O Conflito do Dragão

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Vermithor, com um rugido que ecoou pelo ar, pousou ao lado de Cannibal, que estava parado a poucos metros de Rhaenyra, que estava com o coração disparado, mal conseguindo acreditar no que via. Seus olhos se arregalaram ao ver a criatura colossal. Lucerys desse de sua cela.

— Mãe! — Exclamou Lucerys, correndo para abraçar Rhaenyra.
— Luke, meu filho! — Rhaenyra o apertou contra si, aliviada ao tê-lo em seus braços. — Graças aos Sete, você está vivo.
— Mãe, o que você está fazendo aqui? — Perguntou Lucerys, com os olhos cheios de lágrimas, a voz trêmula. — Não era para você ter vindo.
— Eu vim atrás de você e de seu irmão. Já perdi Jacaerys, não podia perdê-los também. Aliás, onde ele está?
— Você não entende, você iria morrer, eu vi a sua morte, eu vi Aegon matando você, eu vi. Eu...
— Tudo bem, Luke. — Interrompeu Rhaenyra ao ver seu filho quase engasgar em suas palavras. — Eu estou bem, estou viva e Aegon não.
— Eu não entendo.... Como? — Pergunta Luke confuso. — Como o futuro foi alterado, isso nunca aconteceu antes.
— Muitas coisas não aconteceram antes, meu filho, assim com Cannibal. E acredito que o fato de eu estar viva se deva a você. Você fez algo corajoso, uma coisa que nunca foi feita antes, algo que mudou o curso dos acontecimentos.
— Eu não tive escolha, se não o fazer. A outra opção era a morte.
— Então que bom que fez!

Rhaenyra apertou o filho contra si, demonstrando a imensa gratidão e orgulho que sentia por sua coragem fazer o impossível. Ela então se afasta para olhar o rosto de Lucerys.

— Luke, onde está seu irmão?
— Ele está bem, está com Dearon. Eu os enviei para Harrenhal para buscar o Daemon.
— Bem, Daemon está aqui, mas não vejo seu irmão. — Disse Rhaenyra, olhando para Daemon que se aproximava ao ouvir menção de seu nome. — Daemon, onde está Joffrey?
— Está com Dearon. Eu os enviei para Dragonstone para trazer as frotas Velaryon e nossos exércitos. Acredito que logo estarão aqui.

Rhaenyra relaxou os ombros, assentindo com um leve aceno de cabeça e deixando escapar um suspirou de alívio por saber que seu filho estava vivo e seguro.

— Fez bem, precisamos de toda nossa força, o trabalho ainda não terminou, a guerra ainda não foi vencida.

Aegon estava morto, mas seus aliados ainda estavam de pé. A cidade não havia sido tomada e Otto Hightower estava em algum lugar do castelo, pairando como uma ameaça, assim como Alicent.

Rhaenyra vira para Baela, que ainda permanecia montada em Moondancer

— Baela, você e Rhaena montem guarda nos portões atrás do castelo, ninguém entra e nem sai.
— Sim, Vossa Alteza. — Respondem as irmãs em uníssono, inclinando a cabeça em sinal de respeito. Com um bater de asas poderoso, ambos os dragões elevam-se aos céus.
— Daemon. — Chama Rhaenyra. — Traga-me Otto Hightower. Temos contas a acertar.
— Com prazer. — Responde ele indo em direção ao interior do castelo.

Com passos firmes, Rhaenyra caminha até o centro do pátio externo, onde normalmente eram realizados os treinos dos soldados. Com toda a força de seus pulmões, gritou o mais alto que pôde, para quem estivesse ouvindo, sua voz rasgando o ar e fazendo com que seu aviso ecoasse pelos muros do castelo.

— Seu rei está morto. Em breve as frotas Velaryon desembarcarão na Bahia e com eles, toda a força Targaryen e Dornesa. Vocês estão cercados por sete dragões e logo chegarão mais. Rendam-se agora, ou terão o mesmo destino de meu irmão.

Ela dirige-se até Luke.

— Luke, preciso que mande Cannibal cuidar o portão principal. Depois quero que vá as torres de vigia e destrua todas as balestras.
— Aemond. — Disse ela, dirigindo-se a seu irmão mais novo. — Vá com ele. Ainda há guardas leais a Aegon espalhados pela fortaleza.
Luke aproximou-se de Cannibal e transmitiu sua ordem. Em seguida, acompanhado por Aemond, dirigiu-se às torres. Vermithor, majestoso, os seguia de perto, cruzando o pátio.

Ao alcançarem a primeira torre, depararam-se com alguns guardas. Uns ousaram enfrentar Aemond e encontraram a morte no fio de sua espada, enquanto outros, arremessados por Lucerys, serviram de petisco para Vermithor. Aqueles que largaram suas espadas e foram levados até o pátio onde permaneceram sob a vigilância de Rhaenyra e sua dragão. Adentrando a ala onde se encontrava a balestra, empurraram-na pela janela, fazendo-a estilhaçar-se ao tocar o solo. Quando estavam prestes a deixar o local, Luke chamou Aemond.

— Aemond?

Aemond se vira para olhar para Lucerys.

— Aemond, me perdoe. Eu magoei você e eu sinto muito por isso.
— Luke, você não precisa...
— Preciso sim, preciso que me ouça.
— Tudo bem, então.
— É verdade, Daemon me pediu para atrair você para o nosso lado, para que pudéssemos contar com a força de Vhagar. Mas eu só aceitei esse plano porque realmente queria que você ficasse comigo. A ideia de um dia ter que lutar contra você era insuportável. Meus sentimentos sempre foram reais, sobre isso eu nunca menti. Não consigo lembrar de um dia em que eu não amasse você.

O coração de Aemond batia violentamente enquanto ele olhava para o pequeno Velaryon, que já estava prestes a chorar

— Diga alguma coisa. — suplicou Lucerys.
— O que você espera que eu diga? Que o que você fez não me magoou, ou que não doeu descobrir o seu plano e do Daemon? Bem, eu mentiria se disse isso. Você me machucou, Luke, e doeu pra caramba.

As lagrimas de Lucerys já escorriam em suas bochechas, que agora já estavam vermelhas, assim como seu nariz. Aemond, aproximando-se de Lucerys segurando seu rosto com as duas mãos.

— Mas sabe de uma coisa, meu príncipe? Eu sempre fui seu para você me machucar como quiser, seja um olhou ou o meu coração, faça como quiser. Eu fui um idiota por duvidar do seu amor, prometo nunca mais cometer esse erro.

Ele puxou Lucerys para um beijo intenso e apaixonado, fazendo com que novas lagrimas rolassem pelo rosto do garoto. Ele se afasta por um momento somente para tornar a beija-lo, mas dessa vez com ternura. Por fim eles afastam seus lábios um do outro. Em seguida, Aemond deposita um beijo suave na testa de Lucerys e limpa as lagrimas de seu rosto.

— Vamos. — Disse ele para o garoto que agora sorria. — Ainda temos mais algumas balestras para destruir.

Final alternativo de Revange (fic Lucemond)Onde histórias criam vida. Descubra agora