𝐓𝐑𝐀𝐂𝐊 𝟭: sixteen and wild.

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❝Secret jokes all alone
No one's home, sixteen and wild.❞

𝙀𝙉𝙏𝙍𝙀𝙑𝙄𝙎𝙏𝘼𝘿𝙊𝙍𝘼: ─ Vamos começar do início. Quem é Lexi Sanderson? Como foi a sua infância?

𝙇𝙀𝙓𝙄 𝙎𝘼𝙉𝘿𝙀𝙍𝙎𝙊𝙉: ─ Bom...─ Lexi suspira. ─ Eu não nasci aqui, sou de Honolulu, a capital do Havaí. Na verdade, nasci lá, mas depois fui morar em Kailua.

Até os cinco anos, Lexi morava em Kailua, uma cidade do Havaí. Depois que os avós foram morar em Santa Mônica, seus pais decidiram se mudar para Pittsburgh, uma cidade pequena e um tanto esquecida, mas boa para uma infância tranquila.
Durante a mudança para um bairro pequeno, a curiosidade de alguns vizinhos que queriam conversar e até ajudar na mudança. Parecia algo normal para eles. O sotaque forte da família sempre deixava claro que eram de fora e não falavam a mesma língua que a dos vizinhos.

Lexi: ─ Eu me tornei amiga dos Dunne muito rapidamente, especialmente do Graham. Tínhamos a mesma idade, então acabamos na mesma escola e nas mesmas aulas todos os anos até a formatura.

Entrevistadora: ─ Foi um pesadelo? ─ Ela sorri.

Lexi: ─ Eu diria que sim. ─ Ela riu e sacode a cabeça.

Depois de alguns anos, percebi um padrão na pequena cidade, um padrão que também existia na cidade anterior. As pessoas normalmente se casavam com seus namorados do ensino médio, tinham dois ou mais filhos e levavam uma vida tranquila. O ciclo nunca parecia acabar, pelo menos até que alguma criança prodígio decidisse rompê-lo. Definitivamente, Lexi não era essa criança. A ideia de uma vida calma e previsível era ideal para ela, algo que desejava desde sempre.

Entrevistadora: ─ Como você se apaixonou pela música? Houve algum motivo específico?

Lexi: ─ Meus pais adoravam festas, especialmente minha mãe. Ela me ensinou a tocar violão e depois comecei a escrever músicas. Foi algo muito natural para mim.

Na adolescência, o ensino médio foi tedioso, mas foi bem melhor do que o ensino fundamental. Mesmo com as mesmas pessoas na mesma cidade, aos dezesseis anos tudo era mais interessante do que aos doze ou treze. E, é claro, havia os amores adolescentes, que muitas vezes levavam ao casamento e à vida simples na cidade, embora sabemos que nem sempre foi assim.

Entrevistadora: ─ Como a banda começou? O que aconteceu nos bastidores?

Lexi: ─ Quem você entrevistou antes de mim? Eles foram totalmente sinceros?

Entrevistadora: ─ Camila e Graham, e eles foram bastante sinceros.

Lexi: ─ Claro que foram sinceros. ─
Ambas riem e Lexi suspira.

Todo mundo conhece a história clássica de perceber que está apaixonado pelo melhor amigo apenas na adolescência, quando o vê com outra pessoa. Para Lexi, não foi tão diferente. A única coisa boa foi que ela não se incomodou em ver Graham com outra pessoa; na verdade, ela achava que ele merecia alguém legal, embora nenhuma dessas meninas conseguisse mantê-lo por mais de dois ou três meses. Foi complicado até eles perceberem que pareciam mais um casal do que muitos casais. Não houve um pedido formal, nem aquela situação de mudar de grupo de amigos porque estavam namorando ou de apresentá-los aos pais. Aconteceu simplesmente, sem um dia de início definido ou um momento exato de término.

A verdade é que, algum tempo antes de realmente decidir formar uma banda, a banda era do Graham, apenas ele, Eddie, Chuck, Warren e Lexi assistindo tudo de lado, embora ela nem sempre prestasse atenção às músicas. Estava sempre muito focada em alguma leitura ou nos deveres de casa. Mas tudo mudou quando Billy entrou na banda.

