O Quadro

Oitavo

   Oitavo Capitulo

- Eu entendo que vocês dois tem... problemas não resolvidos – Severus começou, o Lorde estava virado para a lareira ele parecia tenso. – Deve... deve haver uma maneira que eu possa fazer o ritual eu mesmo, não é.... quero dizer... você já me ensinou coisas muito mais complicadas.

- Eu não vou tira-lo de lá, não importa o que você diga, eu não vou deixar que ele machuque você. – O Lorde falou e o olhou, seus olhos vermelhos pareciam brilhar – Eu falhei em proteger ele de meu pai, mas não vou falhar em proteger você dele.

- Milorde...

- Ele está te usando Severus, ele sempre foi assim, uma lábia perfeita, encantador, uma língua muito mais afiada que a minha e que convencia a qualquer um, fazia todos se apaixonarem por ele – Tom solto um riso baixo e o olhou. – Harry Peverell quebrou mais corações do que se pode contar nas mãos.

- Ele não...

- Eu cresci com ele Severus, Harry era imparável, uma alma livre e que gostava de se aventurar, ele tinha o mundo nas mãos, todas as pessoas aos seus pés, e então... então ele se apaixono pela única pessoa que não deveria, a única que poderia apagar o seu brilho.

Severus viu ele apertar os punhos, a magia do Lorde parecia quase sem controle, parecia que a qualquer omento a barragem estouraria e Severus seria sufocado por todo aquela magia negra.

- Meu pai o conheceu em eu aniversario, eu e Harry estávamos dançando, então ele chegou e pediu uma dança com ele, Harry não parecia muito a fim, e eu disse que era meu pai, e ele pareceu tentar me agradar... se eu não tivesse levado ele, se eu tivesse tido coragem e dito ao meu pai que Harry era meu.

- Milorde, isso não é culpa sua.

- Eu não o vi mais naquela noite, eu o encontrei na manha seguinte, nos aposentos do meu pai, ele estava sangrando e chorando, ele havia... havia – Severus sentiu a dor de Tom, que pareia prestes a desabar. – Eu o tirei de lá e o ajudei, fiz o meu melhor, eu fiz de tudo para ajudar ele a superar e então... então ele me disse que estava apaixonado por meu pai, que o amava, que não conseguia esquecer aquela noite dos dois.

Isso não fazia sentido Severus, Harry chorou por semanas, ele saiu gravemente machucado daquilo, eu testei de tudo, feitiços, poções, mas não conseguia entender como meu pai fez aquilo com Harry... como ele conseguiu ganhar os sentimentos do Harry depois de ter... eu não entendia.

Então eu fingi felicidade e o apoiei. Meu pai sabia que eu gostava do Harry, quase todas as noites, ele não colocava feitiços silenciadores, quando levava Harry, fazendo ele gritar implorando para que meu pai parasse, que estava machucando.

Então um dia eu não aguentei, eu esperei que os barulhos acabassem, porque Harry sempre ia beber água, e eu o levei embora, o mais longe que eu consegui. No inicio deu certo, o efeito que meu pai tinha sobre ele caiu, ele me agradeceu, ele me beijou e usou suas maravilhosas habilidades em mim, me deixou toca-lo, disse que me amava, me convenceu de que devíamos ficar juntos para sempre.

Eu o amava, e como amava, droga, eu ainda o amo, depois de tudo – Tom passou a mão pelo cabelo pelo que parecia a decima vez, e solto um suspiro longo e cansado. – Então eu criei a poção, nós criamos a maldita poção e ele tomou, funcionou, e Harry me traiu, ele destruiu minhas anotações e foi embora com a minha parte da poção

E não sei o que aconteceu depois disso, sei que ele voltou para meu pai, mas ele nunca chegou a entregar a poção, sei pelos seus seguidores que ele torturou Harry por dias, e o levou na frente de todos, e então um dia, Harry sumiu. Soube que ele teve uma família, ele teve um filho.

Severus se afastou, ele se sentou no sofá e levou as mãos ao rosto, seus estomago embrulhando e seu peito apertado. Por que Harry tinha aceitado tudo aquilo, feito tudo o que fez?

...

James olhou para o flu, todos na casa pareceram ficar tensos quando perceberam quem era, James foi o primeiro a dar o passo e aceitar a entrada de Severus, o sonserino olhou para todos e então caminhou até o meio da sala e se virou, seus olhos encontraram os olhos verdes e Harry viu os olhos cobertos de tristeza.

- Ele te contou tudo, não é? – Harry perguntou baixo, a voz parecia insegura.

- Qual foi o ritual vinculativo que ele usou? – Perguntou baixo, Harry abriu a boca surpreso. – Na noite do aniversario de Tom, qual foi o vínculo?

- Severus?

- Eu uso raciocino logico, não sentimental, não espere que eu acredite que amava aquele monstro. – Falou e seus olhos foram para o quadro – Ele ameaçou Tom? Eu aposto que na parte de trás, bem na sua nuca, tem um símbolo.

- Severus.

- Ele ameaçou Tom e você o obedeceu por que amava de mais Tom e tinha medo de perder ele. – Falou então deu um sorriso triste – Ele foi seu primeiro amigo e seu primeiro amor, não sei se foi romântico ou fraternal, mas importante o suficiente para que você não questionasse o Lorde Sonserina. Você deixou que ele o usasse depois disso por que não tinha ais controle sore as próprias vontades. Então ele te usou pra quebrar Tom ao ponto de ele te roubar e fugir, mas ele ainda tinha controle sobre você, nunca deixou de ter, e ele sabia que se alguém poderia conseguir criar algo para alcançar a imortalidade, seria Tom, então ele deixou que Tom achasse que você estava bem.

- Severus... – Fleamont começou, mas parou quando James o olhou, pedindo que deixasse.

- Você nunca o amou, nunca ouve sentimentos, apenas um vínculo e ameaças contra a única pessoa importante em sua vida. Agora, me responda Sr. Potter, você quer sair daí? Ou eu estou errado sobre o homem com quem passei horas tendo as conversas mais inteligentes da minha vida.

- Severus... por favor, você não entende. Eu não sei como conseguiu chegar a esse resultado...

- Bom, é uma pena que eu seja tão inteligente. – Ele deu de ombros e olhou para os olhos verdes outra vez – E então?

- E quero sair daqui.

- Bom, muito bom. – Ele puxou a varinha, Severus fez um patrono e o enviou, o corvo sumiu em seguida com a mensagem. – Preciso de uma sala vazia, O Lorde vai tira-lo daí.