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Minha mãe sempre falou que eu era especial. Achava que só era uma brincadeira dela para falar sobre meu corpo e minha velocidade extraordinária. Seria bom se pelo menos algum menino me olhasse como se eu fosse uma pessoa normal e não um monstro, minhas amigas dizem que eu sou uma ótima pessoa, mas da pra ver que dou medo ao olhar nos olhos dela.

- Kim! Venha comer! - Minha mãe interrompe meus pensamentos que quase me faz cair da cadeira que estava sentada.

- Tá, mãe! Tô indo. - respondo logo depois de eu me recuperar.

Desço as escadas e vejo minha mãe sentada na cadeira com o mesmo rosto que sempre vi; sorrindo e alegre como se todos os dias fossem os melhores para ela, queria ter esse mesmo otimismo.

- Venha, filha. A comida tá uma delícia! - Diz a minha mãe com um sorriso no rosto.

- Claro que deve estar, sua comida é sempre a melhor! - Vejo seus olhos brilharem ao escutar, ela ama que falássemos bem da comida dela.

Minha casa é até que grande, dois andares, sala de jantar grande o suficiente pra caber uma mesa para 10 pessoas tranquilamente. Sala de estar com um sofá de 3 metros de comprimento. 2 quartos no andar de cima e um no andar de baixo. Nunca entendi o porquê de 3 quartos sendo que só mora eu e minha mãe na casa.

Me sento na cadeira ao lado da minha mãe e comemos, não conversamos sobre nada. Apenas deixando o barulho da rua conversar com o interior da casa.

Acabo de comer e vou direto pra pia colocar meus pratos, aproveito e lavo minhas coisas pra deixar pelo menos um pouco limpo. Ando de volta para meu quarto, aproveito e pego uma barra de chocolate de dentro da geladeira. Recebo uma mensagem.

Tris: Oi, Kim... Você sabe o que falar para o trabalho de amanhã?

Droga, o trabalho de Física. Sabia que isso ia me dar trabalho.

Eu: Oi, ainda não, mas vou aproveitar pra decorar agora. Obrigada por me lembrar.

Suspiro e vou resmungando até a porta do meu quarto, até que recebo outra mensagem.

Itadori: Eai, Kim! 'Cê' vai pra escola amanhã? Se sim, proveita e fala pro professor que irei faltar. Tenho o enterro amanhã.

Eu: Vou sim, pode deixar que eu aviso ele. Mas você sabe que amanhã tem trabalho de Física, né?

Itadori: Porra! Verdade... eu muito mal em Física, com 2 pontos...

Eu: E o trabalho vale 4. Acho que você vai ter que ir.

Itadori... Um menino que conheci quando nos esbarramos na escola numa corrida que estava rolando na aula de educação física. Ele foi o único que me tratou como normal, não que ele também seja, mas tá valendo. Melhor um amigo do que nenhum.

Itadori: Ahh! Que merda. bom, então. Eu vou amanhã.

Desligo o celular e vou direto pro computador escrever o roteiro do meu trabalho. Não posso levar nota baixa, se não minha mãe me mata! São 21 horas, dá pra estudar até umas 00:00 ou 00:30. 3 horas de estudo até que é uma boa. Espero que passe rápido.

Acordo em cima do computador, com o despertador estragando meu sono. "Que horas são?" penso. Pego meu celular e olho, são 8 da manhã! Eu tô atrasada!!

Me arrumo o mais rápido possível, passo um perfume e um desodorante pra não ficar fedendo que nem porco no colégio, pego minha mochila e saio correndo. Cerca de 5 minutos depois chego na escola, morta de cansada, sorte que moro perto da escola. Entro e tenho que esperar terminar a primeira aula, já que me atrasei. Quando chegou a segunda aula entrei e já fui confrontada pela Tris.

- Você já decorou o que vai falar??? - Fala ela um pouco desesperada e... droga, deixei o caderno com as anotações em casa por conta da correria.

- Olha, não vou mentir, eu não sei. Mas o trabalho tem coisas que eu já sei, então eu vou me sair bem, confie em mim. - Ela fica um pouco receosa, mas concorda.

Me sento no canto direito de trás da sala, olho pra esquerda e do meu lado senta o Itadori que está um pouco para baixo por não conseguir ter ido ao enterro do seu vô, eu acho.

- Você deve estar um pouco mal, né? - Pergunto para certificar que ele realmente tá triste.

- Que? Não, eu só tô... pensando no que ele me disse - A expressão que antes parecida triste, agora está uma expressão pensativa.

- O que ele lhe disse? - pergunto curiosa.

- "Você é forte, proteja os mais fracos para que tenham uma morte digna" foi exatamente isso que ele me disse. Eu não sei o que ele quis dizer, então tô pensando sobre.

- Entendi... - Eu me viro pra frente e olho pra cima, me espreguiçando - Eu acho que seu vô pediu pra você ser policial, haha. - Ele dá uma risada e concorda.

A professora de Física entra na sala, hora das apresentações, todo mundo nervoso. Menos eu e itadori, nós dois sabemos a arte da improvisação, então sabemos que vamos nos sair bem.

Depois de todos apresentarem, a professora fez um discurso falando sobre como falar bem mesmo nervoso, etc. E depois deu as notas. tirei 3.5, Tris tirou 3.0, por causa de umas travadas e erro dicção pelo nervosismo, e Itadori tirou 4.0, justamente o que ele precisava.

- Isso!! É desse jeito que eu gosto, tá? Passei de ano, com certeza! - Ele grita quando descobre sua nota, dou uma gargalhada e concordo com ele.

Passaram todas as aulas e fiquei na escola para ajudar o pessoal na limpeza, Itadori e Tris também ficaram.

- Você apresentou bem, Kim. - Comenta Tris enquanto ajeita a sala - Foi melhor do que imaginava. - Eu concordo, mas antes de falar qualquer coisa, me arrepio totalmente. Parece que alguma coisa vai acontecer.

Itadori também parece incomodado, ele tá meio estranho. Escutamos um grito vindo do corredor, quando saímos para ver. Vimos uma criatura horrenda matando a tia da limpeza brutalmente na nossa frente.

- Mas que merda foi essa?! - Me pergunto totalmente em choque.

Itadori também está em choque, e a primeira coisa que ele faz é correr. Pega eu pela mão e puxa e depois pega a Tris nos braços e corre até a janela e pula, quebrando a mesma. Estávamos no segundo andar fomos caindo até o chão, se não fosse pelo meu físico acima do normal eu tinha quebrado as pernas com certeza, e Itadori também. Caímos bem de frente ao portão.

- Vão, eu vou distrair esse bicho. - Fala Itadori enquanto coloca Tris no chão, que sem pensar duas vezes, abre o portão e sai correndo.

- Ah, não. Eu não vou não, você é meu único amigo e não vou deixar você morrer pra ele, ou fugimos junto ou morremos.

- Muito romântico, deixa a declaração pra depois, você vai ou fica?

- Fico! - Respondo com confiança

- Beleza! Vamos tentar voltar com vida, pelo menos. Vê se me acompanha - Concordo com ele, e o mesmo sai disparado para dentro da escola enquanto eu corro atrás.


JUJUTSU KAISEN {Um prodígio}Onde histórias criam vida. Descubra agora