Fogo e Sangue

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Dentro da sela, Dearon estava atordoado por conta do que havia acontecido. Em uma única noite havia enfrentado seu irmão, traído o rei e descobrira que o garoto, por quem se apaixonara nas últimas semanas, era Joffrey Velaryan, seu sobrinho.

Ele olhava para Joffrey que estava sentado ao seu lado sem conseguir olhá-lo nos olhos. Será que ele estava com medo dele? Ou medo de morrer na mão dos verdes?

Aquele garoto era bravo e corajoso, mas naquele momento parecia que toda sua bravura e coragem haviam passado. Vendo o garoto daquele jeito, tremendo e apavorado, ele só tinha vontade de abraçá-lo e protegê-lo. Esse sentimento era diferente do que sentia por Aegon. Aegon o atormentava, mas ele tinha o sentimento de proteger o seu rei, porém com Joffrey, ele desejava cuida-lo, fazê-lo se sentir em segurança, não por dever, mas por que ele queria. Olhar para Joffrey fazia cócegas em seu coração.

— Joffrey— chamou Dearon.
— Me desculpa - soltou Joffrey.
— O que?
— Me desculpa por mentir para você e te enganar. Mas eu não queria morrer e se você soubesse quem eu era...

Ao ouvir o garoto dizer que ele o materia, Dearon sentiu seu estômago revirar. O garoto não estava mentindo, ele realmente o mataria por lealdade a seu irmão. Mas agora, a ideia de tirar a vida de Joffrey lhe causou repulsa. Repulsa por quem ele era, de como ele era, do que tolerava e do que ele faria, em nome de seu irmão.

— Não precisa se desculpar, você não fez nada de errado. E eu sinto muito por você estar certo sobre mim.
— Você me odeia? —  Pergunto Joffrey.
— Porque você acha isso?
— Por que eu sou um dos blacks, sou seu inimigo.
— Joffrey, você tem medo de mim?
— Eu tenho medo de que você não goste de mim.
— Como é?
— Eu sei que te enganei, mas o que eu sinto é verdade. Eu amo você Dearon! Por favor, não me odeie.

Dearon não aguentou ouvir essas palavras e puxou Joffrey para um abraço.

— Se há uma pessoa nesse mundo, a qual eu não odeie, essa pessoa é você. Obrigado por me mostrar o que é amor de verdade.

Ele afastou Joffrey para olhar seu rosto. Aqueles olhos marejados o encaravam com ternura e carinho. Ele sabia que eram aqueles olhos que ele queria ver pelo resto da sua vida.

Ele colocou suas mãos em cada lado do rosto de Joffrey, o puxando para perto do seu. Quando seus lábios estavam quase se tocando, ele para.

— Eu amo você, Joffrey Velaryon.  — E então o beijou.

O beijo foi suave, deixando o coração de Joffrey aquecido. Mas logo foi ficando mais intenso, mais profundo e cheio de sentimento.

Joffrey sentiu um arrepio por todo seu corpo, beijar Dearon era realmente bom. Cada vez mais eles sentiam necessidade um do outro. E ouvir aquelas palavras era maravilhoso. Seria perfeito, se o mundo não estivesse em guerra do lado fora.

Dearon se afastou de Joffrey.

— Joffrey, me perdoa pelo medo que eu fiz você sentir antes.
— Não importa mais, já é passado.

O sorriso de Joffrey era tão contagiante que Dearon não pode deixar de sorrir também. Ele puxou Joffrey para seu colo e assim eles permaneceram, abraçados.

— Sabe - disse Joffrey. — Por mais que eu goste de ficar assim, acho que nós devíamos tentar sair daqui.
— E como fariamos isso?
— Eu não sei, mas não dá pra ficar aqui esperando que eles venham nos matar.

Nesse momento houve um barulho nas celas e logo surgiu a voz de Lucerys chamando por seu irmão.

— Joffrey? — Chama Lucerys.
— Luke? — O garoto grita em resposta.
— Joffrey cadê você?
— Aqui, estamos aqui!

Lucerys apareceu correndo na cela em que eles estavam, atrás dele vinha Aemond.

Aemond e Lucerys se deparam com uma sena inesperada. Joffrey como se fosse um gatinho no colo de Dearon, que o abraçava como se alguém quisesse o roubar dele.

