Os dias seguintes foram de intensa dedicação. Eu e Ralts treinamos arduamente, dia após dia, sem descanso. Exploramos todos os arredores, enfrentando qualquer Pokémon que aparecesse em nosso caminho. No entanto, apesar de todo o nosso esforço, Ralts perdeu todas as batalhas. Cada derrota era um golpe em nossa confiança. Eu via a frustração crescer nos olhos de Ralts, refletindo a minha própria. Comecei a questionar minhas habilidades como treinador. Será que eu estava fazendo algo errado? Estaria eu realmente preparado para essa jornada Após uma semana de derrotas consecutivas, nos sentamos à beira de um rio, exaustos e desanimados. Olhei para Ralts, que parecia tão abatida quanto eu. Um pensamento sombrio começou a se formar em minha mente.
Klay: Talvez Derick estivesse certo.. —murmurei, quase sem querer acreditar nas minhas próprias palavras.—
Ralts olhou para mim, confusa e preocupada. O peso das minhas palavras parecia sufocar o ar ao nosso redor. Senti uma onda de desespero tomar conta de mim, lembrando-me de todas as vezes em que falhei. As vozes na minha cabeça, aquelas que Cynthia tentava me ajudar a silenciar, começaram a gritar novamente. De repente, senti um toque suave. Ralts estava ao meu lado, segurando minha mão com sua pequena pata. Seus olhos estavam determinados, apesar de todo o cansaço e as derrotas. Ralts balançou a cabeça vigorosamente, como se dissesse que não estava disposta a desistir. Seu espírito inabalável me fez perceber algo. Não era apenas eu quem estava lutando, mas nós dois, juntos. Ralts estava disposta a continuar, apesar das adversidades. Se ela não estava pronta para desistir, então eu também não poderia estar. Assim continuei até chegar a primeira cidade Oreburgh City. Assim fomos direto para o ginásio com uma mistura de nervosismo e excitação. Estávamos determinados a provar a nós mesmos que nosso esforço valeria a pena. Entramos no ginásio, onde fomos recebidos pelo líder Roark, um treinador de Pokémon do tipo Pedra. Ele parecia confiante, mas também gentil, encorajando-nos a dar o nosso melhor. A batalha começou. Roark enviou seu Geodude, e eu chamei Ralts.
Klay: Confusion, Ralts! —disse confiante—
Ralts tentou seu melhor, mas o Geodude era resistente, e nossos ataques pareciam não surtir efeito. Em resposta, Geodude lançou um poderoso Rock Throw, atingindo Ralts com força. Ralts caiu, tentando se levantar, mas estava claramente machucada.
Klay: Vamos lá, Ralts, você consegue!
Eu incentivei, mas a batalha só piorava. Cada ataque nosso parecia inútil, e Ralts estava sendo dominada. Geodude desferiu outro golpe final, nocauteando Ralts. A batalha terminou rapidamente, e fomos derrotados de forma humilhante. Roark veio até nós, oferecendo palavras de encorajamento, mas elas soaram vazias em meus ouvidos. Peguei Ralts e saímos do ginásio, minhas mãos tremendo de frustração e vergonha. No caminho de volta para o Centro Pokémon, minha raiva crescia.
Klay: Por que você não consegue ganhar uma única batalha, Ralts?— gritei, minha voz carregada de frustração.— Tudo que fazemos é perder! Eu estou me esforçando tanto, e você continua falhando!
Ralts me olhou com olhos tristes, tentando entender por que eu estava tão zangado. A dor em seus olhos só aumentou minha frustração.
Klay: Talvez Derick estivesse certo. Talvez eu realmente seja inútil como treinador. — As palavras saíram antes que eu pudesse contê-las.—
Ralts deu um passo para trás, visivelmente machucada pelas minhas palavras. A culpa me atingiu imediatamente, mas meu orgulho e raiva não me deixaram recuar. Virei-me e comecei a caminhar em direção ao bosque, sentindo a presença de Ralts atrás de mim.
