➸ capítulo 8

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— E então... para onde exatamente o senhor está me levando? — questiono, com certa desconfiança em meu tom de voz.

Oikawa começou a fazer mistério desde o momento em que deixamos o prédio do teatro até agora, enquanto caminhamos pelas ruas um tanto quanto escuras, aparentemente sem nenhum rumo em específico.

— Eu já disse que é surpresa! Poxa, aprenda a ser um pouco mais paciente.

— Não consigo!! Parece que você vai me levar para algum beco suspeito a qualquer instante... — finjo sentir medo da ideia.

Mas acho que não ficaria assustada se isso realmente acontecesse.

— Você bem que gostaria disso — como se pudesse ler meus pensamentos, Oikawa me lança uma piscadinha — Mas... sinto muito em te decepcionar. Nós já chegamos.

Oikawa e eu paramos em frente a uma barraquinha de corn dog especialmente movimentada. Vários casais ou famílias felizes estão fazendo seus pedidos e sentando-se animadamente em suas mesinhas.

Uma música pop agitada preenche o ambiente, deixando o clima ainda mais aconchegante. O cheiro vindo do que o vendedor está preparando é realmente magnífico, pois não fede a gordura como a maioria dessas comidas de rua deveria feder. Isso faz meu estômago emitir um ronco alto em resposta.

— Te apresento o melhor corn dog que eu já comi na minha vida.

— Você... trouxe mesmo uma dama para comer... numa barraquinha? — arqueio a sobrancelha, mas meu tom é levemente brincalhão.

Gosto de bancar a difícil, fazer o quê. É inegável que este é um detalhe muito charmoso em mim.

— É... sim? — o de cabelos castanhos coça a nuca, meio constrangido.

— To só brincando com você, idiota. Na verdade, o cheiro está ótimo. Vou querer dois para comer agora... e, se eu gostar... pego mais pra viagem!

— Buraco sem fundo do caralho — solta uma risadinha — Vou fazer os pedidos, vai procurando uma mesa enquanto isso.

Não é que eu seja um buraco sem fundo... só estou comendo enquanto tenho a oportunidade de fazer isso.

Nos dias em que minha mãe está em casa, minha dieta é absurdamente regrada. Muitas vezes, eu acabo tendo que forçar meu próprio vômito para que ela não possa perceber que acabei ganhando algum peso, sentindo medo de ser humilhada por isso.

Porque... no fim, eu sempre sou.

— Pode deixar! — exclamo, concordando com a fala de Oikawa.

Escolho uma das mesinhas mais afastadas do local. Sempre dei prioridade para lugares com menos pessoas reunidas aos lotados, isso em qualquer lugar na vida.

Na escola, por exemplo... gosto de passar a maioria do meu tempo livre na biblioteca ou no terraço, quando consigo despistar Hana e Sayu.

Resolvo pegar meu celular, esperando pacientemente até que Oikawa retorne com nossos pedidos em mãos.

Entediada, entro no aplicativo do instagram. Não fico surpresa ao ver que estou sendo bombardeada por pessoas desesperadas para saber quem é o garoto que está comigo na foto publicada em meus stories.

Enquanto isso, aquelas que já o conhecem parecem bastante surpresas. Algumas garotas até mesmo me enviaram mensagens dizendo que sou uma grande vadia por "roubá-lo" delas.

Coitadas... elas realmente nem imaginam.

Poderia ser qualquer uma no meu lugar, com a carta certa na manga.

𝐄𝐂𝐒𝐓𝐀𝐒𝐘, oikawa tooruOnde histórias criam vida. Descubra agora