4. Amiga Da Sua Filha

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Depois daquela situação, dormi com a sensação de taquicardia. Não consegui sonhar  com nada, o famoso "tudo preto".

Sinceramente, sempre fui de uma mente mais aberta e liberal. Mas era como se eu estivesse com uma bigorna na consciência pelo ocorrido.

  Acordei 07:00, bem antes do habitual de Analissa, então levantei e fui fazer minhas higienes.

Escovando meus dentes olhando-me no espelho.

-- Vamos fingir que nada aconteceu, e fica por isso mesmo. O que que me deu? O pai da Analissa? Puta que pariu. -- Dialogava comigo mesma com a escova na boca.--

Continuava me auto aconselhando e fazendo mil possibilidades em minha própria cabeça, termino de escovar meus dentes.

Ouço passos em direção ao banheiro e destranco a porta para que Analissa pudesse entrar e a porta se abre.

-- Bom dia. -- Roberto disse se escorando no batente da porta e eu me assusto. --

-- B-bom dia... -- A sensação de taquicardia volta e minha respiração desregula.-- Pensei que fosse a Analissa.

-- Ela não vai acordar tão cedo, parece assustada Thaísa. Aconteceu alguma coisa? -- Se eu o conhecesse, diria que foi sarcástico mas não tenho repertório sobre ele. --

Ele entrou por trás de mim, pegando a sua escova de dentes. Me olhou.

Não consigui dizer nada, apenas o olhava tentando entender a sua intenção.

-- Se importa? -- Ele pede espaço e sinto seus olhos descerem para os meus seios. Concedo.--

Esse clima, eu não sei se me dá tesão ou vontade de sumir. Os dois talvez.

-- Por que acordou tão cedo? -- Ele me perguntou me olhando pelo reflexo do espelho, sem demonstrar interesse. --

-- Eu.. Despertei cedo mesmo. -- Não conseguia proferir muitas palavras, a tensão de ontem a noite ainda se fazia presente. -- Enfim, hoje eu vou ver se eu passo no escritório que você comentou ontem. -- Tento parecer simpática. --

Ele concorda e eu saio do banheiro fechando a porta.

Algum tempo depois ele sai já uniformizado, tenho que admitir, ao ver ele fardado fiquei o observando discretamente, ao menos eu achei que fui discreta. Esse homem é uma perdição.

Assim que saiu, ajeitou uma bolsa e veio em direção a cozinha, de onde eu estava. durante o pequeno trajeto vejo que seu olhar um pouco baixo. Já havia sentido o bico dos meus seios enrijecerem e parece que ele havia notado.

Ele passa por mim sério, indo em direção a geladeira e pega uma caixa de leite. Começou a preparar seu café em silêncio. Silêncio que chegava ecoar um som irritante.

-- Sobre ontem a noite, eu-- Tento me justificar.--

-- O que teve ontem a noite? -- Me olhou curioso.--

-- Ah- co-mo assim? O que teve? -- Sorri sem graça e franzo as sobrancelhas. -- É sério?

Não me parecia totalmente são, aquele momento me fez questionar a minha própria sanidade. Será que ontem foi uma alucinação?

-- Enfim, já vou indo. Eu preciso ir senhor Nascimento.

-- Hm... -- Ele continua a preparar seu café carregando uma indiferença que me espetou.--

Já havia pegado minhas coisas, estava pronta para ir.

-- O senhor pode abrir pra mim? -- O nervosismo me faz mexer os braços em funções não claras. Coloquei as mãos nos botões da minha blusa.--

Ele levantou uma sobrancelha e um riso malicioso se formou em seus lábios.

-- O portão. O senhor pode abrir o portão pra eu ir embora? -- Pigarreio antes de falar e dando ênfase no portão.--

-- Claro. -- Ele diz simples.--

Assim ele fez, caminhamos para fora nesse clima de tensão. Pelo menos pra mim, o observando por trás é como se nada tivesse realmente acontecido nada. Ele está indiferente.

Talvez seja melhor assim.

-- Obrigado. E tchau -- Passei por ele em virei para o mesmo. --

-- Não tem por que agradecer Thaísa. -- Ele disse e deu uma longa pausa, dando a deixa para seguir meu rumo até que solta a frase. --

-- Volte quantas vezes quiser pequena. -- Quando ouço me viro já um pouco distante e vejo o fechando o portão.--

Ele?... Não! Ele deu uma deixa pra eu voltar pra... Ta bom Thaísa, segue na tua antes que faça mais merda.

Já passavam das 09:30 e termino de me arrumar. O ocorrido de mais cedo preferi ignorar pelo restante do dia, agora tenho que estar apresentável para chegar no escritório.

No fundo aquilo tudo também era para Roberto, o escritório fica bem na frente do batalhão, tinham chances nem que fossem mínimas dele me ver. Se assim fosse, que eu estivesse bonita.

 Se assim fosse, que eu estivesse bonita

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Desculpe pelo capítulo curto. E obrigada pessoal, o feedback de vocês estão sendo muito bons.

Queria dizer que comecei a escrever essa fanfic na brincadeira, por conta dos povs no tiktok. Obrigada ❤️

O Pai Da Minha Amiga - Capitão Nascimento Onde histórias criam vida. Descubra agora