★ PRÓLOGO ★

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VALÊNCIA - ESPANHA

VEGA ÁLVAREZ

- Muere bastardo - Digo enquanto aponto a arma para a cabeça de Leonardo e aperto o gatilho fazendo o homem de terno a minha frente cair no chão sem vida.

Leonardo Guzmán é um empresário corrupto que fui encarregada de matar a um mês, confesso que foi mais fácil do que eu pensei, foi só oferecer uma noite com ele e trazê-lo para o apartamento, o imbecil achou mesmo que eu dormiria com ele e agora está caído no chão do próprio imóvel com sangue jorrando de sua cabeça.

Olho ao redor do lugar e vou até à mesa de centro deixando a minha arma encima dela e pegando o meu celular discando o número de Demétrio Álvarez, meu pai.

- Já terminou o serviço Vega? - Escuto seu tom sério de voz e sorrio.

- Sim, o alvo já foi abatido - Me aproximo do corpo e me ajoelho próxima à cabeça dele passando meus dedos pelo sangue no chão.

- Ótimo, eu avisarei ao cliente que Leonardo já está morto, agora se livre do corpo dele - Escuto um resquício de sua risada e logo em seguida ele desliga o celular.

Levanto-me e vou em direção ao banheiro do apartamento, me olho no espelho e percebo o meu estado, antes de atirar no desgraçado eu tive que lutar com ele, pois o imbecil mexeu em minha bolsa e encontrou a arma. Tiro as luvas e jogo no lixo, em seguida retiro meu blazer cinza que se manchou de sangue e também o jogo junto com as luvas, amarro meu cabelo em um rabo de cavalo e saio do banheiro indo até à sala, pego a minha bolsa e procuro o isqueiro e quando o encontro, eu o pego e vou até à cozinha pegando uma garrafa de Whisky em um dos armários e volto para o banheiro, derramo a bebida no lixeiro onde estão minhas roupas e vou fazendo um rastro pelos cômodos até chegar na sala e eu derramar o resto do Whisky no corpo de Leonardo.

Jogo a garrafa no chão e ela se quebra fazendo os cacos de vidro se espalharem por todo o local, pego a minha arma encima da mesa e a guardo novamente em minha bolsa, vou até à porta de saída, mas antes de sair eu risco o isqueiro e o aproximo de algum rastro feito pela bebida e vejo as chamas se levantarem e começarem a consumir o lugar, em pouco tempo o alerme de incêndio começa a tocar. Fecho a porta do imóvel e vou até o elevador que para a minha sorte não tem ninguém, aperto o botão do estacionamento e as portas do elevador se fecham enquanto um sorriso vitorioso surge em meus lábios, me sinto mais vitoriosa ainda quando me lembro que na noite passada eu invadi o sistema das câmeras de segurança repetindo a gravação de três dias atrás e dopei o porteiro hoje de manhã, ninguém nunca saberá quem matou Leonardo Guzmán, da mesma forma que nunca souberam quem foi o autor dos diversos assassinatos que andam aterrorizando a Espanha.

As portas do elevador se abrem e eu saio pelo estacionamento a procura do meu Jaguar F-Type, assim que o encontro abro a porta dele e entro arrumando o retrovisor e dando partida para minha casa.

Esse foi o meu terceiro assassinato no mês, matar se tornou um vício, pela morte de Leonardo eu irei receber 300 milhões de dólares, ser modelo é somente uma desculpa para explicar o dinheiro que eu e meu pai temos.

Demétrio Álvarez, um assassino que me ensinou tudo que sei e o homem que eu chamo de pai, mas nem sempre foi assim, ele se tornou meu pai logo depois que me adotou no orfanato Rincón de Mariposas quando eu tinha sete anos de idade, eu fui parar naquele lugar depois que os meus pais se suicidaram por estarem devendo dinheiro aos homens com quem eles compravam heroína, eles eram viciados e sequer se importaram comigo pois se mataram no dia do meu aniversário de cinco anos de idade. Eu passei dois anos no orfanato até ser adotada e só eu sei o que fizeram comigo lá dentro.

