Capítulo Treze: Verônica Iglesias

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Lauren Jauregui

O céu estava limpo, o vento soprava para o norte. Meu humor nessa manhã foi o melhor em anos, acordei bem disposta após anos, nunca me senti tão viva. Camila  e eu, marcamos de tomar café juntas, porém, pontualidade não é muito a especialidade dela. Já estava agonizando, enquanto olhava o ponteiro do relógio se mover lentamente.

— Bom dia. A Sra. Jauregui. Já sabe o que vai pedir? — Perguntou a garçonete sendo super simpática.

— Estou à espera de mais uma pessoa, mas pode me fornecer o cardápio enquanto ela não chega? — disse depois da jovem se virar, buscando o cardápio do café.

— Aqui está. Qualquer coisa que precisar, estarei no balcão, certo? — disse ela inclinando-se, deixando o menu sobe à mesa.

Camila  adentrou-me e mirou-me com os olhos quase fechados. Deslocou-se até a mesa em passos curtos e lentos.  Acenou ainda de longe, sorriu. Se sentou à minha frente, fiz um sinal para a moça, que estava assentada ao balcão.

— Pois não! — disse ela ao se aproximar. — O que as senhoritas vão pedir?

— Eu vou querer um... Frappuccino e um Croissant, por gentileza. — Camila  falou para a moça, enquanto a mesma anotava em seu bloco de anotações.

— Eu vou somente tomar um café gelado e acompanhadas de torradas francesas. — ela rabiscou com a canela em seu punho.

— Anotado! Já trago o pedido de vocês.

Camila  havia me contado sobre sua família, disse que sua mãe e seu irmão estavam decididos a virem para Nova York, teve a ideia de marcar um jantar, típico da sua família. Sinuhe Estrabão  era seu nome, mas Camila  disse que seria demorado até sermos apresentados, pois sua mãe ainda não estava certa de que poderia deixar Storybrooke com seu irmão.

— Querida, o aniversário do Simon é daqui há duas semanas, queria fazer uma surpresa para ele, mas não quero que ele desconfie de nada. Chamei você aqui, porque queria que me ajudasse com a festa de aniversário do Simon.

— Uau! Eu adoro festas... mas precisamos fazer com que ele não desconfie, tem algum lugar que ele gosta de frequentar?

— Tem o parque, mas queria fazer algo mais reservado, somente para a família. Eu quero lhe convidar, gostaria de vê-la, okay?

Ela me olhou arregalados, seu sorriso singelo, havia se tornado em um olhar frustrado e perdido. Camila , segurou minha mão, a garçonete havia chegado com as mãos cheias, segurando duas bandejas. A moça, que num olhar um pouco cansado, manteve o belo sorriso que possuía.

— Prontinho! Desejam algo mais? — A jovem moça perguntou após nos servir.

— Por enquanto, só isso. — disse Camila .

Estava sentada na mesa do café, olhando algumas páginas das últimas tendências da moda de Nova York. Havia uma nova estilista que abriu um ateliê de noivas numa região nas proximidades. Acho que tinha ganhando uma relevante concorrente de profissão. Verônica  Iglesias, esse era seu nome.

— O que tanto olha essa revista, Lauren? — ela sorriu sem vontade, questionando-me.

— Estava vendo alguns modelos novos e acabei me deparando com isso, veja.

Ela segurou o folheto na página em questão. Ela folheou a folha concentrada no que estava fazendo. Poucos minutos depois, Camila  percebeu que já tinha visto aquele nome em algum lugar. Camila  mencionava o feito que tinha realizado na moda. Fiquei surpreso com a capacidade de alguém de saber tanto sobre design, moda e alta costura. Essa morena era uma caixinha de surpresa, tenho que admitir que Camila  Cabello  é uma mulher de conhecimento.

— Gostou do café? Percebi que o Simon anda um pouco estranho, não acha? Está um pouco ríspido com as coisas. Ele ficou assim desde o jantar. — dei um gole no meu café, dando toda atenção ao que Camila  dizia.

— Ótimo! Estou ansiosa para conhecer sua família, Camila . — A morena engasgou-se com um pouco do seu cappuccino.

— Logo, logo. Eu já lhe disse que minha mãe não se sente bem em sair de Storybrooke. Não se preocupe, eu prometo que vou fazer o possível para convencê-la o quanto antes, tá bom? Agora, vamos tentar focar no que iremos fazer para o aniversário do Simon.

— Tudo bem, eu só achei que gostaria que sua mãe e eu tivéssemos uma convivência amigável. Mas me perdoe por ficar tocando nesse assunto há todo momento, sabe que sou uma pessoa extremamente curiosa, né?

— Eu adorei ter conhecido sua mãe, no começo ela foi um pouco rude, entretanto, consegui conquistá-la. Já sei de onde herdou o gênio forte, não é mesmo?

— Vamos mudar de assunto, eu não aguento mais falar sobre casa, trabalho e discussões familiares. Eu fiquei pensando aqui, tem um lugar que eu queria conhecer e gostaria muito que fosse comigo.

— Posso pedir outro café? Eu ando meio ansiosa, por conta disso, sinto uma fome exagerada.

— Claro, pode sim. — disse depois que Camila  chamou a jovem garçonete.

Camila  era tão simples em relação a bens materiais, ela se importava com o que realmente importava. Eu não estava com muita fome, fiquei com a cabeça pensativa e o nome de Verônica  não saia da minha mente, por nenhum instante sequer. Recebi um e-mail de alguns fornecedores, avisando que o pedido chegaria dentro de uma hora, isso me daria mais tempo com Camila .

— O que houve, Gina? Não tocou no café desde que chegou.

Camila  era muito atenciosa, uma de suas melhores qualidades, creio que isso a deixava ainda mais linda.  Via o relógio constantemente, de forma que minhas pernas estavam inquietas. Olhei ao meu redor sem compreender todo aquele vazio que senti durante anos da minha existência. A mesmice de sempre me forçou a crer que nunca pudesse me apaixonar novamente. Querendo ou não, Helena foi muito importante na minha vida, porém, isso ficou em um passado obscuro que não gosto de recordar em minha vida. Eu sinto que naquele momento, não estava totalmente pronta para viver um romance, como nos filmes. Eu pensava que tudo poderia ser como nos contos de fadas, tudo seria exatamente perfeito! Porém, era somente um murmúrio. Camila  me olha constantemente, seu sorriso era tão cativante ao ponto de qualquer se apaixonar por ele em instantes.
Merida, esse era o seu nome! A jovem garçonete, de cabelos armados, ruivos, de olhos claros. Acenou para Camila , depois de a ter chamado. Mais tarde, teria uma reunião importante com o Sr. Gold, dono de uma das maiores agências de modelo de Milão.

— Gina? Está tudo bem? — perguntou Camila , despertando os meus pensamentos.

Ela sorriu, após sujar seus lábios com chantilly.
*****
Era tão difícil entender os sentimentos de uma pessoa, era como se ela correspondesse todas as minhas expectativas, como se eu estivesse aguardando-a futuramente. Fomos até ao balcão, paguei a conta e agradecemos ao atendimento.




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