Nervous | Jakehoon.

feelings.

" I can taste it, my heart's breakin', please don't say
That you know, when you know
I can't take it, I'm impatient, tell me, baby
Now I know, you should go."
"Cry Baby" — The neighborhood.

Sunghoon acordou naquela manhã com uma sensação rara de descanso. O sol já estava alto no céu, os raios de luz atravessando as cortinas finas e aquecendo levemente seu rosto. Ele olhou para o relógio na parede: já passava das dez. Sem treino programado para o dia, ele se permitiu o luxo de permanecer na cama por mais tempo.

Enquanto se espreguiçava, sentiu uma onda de preguiça tomar conta de seu corpo. Seus músculos ainda estavam doloridos das longas sessões de treino dos dias anteriores, mas a dor parecia mais leve, quase como um lembrete de seu esforço incansável. Fechou os olhos novamente, tentando aproveitar cada segundo daquela manhã tranquila.

A mente de Sunghoon, no entanto, não lhe dava trégua. As palavras de Jay, ditas no vestiário na noite passada, ecoavam em seus pensamentos. "Você está se matando com esses treinos... Você precisa encontrar um equilíbrio... Conheça pessoas novas, se relacione de novo."
Jay estava preocupado, e com razão. Sunghoon sabia que se isolar do mundo, que usava os treinos como uma forma de evitar encarar seus próprios sentimentos e medos.

Ele suspirou, virando-se na cama para olhar o teto. Será que Jay estava certo? Será que ele estava realmente perdendo tudo de bom que a vida tinha a oferecer? A ideia de se abrir para novas pessoas e experiências parecia assustadora, mas talvez fosse o que ele precisava para finalmente seguir em frente.

Jungwon, seu irmão mais novo, bateu suavemente na porta antes de entrar.

— Hyung, você vai levantar hoje?  perguntou, com um sorriso brincalhão no rosto.
Sunghoon sorriu de volta, sentindo-se grato pela presença constante de Jungwon em sua vida.

— Daqui a pouco. — respondeu, sem a mínima vontade de se mover.

Jungwon balançou a cabeça e saiu do quarto, deixando Sunghoon sozinho novamente. Ele sabia que precisava levantar, que não poderia passar o dia inteiro na cama, mas a preguiça parecia colar seu corpo ao colchão.
Enquanto estava ali deitado, pensou em todas as oportunidades que talvez tivesse perdido por estar tão focado no patinagem.
Amizades que enfraqueceram, convites que recusou, momentos que deixou passar.

Finalmente, com um grande esforço, Sunghoon se sentou na beira da cama. Olhou para a janela, onde o sol brilhava intensamente, iluminando seu quarto de forma acolhedora. Talvez Jay estivesse certo; talvez fosse hora de dar uma chance a si mesmo de viver além do gelo. Ele sabia que não seria fácil, que levaria tempo e exigiria coragem.
Mas estava disposto a tentar.

Levantou-se, esticando os braços acima da cabeça, sentindo os músculos despertarem de sua letargia. Caminhou até a janela e abriu as cortinas, permitindo que a luz do sol inundasse o quarto. Olhou para o mundo lá fora, cheio de possibilidades e promessas.

Com esse pensamento, Sunghoon finalmente deixou a preguiça de lado e começou o seu dia, determinado a encontrar um novo equilíbrio entre sua paixão pela patinagem e a vida que ainda tinha para viver.

Aquele dia parecia que seria perfeito, não tinha nada para fazer, ia curtir o dia com seu irmão e aproveitar, talvez quem sabe, sair para dar um passeio.

Mas, a vida não é um mar de rosas, e nem tudo sai como a gente planeja.

Não tão longe dali, Jake desceu do avião, sentindo o ar quente da Coreia do Sul envolvê-lo enquanto caminhava pelo corredor em direção ao desembarque. Depois de uma longa viagem da Austrália, ele estava finalmente de volta. O peso das memórias e a onda de nostalgia que o invadiu ao pisar novamente em solo coreano foram quase esmagadores.
Havia algo de familiar e ao mesmo tempo doloroso em estar ali novamente.