Capítulo 2

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*tocar na playlist* ( música : Bam Yang Gang - BIBI )

     No caminho para o colégio, pergunto ao meu pai como será o exame. Sei que haverá duas provas: uma de avaliação individual, ou seja, uma prova normal avaliando diferentes conhecimentos, e a outra é uma prova prática, na qual temos que mostrar nossas individualidades e habilidades contra possíveis vilões.

- Pai, como vai ser o exame prático?

- Sendo bem sincero, eu não sei o que vai acontecer em detalhes, mas sei que haverá acumulação de pontos. Você deve fazer algum ato heróico, que também contará para a pontuação. Pelo menos é o que eu acredito que deve pontuar. Provavelmente, não vou conseguir ver o que vai acontecer porque vou assinar umas papeladas.

- Entendi... Quando tivermos aula juntos, você vai revelar que eu sou sua filha? A mídia também iria atrás de mim, e o meu nome já iria revelar que sou sua filha, né?

- Não. Apenas algumas pessoas restritas sabem o meu nome, nunca vão me conectar com você, não se preocupe. Além disso, você é brasileira, ou seja, não vão conectar a gente por eu ser japonês, então fique tranquila.

- Ufa... que bom. Mas fico com medo do que o pessoal vai falar de mim caso descubram que sou sua filha. Vão fazer comentários idiotas e dizer coisas horríveis sobre mim... - balanço a cabeça para afastar esse pensamento e evitar a ansiedade - vai ficar tudo bem. Se falarem mal de mim, eu vou mostrar a eles do que sou capaz!

- Olha a boca, menina. Mas sim, você vai se dar bem e, se alguém mexer com você, não se preocupe, eu vou cuidar disso. Don't worry, girl!

- Mas se você me defender, não fica óbvio que temos algum tipo de relação? Mesmo que você seja meu professor e vá me proteger de bullies, ainda ficaria estranho dependendo de como você me defender.

- Como eu disse: don't worry, I'll take care of everything. Já conversamos sobre os comentários de outras pessoas. Além disso, eu vou te proteger como puder, sem revelar sua identidade aos seus colegas.

- Bom... se você diz, eu confio. Acho melhor você me deixar aqui para ninguém desconfiar. Te vejo em casa?

- Concordo. Devo demorar para chegar em casa, tenho uma reunião com o pessoal da escola, mas olha - ele coloca a mão no meu ombro - tenho certeza que você vai conseguir. Boa sorte!

- Obrigada, pai! - abraço ele - Obrigada por confiar em mim! Até mais tarde!

- Até!

     No meio dos alunos, vejo alguns com aparências interessantes, como, por exemplo, um garoto de cabelo verde que quase caiu de cara no chão, mas uma menina salvou ele. Ela tem o cabelo torto. Também vejo o Shoto Todoroki; ele continua sério como sempre, mas é uma pessoa legal. Na minha frente, passa um loiro, com uma postura estranha, mas ele parece confiante, deve ser um ótimo oponente. Deixo os adversários de lado e foco no objetivo: mostrar por que estou aqui. Dizendo assim, nem parece que estou nervosa.

     Meu Deus, eu preciso focar no que a pergunta está falando, mas por que ela não parece fazer sentido? É como se as palavras não tivessem significado, como se eu não soubesse ler. Meu Deus, por que vim para um país com uma língua tão complicada? Poderia ser a Espanha ou os EUA, que têm línguas mais fáceis. Vamos, foco total!

     Após a explicação do Present Mic, o exame prático começa. Capturo alguns vilões com a minha magia e ajudo algumas pessoas que ficaram paralisadas em frente aos robôs. Eu preciso de mais pontos, mais robôs. Quando olho para o meu lado, vejo uma pessoa que paralisou por medo:

- Aaaaaah - ela tremia e dava para ver seu suor daqui, mas para que tanto suor na área das pernas?

- Fica parado! - Abro um portão no chão e a teletransporto para uma esquina perto dali, onde o robô não a encontraria, e enfrento o robô usando magia.

Me teletransporto para onde deixei aquela pessoa:

- Você está bem? Vem, levanta, você tem que destruir outros robôs se deseja passar no exame.

- Estou bem, obrigado por me ajudar - o garoto coloca a mão atrás da cabeça, meio envergonhado.

     Vendo que ele está bem, vou em direção ao centro do campo, onde poderia haver mais robôs.

     Se eu não tiver contado errado, devo ter feito aproximadamente 90 pontos, acho que deve ser o suficiente para passar e, mesmo se não for, tenho o exame individual. Enfim, tenho que ir para casa, tomar um belo banho e descansar. Por algum motivo, parece que estou mais cansada do que deveria.

     Voltando para casa, encontro o mesmo loiro que vi antes do exame. Ele é realmente atraente, mas não é esse o meu foco, não agora. Preciso ser a melhor heroína antes de pensar em possíveis relacionamentos amorosos.

     Chegando em casa, mando uma mensagem para o meu pai, avisando que já cheguei e o que achei do exame. Na verdade, mandei um áudio de quase cinco minutos falando de tudo, principalmente a minha confusão com as letras japonesas. Mesmo vivendo no Japão há muito tempo, a língua é realmente difícil. Às vezes, sinto saudades de falar português; é difícil igual, mas pelo menos tem só um alfabeto.

     Também decido mandar uma mensagem para o Shoto. Mesmo que não sejamos próximos, tento manter um certo contato e um laço de amizade com ele, por conta da relação de merda que ele tem com o pai dele.

"Oi Shoto, tudo bem? O que achou do exame?"

"Oi. Estou bem, obrigado por perguntar. Quanto ao exame de admissão, achei interessante. Tenho certeza que passo, até porque nenhuma daquelas pessoas parecia estar no meu nível. E você? O que achou do exame?"

Apesar do Shoto ser uma pessoa legal, ele se acha um pouco superior aos outros. Eu não o culpo, ele realmente é muito forte.

"Apenas tive dificuldade em algumas perguntas, meu japonês não é dos melhores..."

"Que bom que você está bem. É compreensível ter dificuldades com o japonês. Se precisar de ajuda, pode me chamar, posso te dar algum suporte."

"Obrigada, Shoto 🙂"

A magia de ser uma heroína !Onde histórias criam vida. Descubra agora