Fecho os meus olhos com força quando as lembranças começam a me perturbar, as lágrimas escorrem pelo meu rosto e trato de limpa-las logo, dirijo pelas ruas de Valência com a mente um turbilhão, o meu passado é um fantasma que me assombra, mas graças a ele, eu me tornei quem eu sou, eu faço o que faço e não me arrependo, se for para ir para o inferno, então eu quero ir sendo mais poderosa do que o próprio diabo.

Estaciono o carro na garagem e quando saio do automóvel vejo meu pai me esperando na porta de casa como faz durante todos os anos que trabalho como assassina de aluguel, é como se fosse uma forma dele ver se eu estou bem. Adianto os passos até ele e o vejo abrir os braços para me receber como sempre fez, com um abraço.

- Minha filha - Ele me envolve em um abraço confortante e eu me aconchego em seu ombro direito - Que trabalho maravilhoso como sempre, parabéns!

- Obrigada pai, aprendi com o melhor - Ele sorri e me solta, logo em seguida, ele segura em minha mão e entramos dentro de casa, onde vejo duas taças de vinho postas sobre a mesa de centro.

- Venha, vamos beber - Nos sentamos no sofá e brindamos a nossa vitória.

- Amanhã de manhã iremos receber o dinheiro - Ele me avisa enquanto toma um pouco de seu vinho e eu sorrio.

- Assim espero, mas se caso não for assim, eu conheço outra forma de receber - Digo perversa e o vejo concordar com o olhar.

- Tenho uma notícia para você e posso garantir que você irá gostar. - Ele não precisava dizer mais nada, eu já imaginava do que se tratava.

- Quem eu tenho que matar? - Uma risada rouca saiu de sua garganta e ele se levanta indo em direção ao escritório, dou um último gole no vinho e o sigo.

Entramos no cômodo onde sempre tratamos dos nossos negócios desde os meus 17 anos quando eu cometi o meu primeiro homicídio ao lado dele, desde então, é aqui que conversamos com clientes e o que devo fazer com os alvos.

- Christian Blake, um empresário de New York, ou como ele é conhecido, um dos maiores empresários dos Estados Unidos . - Meu pai pega uma pasta preta e me entrega, me sento em uma das cadeiras e a abro vendo as informações sobre o tal empresário e algumas fotos dele.

- Quem o quer morto e por quê? - Pergunto enquanto leio as informações presentes nos papéis. Christian Blake, 57 anos, dono de uma das maiores companhias de empresas, a Blake Company, são informações mais rasas o que me leva a crer que quem o quer morto não conhece muito sobre ele.

- Um empresário italiano, mas ele não quis dar mais detalhes, disse somente que com a morte de Blake os negócios dele podem decolar - Meu pai me explica e eu fecho a pasta quando termino de ler.

- Quanto tempo eu tenho para matá-lo? - Eu sempre tive um prazo para cometer os meus assassinatos e eu sempre os cumpri antes dos prazos.

- Você tem um ano para sumir com ele - Eu dou risada, um ano era muito tempo e eu não precisava disso tudo para fazer isso.

- Eu não preciso de um ano, em três meses eu consigo matar ele - Digo em um tom debochado pois sei o que eu posso fazer e não preciso de um ano para isso.

- Ele é um dos maiores empresários dos Estados Unidos, você não pode sumir com ele em três meses como você pensa, ele é cercado por seguranças e para se aproximar dele você precisa de tempo Vega - Odeio admitir, mas meu pai tinha razão, por mais que eu consiga matar ele antes do prazo eu não posso fazer isso, seria arriscado demais.

- Quando eu viajo para New York? - Eu tinha que planejar como me aproximar dele e como fazer ele sumir sem levantar suspeitas.

- Daqui a três dias, você precisa tomar cuidado com cada passo que você pensa em dar, pois você estará fora do país minha filha e o cuidado nunca é demais. - Eu tenho três dias para pensar na melhor forma de sumir com Blake do mapa, o desgraçado não faz ideia de que a sua vida está em minhas mãos, ele irá morrer da mesma forma que os outros morreram.

- Fique tranquilo papai, eu sei me virar e ele nem saberá o que o atingiu - Dou risada enquanto penso nas possibilidades que posso aproveitar. Comece a orar Blake e peça misericórdia para Deus, pois a rainha da morte vai te encontrar.

THE QUEEN OF DEATH Onde histórias criam vida. Descubra agora