Capítulo um

92 12 10
                                    

Ivan Bellini

Seguro firme a cesta de compras enquanto atravesso os corredores do supermercado, lembrando das coisas que listei mentalmente. Pego todos os produtos de limpeza no setor do mesmo e paraliso ao ouvir risadas que me atormentaram meses atrás de meses.

Sigo o som não me importando com os olhares das pessoas ao meu redor em o quão assustador meu rosto deve estar, eu só quero chegar até ela. Minha razão de ainda continuar respirando e sonhando com ela todos esses dias miseráveis da minha vida.

Chego até o setor de brinquedos e a vejo. A mesma está rindo para uma criança que aparenta ter entre 3 a 4 anos, usando uma máscara fazendo barulhos que eu acredito que deva ser de algum monstro. Minha garota está rindo e tentando tirar foto dessa pequena sem nem perceber que me tirou todo o fôlego com todo esse momento inocente e lindo. Lindas!

Sou despertado dos meus devaneios com uma maldita que me pede licença pra ela passar e chamar atenção das minhas garotas. Sim! Minhas garotas porque agora elas são minhas.

Minhas para cuidar, amar, proteger e não deixar que nenhum filho da puta tente namorar minha pequena antes dos seus 50 anos!

Balanço a cabeça confirmando meus próprios pensamentos sem novamente me importar que sou um homem de 1.90, vestido todo de preto falando sozinho em um supermercado.

Parando com minhas loucuras do que vou fazer com elas, olho para o lado e xingo todos os descendentes da maldita que me atrapalhou porque agora não encontro nenhum rastro das duas. Sigo pelo o que acredito ser onde elas devem ter ido e encontro as mesmas no caixa passando suas compras.

Como um bom cavalheiro que sou, algo que eu quero ser um bom marido, pai e homem para elas e somente com elas, vou até o mesmo caixa e tento uma interação com uma mulher que só vi em meus sonhos.

-É sua filha? Ela é linda e sua cara.

Minha garota olha para minha cara como se eu fosse um louco. O que eu falei de errado?

-Desculpa? Sei que isso não é da sua conta mas não, ela não é minha filha e sim minha irmã. Com licença.

Pega suas coisas já em ecobags e sai porta fora com sua irmã. Fico que nem pateta olhando para onde ela saiu e olho para a atendente que está tentando não rir da minha cara. Com muito desgosto termino de pagar minhas compras que nem peguei tudo o que queria e fui pra casa.

Chegando lá encontro meu melhor amigo e conto tudo o que aconteceu desde que entrei no mercado. O mesmo diz que quem não iria reagir da mesma forma que ela com um homem desconhecido elogiando de forma aleatória sua irmã pequena sem nenhum tipo de intimidade?

Anoto mentalmente de não agir de forma precipitada e fazer tudo de forma correta para me aproximar, quem sabe, aos poucos me aproximo delas e terei as mesmas aqui comigo. Com isso em mente, organizo as poucas coisas que comprei com Brian e pedimos comida por aplicativo, estou sem nenhuma disposição para preparar algo para esse folgado por não ter ficado do meu lado.

Já no quarto com banho tomado, me deito e fico observando que só percebi agora o quão grande minha cama é. Ela sempre foi assim? Bufo indignado que tudo mudou com um simples encontro. Pensava que essa mulher dos meus sonhos fosse só uma carência de alguém que não fica com uma mulher a anos.

Virando para o lado e abraçando os travesseiros para dormir melhor, vou lentamente pegando no sono e sentindo o quão confortável fiquei nessa posição e durmo, me encontrando com ela e vivendo algo na qual desejo que logo logo, se concretize.

Farei de tudo para ter vocês, minhas meninas.

Um estranho em minha vida Onde histórias criam vida. Descubra agora