Internato.

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Em algum canto de Secresta, em uma cafeteria local, duas crianças estavam sentados na mesa mais próxima da janela, apreciando a vista em meio ao fim de verão. O garoto, com seus cabelos pretos chegando ao fim de sua nuca, degustava o seu café preto enquanto apreciava sua cor, ele ergue a cabeça, vendo a garota em sua frente, que olhava para o céu nublado do fim de tarde, a garota enfim olha para ele.

- Algum problema? - Indagou.

- Não... Só reparei em como você está tranquila demais, amanhã é o primeiro dia de aula, sabe? - Explicou, olhando preocupado.

- Tem razão, mas eu ficar ansiosa com isso não vai mudar nada, né? - Disse, com um sorriso nos lábios.

- Você é tão otimista... - O garoto comenta.

- Não, você que é pessimista! - Rebateu.

O rapazinho se levanta, indo em direção ao balcão acompanhado de um homem cujo rosto não se via e pagando a conta, ele se volta à mesa novamente, estendendo a mão para a garota e a mulher ao lado dela, a menina decide pegar em sua mão e o garoto se surpreende com sua altura superior quando ela se levanta. Do lado de fora, eles são surpreendidos com uma brisa fria do vento.

- Acha que nos daremos bem lá? - Perguntou, inseguro.

- Eu não vejo o porquê não! Nunca ouvi tantos alardes vindos de lá.- Respondeu, otimista.

- Vai ficar tudo bem, Azkar!

Após ouvir essa frase, Azkar sente sua vista embaçar, em um segundo, ele olhava para sua irmã, no outro, encarava o teto de seu quarto. Após se dar conta, ele pisca um olho de cada vez, dizendo:

- Que sonho estranho...

Ele se separa de seus lençóis e de sua cama, sentindo um desconforto na região das costas, ele se vira, engolindo seco após olhar para sua cama uma segunda vez. Dando um ou dois passos, ele tropeça em si mesmo, desequilibrando-se e batendo a cabeça no batente da porta, gemendo de dor em seguida.

Passos são ouvidos e a porta se abre pelo lado de fora, uma garota com cabelos negros, menor e com uma expressão de preocupação.

- Você está bem!? Eu ouvi o barulho, o que aconteceu? - Ela o sequencia de perguntas.

Azkar, com a mão na testa e sangue escorrendo na mesma, olha bem para a garota em sua frente e sem dizer nada, parece surpreso com algo. A morena, sem pensar muito, corre e volta com alguns suprimentos básicos.

Após algum tempo, o garoto está sentado na mesa de jantar, acompanhado de sua família, a mulher mais velha o estranha, por não ter encostado no garfo ainda.

- Azkar? - Ela o chama. Sem resposta.

- Azkar! - Repetiu, o garoto parece ter acordado de um transe.

- Hã? O quê? - Ele olha pros lados, perdido.

- Não vai comer? Hoje é o seu primeiro dia de aula no internato! Essa é a sua única refeição caseira da semana!- A mulher o avisa, ele então decide pegar o garfo e começar a comer.

Do lado de fora, olhando para o céu e apenas ouvindo o barulho da porta batendo, Azkar aguarda pacientemente. A mesma garota de antes o surpreende apenas por andar até o seu lado.

- Que foi? - Ela o questiona.

- Hã? Nada. - Respondeu de forma simples.

- Tem certeza? Nem parece aquele arrogante que você é! Estou começando a achar que não é mais meu irmão. - Comentou.

O rapaz apenas balança a cabeça e segue o seu caminho, sendo acompanhado pela garota.

"Que estranho."

Adorados por CupidosOnde histórias criam vida. Descubra agora