Klay: Não me siga! — Eu gritei, deixando-a sozinha.—
Andei sem rumo, meus pensamentos um turbilhão de dúvidas e raiva. Finalmente, quando a adrenalina passou, percebi o que havia feito. Olhei ao redor, percebendo que estava no meio do bosque, e que havia deixado Ralts para trás. Um medo profundo tomou conta de mim sentindo um arrependimento esmagador. Corri de volta, procurando desesperadamente por minha companheira. O silêncio do bosque era ensurdecedor, e meu coração afundou ao perceber que havia abandonado a única criatura que realmente acreditava em mim. Continuei procurando, gritando seu nome, mas a noite começou a cair, e a escuridão só aumentava minha desesperança. Caí de joelhos, A culpa e a tristeza me consumiam enquanto a noite avançava, deixando-me sozinho e arrependido no meio do bosque. A noite havia caído, e a chuva começou a cair sobre o bosque. Meu coração estava pesado de culpa enquanto continuava a procurar por Ralts, minhas roupas encharcadas e os pés doloridos. Cada passo que eu dava parecia me afastar ainda mais dela. Finalmente, avistei uma pequena figura se protegendo da chuva com uma folha, seus grandes olhos azuis me observando com tristeza.
Klay: Ralts..chamei, minha voz rouca de desespero. Ela olhou para mim, mas não se moveu. Aproximei-me lentamente, mas quando tentei pegá-la, ela se afastou, rejeitando minha ajuda. Tentei prosseguir mas Ralts virou-se e começou a se afastar. De repente, um raio caiu nas proximidades, atingindo uma árvore seca. Em instantes, o fogo começou a se espalhar rapidamente, transformando o bosque em um inferno de chamas. O calor e a fumaça tornaram-se insuportáveis. Nem mesmo a chuva conseguia acalmar as chamas que pareciam consumir tudo.
Klay: Ralts, cuidado!
gritei, correndo em sua direção. O fogo se espalhou rapidamente, bloqueando nosso caminho. Sem pensar duas vezes, me lancei através das chamas para alcançar Ralts. Peguei-a nos braços e a segurei firmemente.
Klay: Vamos sair daqui..
disse, com dificuldade para respirar devido à fumaça. A visão ficou turva, e meus pulmões ardiam. Sabia que não tinha muito tempo. Consegui sair do fogo, mas o esforço foi demais para mim. Desabei no chão, segurando Ralts com força.
Klay: Você está segura agora.. — murmurei antes de perder a consciência.—
O mundo ficou escuro e silencioso. Senti como se estivesse flutuando no vazio, mas uma luz suave começou a brilhar. Abri os olhos, vendo uma figura familiar. Ralts estava diante de mim, envolta em uma luz brilhante. Ela estava evoluindo. tentei falar, mas minha voz falhou. A luz se intensificou, e Ralts transformou-se em uma Kirlia. Ela usou seus novos poderes para se comunicar comigo, os olhos brilhavam em azul enquanto antes de perder a consciência novamente ouvia apenas um "não me deixe sozinha novamente." Acordei, ainda fraco, mas consciente. Kirlia me olhou com determinação, e uma conexão profunda se formou entre nós.
Klay: Desculpe, Kirlia. Eu fui um idiota. Nunca deveria ter dito aquelas coisas... Sabe, pra mim é complicado tudo isso, mas você não tem culpa dos meus problemas.. Sinto muito.
Ela assentiu, e senti uma onda de alívio e gratidão. Estávamos juntos novamente, mais fortes do que nunca. Ainda no bosque, encontramos um Kricketot selvagem. Decidimos enfrentá-lo, sabendo que esta batalha seria diferente, era hora da revanche.
Klay: Vamos, Kirlia. Use Confusion!
Kirlia atacou com precisão e força, derrotando Kricketot com facilidade. E nesse momento, meu coração voltou a acelerar. De alguma forma, a partir de agora tudo seria diferente.
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pokemon: silent journey
AventuraEm um Sinnoh imerso em mistérios e desafios, Klay, um jovem que cresceu sob a sombra da renomada treinadora Cynthia, enfrenta sua própria jornada marcada por tristeza e incerteza. Adotado pela campeã mundial quando tinha 10 anos, Klay sempre viveu à...