capítulo 38

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O Dr. Entrou e seguiu direto para a cama de senhora Elza, parando na cabeceira tocou de leve em sua mão e falando baixo:
- Senhora Ramos, eles estão aqui! - disse com suavidade.
Logo que ele anunciou a chegada dos visitantes, a senhora abriu os olhos lentamente, ao se deparar com o rosto lindo de Elisandra a senhora Elza sorriu feliz e com dificuldade esticou a mão para alcançar a de Elisandra que ao perceber a intenção da senhora, esticou seu braços alcançando a mão frágil da senhora, segurando-a com delicadeza, e dizendo já com os olhos marejados:
- Senhora Elza, me perdoe por não ter lhe procurado da última vez que estive aqui na cidade, eu até quis muito ir a sua procura, mas não tive coragem, perdoe-me por favor, eu gosto muito da senhora! - falou já com as lágrimas escorrendo por sua face.
- N-Não, minha querida, não fique assim, eu lhe entendo, e é por isso que mandei chamá-los aqui, Eli, minha querida, eu quero que você me prometa que vai perdoar meu menino, ele foi irresponsável, eu sei, ele agiu impulsivamente - falava com dificuldade, mas mesmo com as recomendações do Dr. Para não se cansar, ela prosseguiu.
- Eu sei que chegou minha hora, mas a única coisa que eu sinto muito em não pode ver e meu menino feliz com sua amada, sei o quanto você se amam até hoje, sou prova do quanto ele sofreu ao se separar de você, então, peço de coração, como meu último desejo, fiquem juntos, casem-se e formem a família de vocês, de onde eu estiver quero os ver juntos e felizes como eram no início. Não perdem tempo, pois a vida é curta demais para deixarmos de viver o que realmente importa. - falou olhando para onde Denis estava de pé em lágrimas, pois via pelo estado que sua "Elzinha" estava, as esperanças de vê-la novamente bem, estava se dissipando já que estava vendo-a tão fraca como seu pai nos seus últimos minutos de vida, a cada palavra que a via pronunciar com enorme sacrifício lhe doía profundamente, pois aquela mulher sempre foi ágil nos seus dias, nunca tinha lhe visto sequer ficar doente, não que ele se lembrasse.
- Venha aqui meu menino - o chamou fracamente esticando a outra mão mesmo com a intravenosa, inserida. Denis seguiu em passos largos segurando a mão da frágil senhora deitada a sua frente, dizendo:
- Só descanse para poder ficar logo boa tá. - disse olhando-a com ternura.
- Filho, eu não vou ficar boa! Pelo menos do jeito que vocês esperam, Mas estou bem, Denis, meu querido - falou juntando as mãos dos dois lindos jovens ao lado de sua cama, e ali diantes deles a senhora Elza os surpreenderão com uma revelação a qual nem um dos dois esperavam.
- Denis, eu casei seus pais, antes deles casarem na igreja, e a pedido de sua mãe, vou casar vocês também! Mas isso terá que ser aqui e agora, não posso partir sem cumprir o último desejo da sua mãe, ela me pediu em seu leito de morte, que se eu estivesse viva quando você se apaixonasse, eu o casasse você e a mulher a qual seu coração escolhesse para amar, assim como fiz com ela e seu pai, eu aguentei firme até vocês chegarem, só para fazer isso meu querido, mesmo que vocês façam uma cerimônia depois as primeiras palavras e a que conta, era assim de onde eu vim, e essas palavras quem vai dar sou eu! - revelou a senhora Elza colocando as mãos de Denis e Elisandra uma sobre a outra, e posicionando a sua sobre as deles, em juramento, falou palavra por palavra, até que ao chegar no final, pronunciou já bem cansada.
Em nome do Deus maior, os declaro, marido e mulher! Denis, meu querido, pode beijar sua esposa.
Em lágrimas, Denis olhou para Elisandra que estava emocionada, porém em choque, pois nunca tinha passado por sua cabeça que ela iria casar-se naquele dia e daquela maneira tão repentina. Mas para não desagradar uma senhora tão amável e bondosa como sua querida Elazinha como ela e Denis por muitas vezes a chamavam, e ainda por cima em um leito de hospital, se deixou levar aceitando tudo e acordando com que em sua mente era um verdadeiro absurdo, contudo, seu coração estava feliz, parecia que tudo que tinha contra Denis misteriosamente naquele momento com as lindas palavras da senhora, tudo tinha desaparecido.
No entanto, mesmo se ainda o desejasse bem longe dela, jamais iria contrariar a senhora que tanto gostava em seu último desejo.
Denis se aproximou de Elisandra e com felicidade explícita em seus olhos, entrelaçou seus dedos nos dela, e olhando-a profundamente em seu olhos, olhos esses que mesmos vermelhos de chorar continuavam os mesmo olhos lindos que o fez se apaixonar desde a primeira vez que os viu no colégio ainda menino. Devagar ele se juntou ao corpo dela colando-se, levou a mão livre no seu rosto de pele macia e brilhante, contudo, gelada claro por está tão nervosa quanto ele, e com seu dedo polegar enxugou as lágrimas antes de deslizar a mão para a nuca e a trazer até seu rosto então encostou suas testas sussurrando:
Eu te amo meu amor, e serei sempre o seu esposo.
Em seguida, selou seus lábios ao dela, mas naquele momento, eles foram interrompidos com os bipes das máquinas que começaram a apitar alto todas de uma vez, logo se depararam com uma comoção no cômodo que ficou cheio de médicos, enfermeiras e o Dr. Garcez que ao entrar apressado ordenou que os tirassem dali, e que conduzissem a cama da paciente para a sala de cirurgia imediatamente. Para, Denis e Elisandra que ficaram atormentados só restou observar tudo de longe. As lágrimas de Denis, escorriam em abundância enquanto presenciava o corre-corre de todos para tentar salvar o que seu coração já tinha lhe dito que não havia mais jeito, sua euzinha tinha partido, ele pode ver isso antes de sair do quarto quando viu como as mãos dela caíram sem vida. Vendo-o tão devastado, Elisandra o abraçou dizendo:
- Se acalme, vai ficar tudo bem, vamos acreditar. - sussurrou no ouvido dele que a apertava com firmeza em seus braços.

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