Hate U To Love U

Capítulo 3 - O início de um romance

>>>REBECA LIMA <<<

   Quando Uriel desmaiou por conta da bebida, peguei seu celular e liguei para o motorista dele.
   Fiquei um tempo pensando em como tiraria Uriel da cadeira, já que ele tem 1m96cm, seria difícil para eu segurar ele.
   Quando o motorista chega, peço para ele pegar Uriel e o senhor Paratofin o ajuda a levar o mesmo para o carro.
   Se isso não é passar vergonha, eu não sei o que é então, porque para mim, você ser carregado por alguém por estar bêbado, é muita vergonha.
   Olho para Naomi, sua expressão estava triste como se não quisesse dizer adeus a uma estranha.
   Essa garota mexe comigo de um jeito...
   -Naomi, me dê seu número.
   -Ah, sim...espere.
   Ela pega seu celular e eu o meu. Trocamos contatos e me despedi dela, indo direto para o carro.
   O senhor José, motorista de Uriel, me deixou em casa antes de continuar sua jornada até a mansão da família Archeron.

✿۪۪۪۫۫۫⃕͜♡♧┈╼
        

   Três dias depois, Uriel entra no meu apartamento irritado, batendo a porta.
   -Isso! Quebra! Não é seu.
   -Foi mal. Tô estressado, tive uma reunião com Prince.
   -E o que aconteceu para te deixar tão estressado?
   -Ele ameaçou contar para minha mãe que eu não quero aceitar o contrato, aí eu tive que aceitar. Ele me obrigou a aceitar, Rebeca!
   - E você está puto por causa disso? Ah Me poupe, suas brigas são sempre tão idiotas.
   -Não é idiota, é você quem não entende!
   -Olha se vai ficar falando do quanto você odeia o Prince porque ele fez isso e aquilo, é melhor você ir embora! Ele nem é tão ruim assim.
   -Não é tão ruim? Você tá maluca como minha mãe.
   Ele revira os olhos e se joga no sofá.
   -Eu preciso trabalhar, então vai embora.
   -Eu sei que você tá com bloqueio criativo, então descansa a cabeça.
   Bufo. Ele tinha razão. Faz dias que estou tentando escrever algo novo para Peter ilustrar e não consigo. Isso me deixa frustrada.
   -Você pode estar certo, mas isso não vem ao caso.
   Giro em minha cadeira, pensando.
   -Uriel, você conhece aquela garota loira da festa?
   -Fala da Naomi? Conheço um pouco, ela é filha do dono de uma empresa de construção, não sei se vai conhecer a HunterCons., é bem famosa na área.
   -É, realmente não conheço.
   -Tá, mas por que perguntou sobre ela?
   -Na...Nada, apenas curiosidade, ela parecia tão jovem para aquele tipo de evento.
   -Ela tem 18 anos, até onde eu sei.
   Fico de queixo caído quando escuto a idade de Naomi. Me sinto uma pedófila, ela mal ingressou na fase adulta.
   -Vai entrar mosca se continuar com essa boca aberta.
   -Foi mal - limpo a baba que escorreu.
   -Hoje você tá mais estranha que o normal. Vai, me fala o que aconteceu, de verdade - ele dá ênfase no "de verdade".
   -É só que...Argh! Não sei, tá?! Eu me sinto estranha desde quando eu vi a Naomi.
   -Estranha?
   Ele me olha claramente confuso.
   -É estranha, com um sentimento diferente, sei lá.
   -Você que escreve romances não entende o que está acontecendo? Sério? Tá na cara que é amor.
   -Queeê? Não, não pode ser, Ela é muito mais nova que eu.
   -Primeiro, ela já é maior de idade, e segundo, idade é só um número, você não vai estar comentendo um crime.
   -É, talvez você tenha razão. Agora vai embora.
   Puxo ele do sofá e vou o empurrando até a porta enquanto ele reclama. O expulso do apartamento e volto para a minha cadeira de trabalho.
   Talvez seja melhor mandar uma mensagem para Naomi...Mas se ela ainda não enviou nada, deve ser porque ela não quer falar comigo. Aí, e agora? O que eu faço?
   Coloco os cotovelos em cima da mesa e as mãos na cabeça.
   Meu Deus. Eu tô perdida.
   Enquanto me afogava em desespero, meu celular vibra com uma notificação e sem muita energia o viro na mesa e olho quem era. Para a minha surpresa era a Naomi.

    📱> Olá, tudo bem? Sou eu, Naomi
    📱> Oi, sim, tudo bem. E você, como está?
    📱> Estou bem também. Rebeca o que está fazendo?
    📱> Ah, nada de mais, por quê?
    📱> Eu queria te ver. Tem como me encontrar?

   Ela quer me ver? Tipo, ver eu, Rebeca Lima? Não é possível.
   Fico em um estado de confusão com satisfação ao mesmo tempo que desacreditada. Acabo esquecendo de responder a mensagem.
 
    📱Rebeca? Ainda tá aí?

   Quando o celular vibra na minha mão, que lembro que não a respondi.

    📱> Estou sim. Posso te encontrar no Grão Raro às 15h. Pode ser?
    📱> Pode! Perfeito! Te vejo às 15h!

   Saio da na cadeira e fico pulando sozinha de alegria.
   Nem acredito que vou ver ela.
   Fico surtando de alegria até perceber o que estava fazendo e parar.
   Por que eu tô assim tão feliz por poder ver ela?

✿۪۪۪۫۫۫⃕͜♡♧┈╼

Chego na cafeteria Grão Raro às 14h57. Naomi já estava sentada em uma mesa, reconheceria aqueles cachos em qualquer lugar.
   -Oi.
   -Ah, Oi!
   Ela me olha e abre um sorrio largo enquanto solta o celular. Meu coração derrete.
   -Chegou cedo. Ficou esperando por muito tempo?
   -Não, cheguei tem pouco tempo. Na verdade, ia te mandar mensagem agora para avisar.
   Afirmo e me sento em sua frente.
   -Então, por que queria me encontrar?
   -Ah, eu queria te conhecer melhor, sabe?!
   -Você quer me conhecer melhor?
   -Sim, eu gostei de você.
   Naomi sorri e meu coração dá um pulo no peito. Não sorria assim garota, faz meu coração errar as batidas.
   -Sério? Eu...Eu também quero te conhecer mais.
   -Então, qual sua bebida favorita?
   -Eu gosto do Macchiato. E você?
   -Eu gosto de cappuccino. Vou pedir para a gente.
   Ela se levanta vai até o balcão, fala com a atendente e depois tira sua carteira da pequena bolsa de predarias.
   A mesma senta-se em minha frente de novo.
   Ficamos conversando por um tempo sobre animais, descobri que Naomi têm três gatos e cinco cachorros e, pelo visto, ela tem preferência por gatos, só sabia falar dos três felinos, Nico, Leon e Luck. Também passamos um tempo falando sobre
filmes. Não conversamos sobre meu trabalho, mas ela me contou que pretende cursar medicina em uma universidade particular na cidade de Medtown mesmo.
   Nos despedimos e saímos do café, observei a mesma entrar no carro de luxo e ir embora.
   Cheguei em casa e me joguei na minha cama, com o coração acelerado, botei a mão no peito e apertei.
   -Quero ver ela de novo...

>>>>>Continua