eu to em desespero sem saber o que fazer por que perguntei na inocência. Puta que pariu, o que eu faço? - Solto tudo de uma vez, rápido, ficando cada vez mais nervoso. Sentia meu coração praticamente pular pela boca e minhas mãos suarem.

De repente, escuto um choro alto lá de cima. Largo o celular sem pensar duas vezes e subo as escadas correndo; em seguida, batendo na porta.

- João.
Bato na porta duas vezes, mas ele não responde.

- Meu amor, ei, sou eu.
Ouço um resmungo e decido abrir a porta com a chave extra, revelando uma imagem de um João completamente destruído no canto.

- Ei, olha aqui 'pra mim, ei.
Levo minhas duas mãos em seu rosto, fazendo-o olhar para mim.

- Me perdoa, eu não sabia que isso ia te afetar assim.
Seco suas lágrimas com o polegar, mas não adianta, elas continuam descendo desesperadamente.

Me agacho em sua frente.

- Ei, Cachinhos de ouro, eu posso te abraçar?
Ele não me responde, só se joga com força no meu colo completamente frágil, com o choro aumentando.
O seguro com calma e me sento com ele no colo, encostando as costas na parede. Faço carinho em suas costas; subindo ao cabelo, o fazendo cafuné pois sei que o acalma. Também sussurrando palavras de conforto.

- Eu to aqui, okay? Eu estou aqui contigo a tudo que precisar.
Pode chorar a vontade, meu bem. Solta tudo.

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Poucos minutos se passam e vejo seu corpo acalmar um pouco, por mais que ainda com a respiração desregulada. Decido fazer com ele a técnica de respiração que aprendi com minha mãe; O que funciona.

Ficamos assim alguns minutos; com o rosto dele na curvatura de meu pescoço, agarrado em mim e eu fazendo carinho em seus cabelos e costas, sussurrando coisas que o acalmariam e tirariam sorrisos do mesmo.

- Quer falar sobre isso, meu bem?
Ele rapidamente faz que não com a cabeça, eu concordo e continuo os carinhos. Logo levanto com ele no colo com cuidado, o colocando sob o colchão e o cobrindo, deitando ao seu lado.

Escuto a campainha tocar.

𝟓 𝒎𝒐𝒕𝒊𝒗𝒐𝒔 𝒑𝒂𝒓𝒂 𝒕𝒆 𝒂𝒎𝒂𝒓- 𝖺𝗎 𝗉𝖾𝗃𝖺̃𝗈Onde histórias criam vida. Descubra agora