𝗲𝗺 𝗮𝗻𝗱𝗮𝗺𝗲𝗻𝘁𝗼 | oscar piastri.
Camille Leclerc, por deus
como você me enlouquece.
me acostumei com cheiro
de cigarro pelo quarto, sua
demora no banho e também
a sua mania de não ter luzes
brancas em casa, me vi todos
os dias enc...
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Monte Carlo, Mônaco. December 11th, 2023
Camille Leclerc' point of view
A noite havia se passado, a lua deu lugar ao sol que começava a nascer sobre Mônaco, logo, eu conseguia ver pequenos feixes solares transcendendo pelo chão do meu estúdio de arte, no sótão da casa Leclerc.
Eu definitivamente não tinha dormido naquela noite, eram os últimos dias da faculdade e os exames finais estavam chegando, era tudo ou nada. Jamais aceitaria ter que repetir mais um ano naquele inferno enfeitado de tinta e quadros coloridos com atores que escondiam a tristeza em sorrisos falsos.
Antes de subir pude ver Celine e Lando largados dormindo no sofá enquanto Oscar e Ollie dormiam em colchões espalhados no chão. Charles saiu no meio da noite dizendo ir dormir na casa de sua namorada, não o questionei, mas eu sabia que algo não estava certo.
Arthur por sua vez, teria adormecido em um dos colchões que estavam espalhados pela sala, eu achava incrível a facilidade do garoto em dormir em situações inesperadas já que todos riam alto no momento em que ele estava lá, deitado com a boca aberta, praticamente babando sobre o colchão. A compaixão bateu em meu peito quando o acordei com cuidado chamando ele para dormir em seu quarto, é claro que Arthur ficou irritado por ter sido acordado, mas ficou feliz em ver a imagem da irmã ficando ao seu lado até o mesmo cair no sono, agora em sua própria cama.
Algumas pinceladas foram dadas na tela em minha frente, era incrível como aquilo foi feito com as minhas próprias mãos mesmo que eu não tivesse certa lembrança que teria feito isso, já não aguentava mais a pressão da faculdade, eu estava o tempo todo irritada, por mais que não fizesse isso transparecer para as pessoas ao meu redor. Eu tinha consciência que deveria me abrir mais com as pessoas e não apenas ceder a pressão que levava comigo, mas Arthur e Charles apenas viam para casa em suas férias ou para alguma corrida em Mônaco, e Celine, bem, Celine já tem problemas demais.
Acendi outro cigarro, largando o pincel em um pote com água quando percebi que, a única coisa que me restava era o vício.
O vício do cigarro é como uma paixão arrebatadora, uma dança incandescente entre desejo e sedução. Cada tragada é um beijo furtivo, um encontro clandestino que promete calor e alívio. O cigarro é um amante traiçoeiro, envolto em uma aura de mistério e prazer efêmero. Em cada nuvem de fumaça, há uma promessa de escape e introspecção, uma ilusão de tranquilidade que disfarça seu verdadeiro preço. É a sedução que nos envolve com seu charme enigmático, oferecendo uma falsa serenidade, mas sempre mantendo-nos presos em um ciclo de desejo e arrependimento.
- Camille? - Duas batidas atrás da porta foram ouvidas, me assustou pelos passos furtivos que eu não teria escutado.
- Entra. - Disse alto, mas não o suficiente para que alguém acordasse.
