🟡 16: A Ruiva nos meus pensamentos

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ZULEMA ZAHIR

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ZULEMA ZAHIR

Sempre foi sobre mim. Minha liberdade, meu poder, minha sobrevivência. A prisão não deixa espaço para sentimentalismos; cada apego é uma fraqueza, cada emoção é uma corrente que te prende mais do que qualquer cela. Serena Martinez deveria ser apenas mais uma qualquer no meu caminho. Mas, de algum jeito, aquela ruiva conseguiu penetrar minhas defesas.

Quando Serena entrou na prisão, cheia de raiva e injustiças, algo nela me chamou a atenção. Talvez fosse o olhar desafiador ou a maneira como nunca se curvava diante das outras mulheres. De início, foi fácil desprezá-la. Era mais uma inimiga, alguém que precisava aprender seu lugar. No entanto, a cada confronto, percebi que havia mais ali. Havia uma força, uma determinação que ecoava com algo dentro de mim.

Ela tinha essa necessidade irritante de me desafiar, de me provocar. E eu, claro, não deixava barato. Mas com o tempo, algo mudou. A faísca entre nós se transformou em uma tensão insuportável, uma atração que eu não queria admitir. Era perigoso demais sentir algo por ela, mas era impossível ignorar.

Planejar a fuga juntas foi um movimento estratégico. Serena era inocente demais aos olhos de alguns, e eu precisava exatamente de alguém que passase despercebido, precisava da ajuda dela e como pagamento ela iria fugir junto a mim. No fundo, eu sabia que estava me envolvendo demais, e isso me perturbava. Sentimentos eram luxos que eu não podia me permitir, mas segui em frente, convencida de que era apenas pelo plano.

No dia em que fomos ajudar o Inspetor, fiz o que sabia fazer de melhor: escolhi a mim mesma. Deixei Serena para trás, traí sua confiança. Foi um ato calculado, um movimento para garantir minha própria liberdade. Mas, mesmo enquanto corria pela minha liberdade, algo me incomodava. Uma sombra de arrependimento que eu tentei ignorar.

Eu a trai, deixei-a para trás. Disse a mim mesma que era por sobrevivência, que ela era um risco. Mas a verdade é que eu estava apavorada. Apavorada com o que sentia, apavorada com o que poderia acontecer se continuássemos juntas.

Meses depois, com um dos meus contatos eu soube que Serena havia escapado, no mesmo dia em que eu havia fugido. Algo despertou em mim. Não era apenas alívio ou curiosidade. Era necessidade. Eu precisava vê-la, entender por que ela ainda estava na minha mente, precisava entender o que estava acontecendo dentro de mim.

Descobri onde a Ruiva estava se escondendo do mundo, agora a mesma se chamava Teresa e confesso que ela havia sido esperta ao escolher uma cidade quase esquecida por todos, longe o suficiente para que nunca a achassem. Eu passei a observá-la por cerca de duas semanas, comecei a acompanhar a rotina de Serena, tudo de uma maneira que ela sequer percebece minha presença.

Era uma rotina de uma pessoa infeliz, podia ver isso pelo jeito em que sua face estava sempre séria, sem brilho. Posso dizer que vi Serena sorrir mais vezes na prisão do que em sua nova falsa identidade. Ela apenas estava "feliz" quando estava bêbada em bares, mas isso apenas era o efeito do álcool

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⏰ Última atualização: Aug 05 ⏰

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