Lia então tira a venda, e então...
— Eu vejo... — Lia cai de joelhos perante Aslan, a magnificência do grande leão a deixando sem palavras. Seus olhos se enchem de lágrimas de emoção ao ver a majestade e bondade em sua presença.
— Levante-se, minha filha. — Aslan a incentiva com uma voz suave, mas firme, que parece vibrar na própria terra. — Há muito a ser feito.
Lia, ainda atordoada pela visão, sente um calor reconfortante ao ser erguida por Lúcia, que segura sua mão com firmeza. Os olhos verdes da menina transparecem uma alegria incrível, um brilho de esperança e coragem renovada.
— O que vamos fazer, Aslan? — Pergunta Lia, sentindo a curiosidade e a emoção crescendo em seu peito.
— As amigas de Lúcia já dormiram de mais, não acha? — Diz Aslan, olhando com um sorriso terno para a Pevensie mais nova, que retribui com um olhar de compreensão.
Aslan ergue a cabeça, seu olhar se dirigindo às árvores ao redor. Seu rugido ecoa pela floresta, poderoso e cheio de vida. As árvores, que antes pareciam meras sombras adormecidas, começam a despertar. Folhas tremulam e galhos se estendem como se estivessem se espreguiçando após um longo sono.
— Acordem, amigas! — Brada Aslan, sua voz repleta de autoridade e amor. — Nárnia precisa de vocês!
As árvores começam a se mover, raízes se desenterram suavemente do solo e troncos se torcem, revelando rostos antigos e sábios. As folhas murmuram como se estivessem sussurrando segredos umas às outras, e uma brisa fresca e revitalizante sopra por entre elas.
— Aslan está de volta! — Gritam algumas das árvores mais velhas, suas vozes profundas ressoando com alegria. — É hora de proteger nossa terra!
Lia e Lúcia observam maravilhadas enquanto a floresta ganha vida ao seu redor, sentindo a magia de Nárnia pulsar mais forte do que nunca. Aslan se vira para elas, seus olhos brilhando com uma sabedoria ancestral.
— Lia e Lúcia, sigam até a margem do Beruna, seus irmãos vão precisar de vocês lá. - o grande Leão diz
Lia junta seu arco do chão e o coloca nas costas, ela e Lúcia seguem até a margem do Rio. Os telmarinos já estavam chegando na margem oposta, mas param ao verem Lia e Lúcia.
Lúcia retira seu punhal da cintura, o brilho da lâmina refletindo a luz do sol, enquanto seu olhar determinado se fixa no inimigo. Ao seu lado, Lia, com precisão meticulosa, puxa uma flecha de sua aljava e a posiciona com firmeza no arco, mirando diretamente em um dos telmarinos que se aproximava.
Os telmarinos estavam cercados. De um lado, Pedro, Suzana, Edmundo, Caspian e um exército de Narnianos avançavam com uma força implacável. Seus escudos e espadas brilhavam ameaçadoramente. Do outro lado, Lia, Lúcia e o majestoso Aslan, o grande Leão, formavam uma linha de defesa intransponível. Mas, apesar da situação desesperadora, o orgulho e a arrogância dos telmarinos impediram que sentissem medo.
— Estão com medo de umas crianças e um leão? — o general telmarino gritou, sua voz cheia de desdém e desafio. — Atacaaaaaar! — ele vociferou, sua ordem ressoando pelos campos enquanto os soldados obedeciam prontamente, tentando atravessar o rio com determinação feroz.
O general, em sua armadura brilhante e montado em um cavalo imponente, pôs-se a galopar pela ponte recém-construída, a madeira rangendo sob o peso do exército. Mas antes que pudesse cruzar a metade da ponte, Aslan soltou um rugido poderoso, um som que reverberou pelo ar, enchendo os corações dos Narnianos com coragem e os dos telmarinos com temor.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Um amor real
RomanceLia a irmã de Caspian, não enxergava por conta de uma tirania do seu tio Miraz, mas após encontrar os irmãos pevensie ela acaba se apaixonado pelo Rei Edmundo o justo. Será que ele vai sentir o mesmo?