KARLENA - You Want Me?

Capítulo 1

Eu a notei antes mesmo de sairmos do carro. Ela estava afastada dos outros pais com os braços cruzados e o peso transferido para um quadril. Ao contrário do resto das mães do futebol, de jeans ou shorts, ela usava um terno de grife que exibia suas curvas e exigia atenção. Ela parecia incomodada por estar ali, e eu imediatamente pensei em todas as coisas que não deveria ter pensado: ela é uma mãe horrível que não apoia o filho, e o filho sabe que ela não quer estar ali. E uau, ela tem pernas lindas.

"Vou precisar de ajuda." O tom de Emma foi devidamente notado. Ela ficou confortável comigo depois de dois dias, e no terceiro, ela estava mandando em mim. Faltavam apenas mais dois dias, então deixei que ela fosse uma idiota. Eu não me importo. Eu precisava do dinheiro, e Lisa e Mark Minks precisavam de uma babá durante a semana.

"Espere. Eu estarei logo aí." Empurrei a porta e corri para o banco de trás, onde ela sentou-se regiamente em seu assento elevatório.

"Já estava na hora."

"Não seja rude. Não é legal", eu disse.

"Você trabalha para nós. Posso te mandar fazer o que eu quiser."

Eu a ignorei e ajudei a soltar o assento elevatório. Ela recusou ajuda depois que eu a soltei, e tive que reprimir uma risada quando ela tropeçou ao sair do carro.

"Você fez isso de propósito." Ela olhou para mim e se sentou na grama para calçar as chuteiras.

Irritada por eu não ter deixado ela calçar as chuteiras em casa, ela fez um grande esforço para chutar muito o banco do passageiro durante nossa curta viagem até os campos de futebol. Eu não me importei. Meu carro, que minha avó me deu na semana anterior, era uma porcaria, e os pezinhos de uma criança de seis anos não iriam danificá-lo mais. "Eu não fiz nada. Pegue suas coisas e vá para sua equipe." Ela pegou a bola e marchou até o treinador. Eu a observei ir e balancei a cabeça o tempo todo. Justamente quando pensei que queria ter filhos, Emma me lembrou por que era uma boa ideia esperar.

"Ela é difícil. Tão angelical, mas um pequeno demônio se esconde dentro", disse uma mulher. Virei-me e encontrei uma mulher de aparência agradável, com cabelos castanhos claros curtos e estilosos, parada a poucos metros de distância. Ela penteou o cabelo para trás e sorriu para mim. "Olá, meu nome é Maya. Meu filho joga no time com Emma e com mais de quinze outras crianças."

Eu ri. Eu não esperava uma introdução tão honesta. "Olá, meu nome é Kara. Cuidadora de Emma esta semana."

"Eu estava me perguntando quem eles iriam convencer a vigiá-la enquanto Lisa estivesse em DC. Mark não estava disposto a tirar uma folga. Onde eles encontraram você?" Maya parecia genuinamente interessada, embora a maneira como ela formulou a pergunta parecesse condescendente.

"Cuidados Home. Este é meu primeiro trabalho com eles. Emma estava tão quieta quando nos conhecemos."

"É com os quietos que você precisa se preocupar."

Gostei de Maya imediatamente. Ela era descontraída, mas esperta.

"Ela é apenas uma criança. Ela aprenderá em breve que ser mandona nem sempre é a melhor ideia.", eu disse.

Ficamos ali em um silêncio um pouco constrangedor até o início do treino. Maya apontou a arquibancada para nos sentarmos, mas eu queria voltar para o carro. Eu precisava ler alguns capítulos do meu livro de tecnologias ambientais antes da próxima aula, mas não queria ser rude, então a segui até a terceira fila. A mulher de terno estava sentada na arquibancada de baixo, na beirada, como se precisasse de uma fuga rápida. Seu cabelo escuro estava solto, estiloso e caía abaixo dos ombros. Mesmo que eu não tivesse visto seu rosto, eu sabia que ela era linda. Ela sentou-se com confiança, sozinha, mas aparentemente imperturbável. Quando um menino driblou a bola com sucesso na frente dela, ela se endireitou e bateu palmas suavemente. O cabelo escuro era uma prova inequívoca de que ele era filho dela. Fiquei intrigada com seu comportamento reservado e me perguntei por que ela não estava sentada com as outras mães do futebol.