A Dança dos dragões

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Lucerys não sabia o que estava acontecendo, seus olhos estavam vendados e só podia escutar o barulho das espadas se chocando e de ambos os irmãos ofegantes, como em uma dança, uma dança de dragões.

Por fim escutou o gemido de um deles, quando enfim umas das espadas encontrou seu alvo, rasgando a carne do seu adversário. Depois disso, restou apenas o silêncio.

— Aemond? — Chamou Lucerys. Porém não obteve nenhuma resposta.

O coração de Lucerys batia descontroladamente, o pavor tomou conta de seu corpo o fazendo tremer no lugar onde estava, e ele chamou por Aemond novamente sem obter resposta.

— Para você, "irmão", a morte é sinal de misericórdia. Você merecia sofrer pelo que fez, traidor. — disse Aegon.

Nessa hora Lucerys entrou em desespero, sentia como se uma faca perfurasse seu coração. Ele sussurrava repetidamente "não, não, não " para si mesmo. As lágrimas já corriam de seus olhos, molhando a venda em seu rosto quando ouviu passos se aproximando.

Uma mão alcançou seu rosto, removendo à venda de seus olhos.

Lucerys piscou algumas vezes para se adaptar a claridade e conseguir enxergar. Quando sua visão se adaptou ao lugar ele viu um olhar violeta em sua frente.

É de conhecimento geral que todo Targaryen, de linhagem pura, possui os olhos violeta. Mas aquele olhar ele jamais confundiria com nenhum outro. Aquele olhar ele reconheceria em qualquer lugar. Aquele era o seu olhar violeta.

— Por que está chorando, meu Lord Strong? — Disse Aemond em um tom provocativo, limpando as lágrimas que escorriam pelo rosto de seu pequeno Velaryon. — Você não vai se livrar de mim assim tão fácil. Ou por acaso você acha que não vou permitir que sua visão se cumpra. Sabe, Eu não gostaria de faltar no meu próprio casamento.

Luke ri das palavras de Aemond, como não rir dessa provocação? Ele se joga nos braços de Aemond, sem se importar que ainda estava com as mãos amarradas.
— Eu pensei que você tinha... que você tinha.... Você não respondeu...
 Shihh, eu sei. Desculpe por isso. Mas eu estou bem, estou aqui e não pretendo ir a nenhum outro lugar.

Aemond desamarra as mãos de Lucerys e o ajuda a levantar. Ambos caminham em direção a Aegon que continua caído no chão com uma ferida aberta em seu abdômen. Sua boca estava cheia de sangue e ele respirava com dificuldade, mas ainda estava vivo.

Aemond olha para seu irmão caído.
— Eu não sei como você achou que poderia ganhar de mim. Você ainda está machucado da sua última batalha, seu corpo ainda não se recuperou das queimaduras. Não que você tivesse alguma chance, mesmo se estivesse em plena forma, irmão.

Todos sabiam que Aemond sempre foi muito melhor que Aegon no quesito luta. Ele era mais alto, mais forte, mais ágil e habilidoso com a espada. E agora, o corpo de Aegon, estava machucado, sua carne queimada e sua força reduzida. Só mesmo um idiota poderia perder para ele nesse estado.

— Como disse antes, irmão? Para você a morte é sinal de misericórdia. Então eu espero que sofra, até que ela chegue a você.

Aemond tomou a mão de Lucerys e o conduziu para fora da sala do trono.

— Precisamos encontrar Joffrey e Dearon. Disse Lucerys.
— Vamos encontrá-los!

Foram até o corredor em que haviam se separado, onde encontram os corpos de ambos os irmãos, Arryk e Erryk. Se aproximaram do corpo de Sor Erryk, o qual ainda estava respirando.

— Sor Erryk. — Exclamou Lucerys ao ver o mesmo ainda vivo, porém quase sem consegui respirar.
— Meu príncipe! — Disse Erryk com muita dificuldade e engasgando com o próprio sangue. — A prisão... eles foram... levados ... para a prisão...
— Sor Erryk...
— Foi um... prazer servi-lo... meu príncipe.

Após essas palavras Sor Erryk não conseguiu mais resistir e sucumbiu. Lucerys encara o corpo do guarda já sem vida. Seus olhos estavam vidrados, porém o garoto pode ver uma última lágrima escorrer.

Eles deixar o corpo de Sor Erryk e correram para onde ficavam as prisões do castelo.

Na sala do trono Aegon tentava se levantar, com o pouco de força que ainda tinha. A dor que sentia era insuportável, mas a sua raiva era ainda maior.

Ele conseguiu se virar de bruços, e com a ajuda de suas mãos se arrastava pelo chão, em direção a saída. Ele precisava a todo custo chegar até Sunfyre, mesmo que fosse a última coisa que conseguisse fazer.

Quando estava chegando perto da saída, vê sua mãe e seu avô correndo em sua direção.

— O meus deuses, Aegon, o que aconteceu? — Perguntou Alicent para o filho que se arrastava, coberto de sangue.
— Onde está Aemond? — Interroga Otto. — O onde ele está?
— Me levem até Sunfyre. — Era tudo que Aegon conseguia dizer.
— Mas meu filho, você...
— ME LEVEM ATÉ SUNFYRE. — Gritou. — Eu preciso chegar até Sunfyre.
— Aegon, como você pretende montar em Sunfyre desse jeito?
— Me levem até Sunfyre, agora! É uma ordem. Me levem até ele agora ou ordenarei que arranquem suas cabeças.

Alicent olhou para seu pai, e o mesmo retribuiu seu olhar. Mas ambos não tiveram outra escolha se não carregar o rei até o fosso, onde estava seu dragão.

Final alternativo de Revange (fic Lucemond)Onde histórias criam vida. Descubra agora