Sexto

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  Sexto Capítulo

- Tá feliz vovô? - James perguntou, ele estava sentado no sofá, um cobertor e comendo sorvete, da forma mais dramática possível.

- Por que eu estaria feliz?

- Claro que não. - James soltou um riso baixo, olhando para a lareira. - Você é só um quadro.

- Você é desprezível - James riu, e o olhou, os olhos castanhos encararam os olhos verdes com raiva - Como pode machucar ele daquele jeito? Acha que as pessoas são brinquedos?

- Eu me arrependi, e eu pedi perdão diversas vezes.

- Pedidos de perdão, não fazem um copo de vidro, voltar ao que era antes.

- Mas se você usar magia, pode fazê-lo voltar ao estado anterior.

- Não tem como concertar pessoas com magia, James.

Ele sabia disso, pensou enquanto se martirizava, sabia que havia sido um idiota a vida toda, que o único culpado era ele, mas... ele apertou mais a colher, irritado com aquilo, doía de mais aquilo.

- Só está irritado, porque sabia que Severus esteve preso em uma biblioteca, nas últimas semanas, vivendo de bobeira, enquanto procurava uma forma de te tirar daí. E agora, a única pessoa que seria capaz de conseguir, desistiu.

- O que? - Harry falou confuso, sem acreditar. - Do que está falando?

- Por favor vovô. - James revirou os olhos e voltou a olhar para o sorvete.

- Diga logo! - Gritou, James revirou os olhos, e enfiou outra colher de sorvete na boca. Harry começou a se irritar, com a demora dele.

- Severus ficou fissurado em saber o que poderia ter te colocado ali, acredita que ele pediu ajuda ao Lorde? - James riu - Severus não se encanta fácil pelas pessoas, devia estar feliz, do jeito que ele é, vai passar a vida tentando te tirar daí.

- Onde está sua mãe? - Perguntou irritado, James deu de ombros.

- Sei lá, no jardim?

- Chame ela para mim.

- O que? Até parece, faz isso você... ah, desculpa, você é só um quadro. - Falou e se levantou, se arrastando com o cobertor e o pote de sorvete de lá.

Harry começou a acreditar que James não foi, quando passou minutos e nenhum sinal de vida, ele começou a se irritar. Ele passou as mãos pelo rosto e olhou para a entrada da sala, Euphemia estava parada, confusa.

- Aconteceu algo? Dá pra sentir sua magia escapando desse quadro. - Falou se aproximando.

- Você precisa entrar em contato com Severus. Precisamos conversar com ele, agora. - Falou Harry sério e ela ficou sério.

- Já chega de incomodar o garoto...

- Você não está entendendo, preciso falar com ele - Falou irritado, Euphemia soltou um suspiro.

- Ele bloqueou a lareira, e também as mensagens por coruja. Severus não quer mais contato com a nossa família.

- Ele está tentando encontrar um jeito de me tirar daqui. - Falou e ela o olhou, sem acreditar. - Eu não quero outra pessoa, perdendo metade da vida dessa forma. - Euphemia olhou preocupada para ele.

- Harry?

- Eu vi meu filho perder anos da vida dele, procurando por um jeito de me tirar daqui, desistiu dos sonhos, deixou o filho dele crescer sem orientação e quase perdeu a mulher, eu não quero que Severus desista de tudo, só para procurar uma coisa que não existe.

...

Severus chegou à mansão sonserina, ele entrou na sala, encontrando o Lorde conversando com Lucius e Regulus Black, Severus se aproximou, cumprimentando a todos, o Lorde o olhou e sorriu.

- Tem um livro em cima da mesa da cozinha, é para você - Falou, Severus ficou confuso, mas seguiu para lá. Ele se aproximou do livro e o pegou, ele passou os dedos, sentindo o quão carregado de magia negra estava.

Ele abriu na parte onde havia um marcador e olhou a página, ele estreitou os olhos confusos, não conseguia ler nada, parecia uma letra estranha. Passou os dedos pela página, sentindo a magia negra contida em cada letra, ela suspirou sentindo os dedos formigar.

- - Está em língua das cobras, era do meu pai – Severus olhou para a porta, onde Tom estava encostado o olhando, ele tinha um sorriso pequeno. Ele caminhou até Severus e pegou o livro. - Essa Maldição aqui em específico, parece que foi criada por ele, isso é incrível.

Você consegue ler? - Perguntou surpreso, e c uma admiração que fez Tom sorrir mais, ele o olhou nos olhos.

- Sim, herdei essa parte boa - Falou e virou o livro para Severus - Fala sobre o que você está procurando, é usada para prender bruxos vivos em algo antigo.

- Tem como desfazer? - Perguntou curioso, ainda admirado.

- Sim, parece que ele criou também, uma forma de desfazer.

- Você precisa... precisa vir comigo. - Falou pegando na mão dele, Severus percebeu o gesto em seguida, se repreendendo, ele se afastou envergonhado. - Sinto muito Milorde.

- Você fica extremamente fofo com essa cara. - Falou bagunçando os cabelos dele e começou a andar. - Aonde nós vamos?

O Lorde perguntou andando em direção a sala, Severus o seguiu, os dois pararam em frente a lareira, então se olharam, Severus deu um sorriso.

- A mansão Potter.

...

Euphemia estava andando de um lado para o outro na sala, enquanto pensava no que fariam para entrar em contato com Severus, quando a lareira acendeu.

- É da mansão sonserina - James disse, ao reconhecer, ele entrou na frente da mãe e atendeu, ele viu o rosto de Severus, que o olhou por um segundo.

- Eu preciso de um favor. - Falou e olhou nos olhos dele.

- O que precisa? - James perguntou, sem hesitar.

- Posso... posso entrar? Com uma pessoa?

James se afastou, dando a permissão, Harry sentiu um arrepio quando a magia tão parecida com a que o colocou ali, entrou em contato com a enfermaria, ele arregalou os olhos, sem acreditar. Não era possível que Severus tivesse trazido o Lorde Sonserina até a casa.

- Oi, me desculpe por aparecer assim – Falou Severus sem graça, Tom entrou em seguida, olhando em volta. James estreitou os olhos confusos, sem entender por que ele traria o Lorde ali.

- Olá. - Falou e andou alguns passos, ele se virou e olhou para o quadro.

Harry estreitou os olhos confusos, seus olhos então se arregalaram, sem acreditar em quem estava parado ali em sua frente.

- Tom? 

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