— Vamos — Disse Aemond. — Não temos muito tempo. Precisamos sair daqui o mais rápido possível. Logo vão mandar os guardas atrás de nós.
— Como vamos sair todos daqui? — Perguntou Dearon.
— Voando. — Respondeu Lucerys. — Joffrey vem comigo em Vermithor.

Lucerys viu a cara que Dearon fez ao ouvir que teria que se separar de Joffrey e riu internamente.

— Ou ele pode ir com você. Não há problema algum.

Eles então saíram da prisão em direção ao pátio, onde estavam Cannibal, Vermithor e Vhagar. Quando chegaram, viram Tessarion pousando ao lado dos dragões.

— Tessarion. — Chamou Dearon — Aqui garota.

Dearon subiu o mais rápido que conseguiu, puxando Joffrey logo atrás. Quando ambos estavam seguros em cima da dragão ouviram as ordens de Lucerys.

— Vão para Harrenhal, Daemon está lá. Vão atrás dele!!
Soves, Tessarion — Gritou Dearon, ordenando a dragão que voasse. E mais que depressa a dragão obedeceu.

Foi só quando viram a dragão desaparecer de vista que Lucerys e Aemond montaram em seus dragões. Porém, antes que levantassem voo, viram Syrax, Moondancer e Grey Gosth aparecerem no céu.

— Mãe? —  Gritou Lucerys. — Porém ela não podia lhe ouvir por conta da distância.
— Luke. —  Chamou Aemond. — As balistes. Eles vão atirar nela.

Aemond mal havia terminado de falar quando ambos escutaram o rugido furioso de Sunfyre rompendo o céu.

— Como foi que ele conseguiu chegar até Sunfyre? —  Perguntou Lucerys aterrorizado.
— Eu não faço ideia. — Respondeu Aemond.

Lucerys sabia que se não fizesse nada esse seria o fim de sua mãe, então ordenou que seus dragões levantassem voo.

Soves, Vermithor. Soves, Cannibal!

Rhaenyra olha em direção ao rugido de Sunfyre e vê Aegon se aproximando. Ela não podia deixar que alguém se machucasse. Essa luta era dela.

Ela manda Baela e Rhaena procurarem por Luke, pois ela enfrentaria seu irmão sozinha.

Nesse momento se inicia uma batalha entre dragões. E no meio dessa batalha, casas, torres e muros eram destruídos pelo fogo. Rhaenyra se defendia contra as investidas de Aegon, porém esse estava descontrolado, e com ele o seu dragão.

Aegon viu a oportunidade perfeita para atacar quando Rhaenyra tentava fazer uma curva, e então gritou:

Dracarys, Sunfyre!

O dragão cuspiu fogo contra Rhaenyra, mas antes que a atingisse, Cannibal, por ordem de Lucerys, se choca contra Syrax a derrubando no chão, fazendo com que Rhaenyra fosse jogada para fora de sua cela.

Vendo Rhaenyra caída, indefesa no chão, Aegon ataca com Sunfyre.

Aegon estava certo de sua vitória, porém, nesse exato momento, Daemon chega em King's Landing com Caraxes, atacando Sunfyre por trás. O dragão ruge de dor e se vira, tentando escapar das presas de Caraxes.

Aemond investe contra Sunfyre com Vhagar, que abocanha o dragão em seu pescoço. Sunfyre é arrastado pelo céu, enquanto isso Caraxes arranca uma de suas asas, fazendo com que o dragão perca sua habilidade de voar.

Sem conseguir se manter no ar, Sunfyre cai, depositando seu peso em seu pescoço, que está entre os dentes de Vhagar.
Vhagar então aperta mais a sua mordida, quebrando o pescoço de Sunfyre e o arrancando fora.

Rhaenyra se levanta a tempo de ver Aegon sendo jogado no chão. Daemon, que já havia descido de seu dragão, arrasta Aegon até sua esposa, o fazendo ficar de joelhos.

— Acabou, Aegon. — disse Rhaenyra. — Você perdeu. Renda-se agora ou morra.
— Eu prefiro a morte, irmã. — Disse Aegon, com sangue escorrendo de sua cabeça.
— Então que assim seja. Syrax, Dracarys!

Aegon foi incendiado pelas chamas de Syrax, todos podiam escutar seus gritos de dor, até que seu corpo cai para o lado, carbonizado.

Final alternativo de Revange (fic Lucemond)Onde histórias criam vida. Descubra agora