Capítulo cinco

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Julia Hernandes

Arfo surpresa ao sentir o toque quente e macio de sua boca na minha mão e tento não estremecer com isso, mas pelo sorriso ladinho dele eu acredito que não consegui disfarçar isso do mesmo. Não imaginava que minha noite de pizza com minha irmã iria terminar dessa forma. Meu aparelho auditivo zumbi no meu ouvido e faço careta com isso, me esqueci novamente de colocar ele para carregar antes mesmo de sair de casa.

-Sente dor? Eu te machuquei?- Ivan se aproxima de mim e toca gentilmente minha bochecha, consigo entender o que ele fala pela leitura labial. Me afasto um pouco do mesmo lamentando pela perda do seu toque quente que ao mesmo tempo foi assustadoramente tranquilizador pra mim e olho para Luíza fazendo um sinal que temos em momentos assim.

-Precisamos ir. Meu aparelho está descarregando e já está ficando tarde! - a mesma afirma com a cabeça pra mim e me viro novamente para Ivan. -Me desculpe, mas já está tarde. Foi muito bom rever você novamente e até a próxima, quem sabe. - o mesmo olha pra mim com a cara de confuso e não tiro sua razão para isso.

Sei que falei alto demais para uma conversa normal e não consigo evitar a vergonha por ter feito isso, quase saio correndo com Luíza atrás de mim querendo evitar passar mais vergonha e trazer minha irmã pra isso comigo. Sei que o mesmo deve está falando alguma coisa pra mim pela forma como ela olha para trás e logo depois para mim, mas não consigo evitar isso.

Consigo chegar em casa rapidamente, a casa da minha melhor amiga é perto da minha, o que eu acho muito bom porque assim não preciso andar tanto justamente quando está tarde. Vejo as luzes apagarem e ligar novamente e percebo que é a Luíza chamando minha atenção sem me assustar.

-Porque você deixou aquele moço parado na calçada daquela forma? E porquê não falou o motivo de vir para casa tão rápido? - mesmo sendo tão pequena a mesma está com as mãos na cintura e com as sobrancelhas franzidas pra mim. Dios! Até parece uma mulher crescida agindo assim.

-Não queria fazer feio na frente de um homem tão bonito como ele. E vamos esquecer isso, ok? Isso não é um assunto que eu queira falar, pelo menos não ainda, com minha irmã pequena. - puxo ela pela mão e subimos juntas para o quarto dela que é ao lado do meu. -Vamos tomar um banho rápido para poder dormir que amanhã temos aula, mocinha.

Luíza suspira e vai para o banheiro como lhe foi pedido e eu vou para o meu fazer o mesmo. Deixo as sacolas de roupas, roupas de dormir e peças íntimas tanto minhas quanto dela e começo a separar as mesmas. Pego uma peça que com certeza não cobriria parte alguma do meu corpo e fico pensando se é realmente necessário ter isso pra mim mesmo não tendo namorado. A mesma é na cor rosa bebê e tenho certeza que ficaria perfeita na minha pele bronzeada naturalmente. Ela tem detalhes em renda no busto e sendo macia ao toque, a calcinha também é do mesmo material e na parte de trás sendo fio dental.

Sinto meu celular vibrar e penso que pode ser Amélia, minha melhor amiga, me mandando mensagem. Franzo o cenho ao ver que é um número desconhecido e abro a mensagem para responder que é engano e bloquear o número.

(00) 0000-0000: Se eu fosse você, prestava mais atenção a seu quarto e fechava as janelas, essa micro peça de roupa ficaria perfeita em você, Principessa.

Janela? Mas que joder!

Vejo que a janela do meu quarto está aberta e as cortinas do mesmo jeito. Jogo o celular em cima da minha cama e corro para fechá-las, mas não sem antes observar a rua e ver quem é o engraçadinho que me mandou essa mensagem. A rua está calma, quieta até demais e as casa em frente a minha estão com as poucas luzes desligadas, nenhuma que fica no mesmo nível que meu quarto está ligada e nem mesmo com as janelas abertas.

Quem será esse maldito que fez essa brincadeira sem graça comigo?

Um estranho em minha vida Onde histórias criam vida. Descubra agora