Lexi: ─ Foi quando entrei como segunda voz e compositora. Eu lembro de termos ensaiado durante todo o inverno, o que foi terrível; minha garganta doía por semanas devido ao esforço no frio.

Quando a banda decidiu se mudar, duas coisas aconteceram: Lexi decidiu que não fazia sentido continuar namorando Graham, mesmo que agora pudessem morar juntos, e houve a reação dos pais de Lexi. Poderia ter sido pior; na verdade, não houve reação alguma. Eles estavam tão surpresos quanto a pequena Lauren que mal conseguiam raciocinar rápido.


1966, Casa dos Sanderson's.

─ Vocês estão bravos? ─ Lexi pergunta baixinho.

─ Não, definitivamente não! É apenas surpreendente, sabe? ─ Evie responde rapidamente, preparando o prato da irmã mais nova de Lexi.

─ Serão apenas vocês e os garotos? Você será a única garota? ─ James coloca o copo de suco de Lauren sobre a mesa.

─ Camila vai também... ─ Lexi responde baixinho, embora não saiba ao certo até estar na van.

─ Quem é Camila? ─ James senta-se na poltrona da sala.

─ Ela é namorada do Billy ─ Evie respira fundo. ─ Pelo menos acho que é.

─ Sim, temos a mesma idade. Vocês conhecem ela e os pais dela também ─ Lexi apoia-se no balcão da cozinha.

─ Tem certeza de que ela vai? Não sei se os pais dela concordariam com isso... ─ James suspira.

─ Vocês não querem me apoiar? Eu sei que o plano era eu ir para a faculdade e seguir tudo certinho, mas pensem pelo lado positivo. A vovó mora perto de lá; se algo der errado, posso morar com ela ─ Lexi respira fundo.

─ Claro que vamos te apoiar, somos seus pais! ─ Evie sorri.

─ Mas queremos que você tenha a responsabilidade de saber que isso pode não te garantir dinheiro suficiente ─ James fala alto da sala.

Depois de uma longa noite e manhã de conversas, incluindo ligações para a vovó Margaret e uma amiga de infância para garantir que nada desse errado, Lexi conseguiu ir embora. Mesmo que os pais tivessem certeza de que Camila não iria, eles nunca prenderiam Lexi na cidade pequena ou desejariam que ela não seguisse seus sonhos.

Lexi: ─ Alugamos uma casa antiga que os meninos diziam ser mal-assombrada; principalmente meu quarto era considerado mal-assombrado. Depois de um tempo, Karen apareceu e começou a dividir o quarto comigo.

Lexi: ─ Quando conhecemos Karen, eu já estava bem e Graham, obviamente, estava solteiro. Vi que ele se apaixonou à primeira vista, o que foi realmente bonito, mas depois conheci Karen e soube que não daria certo. E claro, depois de convencer ela a entrar na banda, ela aceitou.


1966, Casa dos 'Dunne Brother's'

─ Oi, desculpa, estou tentando limpar os lugares mais empoeirados, não sabia quando você chegaria ─ Lexi joga o pano sobre o balcão e sorri.

─ Os meninos dizem que o quarto é assombrado. Se for verdade, vocês serão assombradas juntas... ─ Camila ri baixinho.

─ Vai ser super legal ser assombrada com uma colega de quarto ─ Karen sorri e coloca as malas no chão.

─ Tem certeza de que não se importa de dividir o quarto comigo? Se preferir, pode ter o quarto só para você... ─ Lexi suspira enquanto Camila sai pela porta.

─ Tudo bem, não estou a fim de ser assombrada sozinha ─ Karen ri.

As garotas passaram duas horas arrumando o quarto para garantir que ficasse do jeito que ambas gostariam. Armário, cômoda, baú da cama e penteadeira foram organizados de maneira confortável. Durante esse tempo, não conseguiram ficar quietas, contando histórias de suas vidas, mostrando cadernos de músicas e partituras para começarem a compor juntas. Parecia um sonho.

Reflections, DJATSOnde histórias criam vida. Descubra agora