único

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Exaustão.

Essa era a palavra que definia intensamente Lee Taeyong naquele momento. Talvez fosse a rotina puxada que tinha ou então a correria que sempre estava envolvido para salvar Ten estava o deixando maluco ao extremo.

Taeyong o amava e isso era claro. Era assustadoramente claro para todos ao redor e doloroso ao seu coração que a pessoa que escolheu amar não estava bem e saudável para retribuir um sentimento que deveria ser lindo e singelo.

O Lee podia tê-lo em seus braços quando quisesse, mas isso não importava se no dia seguinte ou até mesmo horas depois Ten já não se lembraria mais do ocorrido, afinal sua condição de saúde o impediria de lembrar disso por muito tempo.

Chegava a ser curioso como a doença de Ten não ceifava o endereço de Taeyong de sua mente da mesma maneira que isso acontecia com o sentimento entre eles. Uma pessoa não podia amar sozinha, logo, eles nunca teriam o que o Lee tanto sonhava.

Ten já havia sido saudável um dia. Era um adolescente cheio de vida e esperança, emanava energia para onde ia e nunca deixava de sorrir fazendo todos ao seu redor tocados com tanto carisma que ele possuía.

Mas não foi só isso que encantou taeyong que o conheceu em seu país natal enquanto passeava por ali no intuito de fugir da rotina. O Lee o amou pelo seu jeitinho natural de ser sem se esconder ou temer alguma reação das pessoas alheias ao seu redor.

Ah, isso havia pegado o coração de Taeyong. Na época ele ainda não sabia que isso era amor, mas conforme os dias iam passando e eles não se desgrudavam por nada causando ainda mais a sincronia entre ambos que já era única aos olhos dos outros ali.

Ninguém via maldade na amizade repentina que surgiu entre os meninos e sim uma pontinha de esperança de que a sociedade estava evoluindo de uma vez por todas deixando assim de lado a ideia de tudo virar briga e agressão quando envolviam pessoas do mesmo sexo.

Até o dia mais assustador na vida de taeyong acontecer.

Ele havia criado a rotina de sempre levantar cedo para ir se encontrar com Ten no terraço que o mesmo amava ficar vendo o nascer do sol, mas ao chegar o mesmo estava caído desacordado além de estar em uma posição extremamente incompatível com a vida.

Ten estava vivo apesar de tudo e ninguém sabia como ele havia sobrevivido a tantos traumas como ocorreu consigo. Os médicos levaram meses para finalmente darem esperanças a Taeyong de que Ten sairia do coma e teria chances de ter uma vida normal outra vez.

Seria um recomeçar. Aprenderia a andar, comer, falar, sentar e fazer pequenas coisinhas do dia a dia, mas nem tudo foi flores como o esperado. Ten era difícil, não aceitava ajuda e ficava a maior parte do tempo olhando para o nada parecendo estar vivendo em uma realidade alternativa.

O que não era uma mentira de fato.

Ten ainda estava preso na sua vida antiga. Onde ele sentia que estava sendo traído diariamente pelo seu ex namorado, antes de Taeyong, e com isso agia como se fosse uma pessoa completamente escrota para tentar se proteger de uma dor pior ao se dar de cara com a realidade.

Desde que Ten vinha lutando com a sua doença rara descoberta após longos meses em coma, ele não falava sobre isso com Taeyong e muito menos o deixava chegar perto de si sem levar muito tempo para ceder. Por algum motivo ele o lembrava seu ex traídor quase cem por cento das vezes o deixando ainda mais sensível às memórias diversas.

Suas memórias com Taeyong foram ralo abaixo e o Lee apenas aceitou isso jurando a si mesmo que não deixaria isso o afetar. Cuidando de Ten na medida do possível e o ajudando a entender que o passado deveria ficar lá e não o atormentar como isso ocorria.

Mas era uma força maior que pouco a pouco faziam Ten acreditar que o melhor era acabar com tudo.

E assim ele o fez na noite da véspera do aniversário de Taeyong. Ten se sentia exausto e traído como todos os outros dias, mas havia visto o lee chorando pelo primeira vez diante de si e implorando para que ten se lembrasse de si como eram antes de tudo.

A lembrança o atingiu com mais força do que deveria. O choque entre as realidades vividas fez com que a culpa cegasse Ten que cambaleava com as mãos na cabeça gritando consigo mesmo sobre o quão idiota estava sendo esse tempo todo, sobre o quanto estava matando quem mais o amou com suas atitudes.

E então Ten se atirou da janela do quarto de Lee Taeyong esperando que assim acabasse com a dor e pudesse ter o perdão de tantos sentimentos e caos causados no Lee durante todos esse tempo sem ter noção alguma de como estava errado.

Afinal eram um só.

traição não tem perdão | taetenWhere stories live. Discover now