Capítulo 17

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Os dias se passaram e Becky foi se acostumando com a falta que Freen fazia em sua vida. A dor ainda estava lá, mas se ela colocasse na cabeça que nunca existiu sentimento por parte da mais velha, um dia ela ate se acostumaria com essa situação. 

Guardou o anel de compromisso que daria a Freen no fundo de sua gaveta. Só admitiria que iria cometer a burrice de pedir a mão da mais velha em namoro se um dia tivesse uma amiga confidente, que contaria tudo que aconteceu nesses meses que estavam juntas. Não sabia se essa amiga acreditaria nela, na verdade, nem ela mesma iria acreditar que isso não foi fruto de sua imaginação. 

Na escola, as coisas voltaram a ser como antes. Não trocava mais olhares com Freen, preferia não olhar para ela e ver Heng colada a sua garota. Queria permanecer com a imagem de Freen perto de si. Nos intervalo, comia rápido e voltava para sala para estudar. Se sua vida amorosa estava arruinada, não queria arruinar o lado profissional. 

Já Freen andava pela escola com um zumbi. Heng queria mostrar para todos que ela havia voltado a ser sua garota, então, passou a não pensar mais na sua aparência. Para quer ficar bonita se não receberia elogios de quem mais queria? Tee chegou a insistir com a garota para que falasse para Becky seus motivos de acabar com ela, mas não queria causar mais sofrimento para mais nova, já que suas desculpas não a traria de volta. 

Já havia se afastado dos amigos, do seu amor e dos seus sonhos. Não ligava mais para o jogo de marionetes que sua avó fazia, melhor mesmo era se concentrar naquilo que lutar por um  sonho que poderia ser destruído num piscar de olhos, como seria seu relacionamento com Becky. 

Vivia chorando no banheiro e afastando Tee de si. Não queria que sua amiga fosse contaminada com tanta dor, gostava de vê-la feliz. E para isso, precisava ficar longe dela. 

No intervalo comia rápido sempre aproveitava um segundo para ter Becky em sua visão, a mais nova comia tão rápido quanto sem olhar para ninguém. Logo saia e o poco de felicidade que Freen sentia se acabava. Nestas horas, ela sentia vontade de chorar, de gritar com Heng e bater nele. Numa dessas vezes, tentou chorar baixinho quando ouvia o barulho d porta. Não queria que ninguém soubesse de seu sofrimento . 

Sua respiração forte e soluços baixinhos não passaram despercebido pela pessoa que havia entrado. Ouviu quando ela se aproximou do box que havia entrado. 

- Tudo bem? Voce esta precisando de ajuda? - Os pelos de sua nuca se arrepiaram quando ouviu a voz de Becky. Fazia tempo que não a visitava, não queria faze-la sofrer mais ainda. - Se voce quiser desabafar, eu juro que não contar a ninguém. Não se preocupe não tenho amigos. - Disse rindo baixinho e aquilo causou mais dor em Freen que não resistiu e abriu a porta, se jogando nos braços de Becky no segundo seguinte. 

A menor se assustou de inicio, mas logo sentiu o cheiro tão conhecido e amado. Ficou alguns minutos fazendo carinho em suas costas e afagando seus cabelos com delicadeza. 

- Voce quer me falar sobre o motivo de suas lagrimas? - Perguntou num sussurro após ficarem abraçadas durante alguns minutos. - Aconteceu algo em sua casa? - A inglesa não queria ouvir de Freen que havia brigado com Heng ou coisa do tipo, não suportaria saber que ela estava sofrendo por um babaca, mas não conseguia evitar de cuidar dela e curar qualquer que fosse sua ferida. - Vai ficar tudo bem, princesa. Se voce tiver brigado com Heng, converse com ele. No final, as coisas dão certo. 

- Não dão. - Freen disse num sussurro ainda soluçando baixinho. - Se dessem, eu estaria ao seu lado. 

O coração de Becky aqueceu em ouvir isso, mas sabia exatamente o que queriam dizer. 

- Eu estou aqui, princesa. Posso ser sua amiga quando precisar desabafar.- Disse fazendo carinho na nuca da mais velha. - Ei, olha pra mim. Pediu tirando delicadamente o rosto de Freen de seu pescoço. - Voce pode desabafar comigo. Tentarei curar suas feridas e deixar esse fardo que voce esta carregando mais leve. 

Freen encarou a inglesa com devoção. Não acreditava que Deus havia dando-lhe uma oportunidade de conviver com uma pessoa tão linda e tirar isso dela de uma forma tão ruim. 

- E...eu posso passar na sua casa mais tarde? - Perguntou incerta, fazia alguns dias que não trocavam palavras. Queria mais do que tudo estar algumas horas com Becky, mas não sabia se a mais nova também iria querer. 

- Claro, vou separar alguns filmes para assistirmos e farei brigadeiro e pipoca. - Disse fazendo Freen sorrir encantada. Aquela sem duvida era a mulher mais linda que conheceria na vida. Um dia contaria para seus filhos que a conheceu e teria orgulho de dizer que ela foi sua por alguns meses. 

- Obrigada, Bec-Bec. - Disse fazendo a mais nova sorrir. Amava quando ela a chamava assim. Era como se ela fosse exclusividade sua, e era mesmo. 

- Nada, Cham-Cham. - Disse alisando suavemente sua face. - Converse com Heng, okay? Brigas existem para que os problemas surjam e sejam resolvidos. 

- Sim, conversarei. - Disse decidida. Enfrentaria esse problema de frente e de cabeça erguida. 

Saíram do banheiro cada uma para seu lado. Becky deu uma desculpa para não voltar para o pátio com Freen e correu para sala. Mais uma vez a mais velha enfrentou seu namorado, puxando-o para conversarem atras da arquibancada. Ele a ameaçou de novo, recebendo um tapa merecido de Freen. 

- Se voce fazer isso de novo, eu prometo divulgar essas fotos, sua putinha. - Disse segurando o pulso da mais velha. 

- Pode divulgar. Bom que me livra desse inferno que estar com voce. - Disse saindo de perto de seu namorado toxico. 

Começava a achar que melhor mesmo era ter essas fotos na internet para depois correr atras da garota que amava. Não sabia mais se sua reputação e toda exposição forçada eram mais importantes que estar ao lado de Becky. 

Chegou em casa já louca para sair e ver a inglesa. Sua mãe insistiu que ela comesse antes e notou a mudança repentina de comportamento da filha, ficando feliz por vê-la tão contente. 

Saiu rápido ao encontro da mais nova e logo chegou em sua casa. Se deparando, segundos depois de ter tocado a campainha, com o sorriso de coelhinho de Becky, amava aquele sorriso. 

- Oi! Separei alguns filmes de comédia e fiz brigadeiro para ver se nasce um sorriso nesse seu lindo rosto. - A mais nova disse sem pensar, ficando envergonhada por suas palavras espontâneas. 

- Obrigada, Bec. Voce é perfeita. - Disse alisando a bochecha rosada da mais nova entrado em sua casa antes que perdesse a cabeça e a puxasse para um beijo. 

Aquela tarde foi a mais feliz de sua semana. Ver o quanto a ruiva se esforçou para ver seu sorriso, a fez se sentir a pessoa mais importante do mundo. Definitivamente, lutar por esse amor valia muito apena.  



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Desculpem os erros 😘

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