segundo encontro (primeira parte) - paige's version

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essas mensagens foram o suficiente pra que eu mudasse meus planos de ir na próxima semana.
poe simplesmente lembra de mim. lembra da nossa conversa apoiadas na mesa de centro da cozinha daquela festa, mais próximas que o comum pra podermos nos ouvir por causa do som. lembra de tudo que eu disse sonhar em fazer. ela tem memórias minhas e ainda reclamou que eu não tinha mandado nada. acho que vou explodir.
eu comprei minha passagem de avião agora há pouco. peguei a minha mala de guerra e coloquei o maior número de roupas possível e não porque eu vá precisar, mas minha ansiedade está totalmente atacada.
não tenho plano de viagem, não tenho nenhum compromisso como atleta marcado, a minha faculdade começa semana que vem e eu sequer olhei hotéis ainda. mandei mensagem para a minha mãe que a esse horário deve estar no seu quinto sono e avisei que não estaria aqui pela manhã, por conta de um campeonato - que não existe.
dizem, pelo que já ouvi em algum lugar, que quando fazemos esse tipo de loucura por alguém, é porque já estamos completamente lesados pela pessoa. e talvez eu esteja muito lesada por poe.
e por que eu não ficaria, sabe? eu tinha simplesmente uma loira alta de boné usando uma camiseta enorme da the clash bem na minha frente, tendo tanta gentileza comigo e conversando sobre tudo que eu poderia imaginar. tão área, sem jeito, com um charme que ela sequer percebe que tem sobre as pessoas. especialmente sobre mim.
fico imaginando agora quando eu a ver. acho que vou colapsar ali mesmo, na frente dela, de nervoso. estou planejando toda a logística de ir até ela mas eu simplesmente não sei como vou reagir, ou o que vou dizer. com esse sentimento todo, capaz que eu pareça ter algum problema e não fale nada que faça sentido. ou nem fale nada. ficarei olhando e apreciando aquele rosto em completo silêncio.
é uma hora e meia da manhã. preciso dormir, tenho que estar no aeroporto 7 da manhã (por que eu fui inventar, meu deus?).

estou sentada na janela da sexta fileira do avião, o que é bom porque sinto que não estou nem muito longe do centro e nem muito próxima do fundo. tô com uma visão tão privilegiada e bonita do céu de Arizona que nem sequer parece aqui.
está tudo mais azul do que o normal.
um azul bebê.

paige heyn | 13:40

poe, eu estou aqui no aeroporto de jacksonville.
com uma mala pesada e suando.
você tá livre? quero te encontrar.

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