O.3 - I Tell You What I'm Thinkin' About.

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Regulus P.O.V

Após a seleção dos primeiranistas, o jantar é servido. Acabo por colocar pouca coisa em meu prato por falta de apetite, porém mesmo assim, fico apenas brincando com a comida em meu prato, suspirando cansado.

Themius e Ev não quiseram vim jantar dessa vez, optaram por dormirem. Ou era o que eles achavam que eu pensava que eles estavam fazendo.

Desanimado, me levanto da mesa da sonserina, saindo do salão principal. Minha cabeça tava a mil pensamentos em pouco tempo, e eu não fazia ideia de como a fazer parar. As crises de pânico e ansiedade já eram normais, eu me familiarizei com elas. Fui obrigado a tal, já que quando Sirius passava a noite na casa dos Potter, as crises eram as únicas que ficavam, mesmo me fazendo mal.

Tentava respirar fundo, tentando me acalmar minimamente. Quando mal percebo, já estou no banheiro da Murta-Que-Geme. Esperei por ela e sua aparição, mas nunca veio tal acontecimento. Entro em uma das cabines, me sentando no chão empoeirado do banheiro esquecido e pouco usado.

Afrouxando a gravata, tento respirar o mais normal que consigo, porém eu não consigo, apenas consigo sentir a minha respiração começar a ficar cada vez mais afobada, me fazendo tossir levemente enquanto tentava pegar um pouco de ar puro.

Levanto minha cabeça, a apoiando na parede enquanto puxava levemente meus cabelos ondulados. "eu consigo parar de chorar, isso é só um draminha." repito essas mesmas palavras mentalmente sabendo que não faria efeito quase nenhum. A frase "isso é só um draminha" se reviravam em minha mente, me fazendo desesperar mais.

Subo no vaso sanitário fechado enquanto ouvia passos vindo do corredor do banheiro, me fazendo ficar desesperado."e se me dedurarem a papai e mamãe, dizendo que me ouviram chorar? por Luna, acho que eles me matariam." penso ouvindo os passos se aproximarem da porta, mesclando os passos com o barulho da minha respiração desregulada.

Fecho os olhos, ouvindo alguém abrir a porta da cabine em que eu estava.

- Black? - Uma voz familiar questiona com um tom arrogante, abro os olhos, avistando James ali. Ao olhar para ele, foi como se uma chave tivesse aberto a porta de todas as memórias que ruins que ele fez contra mim.

O balde de água gelada no frio, o nojo em seu olhar, o bullying que ele fazia comigo nos primeiros anos quando meu irmão estava longe de nós.... tudo isso veio a tona, fazendo a crise piorar.

Quando me dou por mim mesmo, eu estou caído no chão, abraçando meu próprio corpo, chorando e tremendo, a falta de ar ainda presente. Levanto meu olhar, vendo que James já não estava mais ali. Era óbvio que ele ia me deixar ali sozinho.

Fecho os olhos, tentando controlar a minha respiração a todo custo, sabendo que não ia adiantar nada. Sinto sendo levantado do chão, ficando sentado encostado na parede fria de mármore.

Sinto uma mão abrindo minha boca e pressionando uma garrafa de água em meus lábios, me fazendo engolir a água, tentando me ajudar. A garrafa se distancia de meus lábios, mas em seguida, sinto ser abraçado e meus dedos sendo entrelaçados com dedos longos e quentes, fazendo contraste com meus dedos curtos e frios.

- Aperta minha mão com a força que for preciso para que você se acalme, Regulus. Não se preocupe em me machucar, se preocupe em se acalmar. - Escuto, respirando fundo e apertando a mão quente contra a minha, me acalmando aos poucos.

Quando minha mente volta ao que era antes, tento buscar na memória o que desencadeou a crise. A primeira coisa que me vem a mente é de quando mamãe gritou que eu estava gordo, eu devia emagrecer. Ao pular o jantar, talvez isso tenha desencadeado a crise.

Daddy Issues - Jegulus/WolfstarOnde histórias criam vida. Descubra agora