Dono do Morro - HeeJake

Piloto.

"Quem tem boca fala oque quer pra ter nome." - Racionais

   O sol caia lentamente pelo céu de São Paulo e Jake voltava para casa, sonolento, estudar o dia todo não era o melhor plano para uma sexta-feira a noite, mas não havia qualquer opção melhor para quem não tinha amigos.

   A casa dos Shim não era o lugar mais aconchegante do mundo mas era o que tinha, apesar de grande e muito bem decorada, por sinal, era fria e solitária, a gritaria vindo do escritório do patriarca indicava mais uma vez que os nervos estavam a flor da pele, certos problemas estavam acabando com o humor de toda a família. Nem mãe, nem pai, muito menos jake estavam satisfeitos com a situação atual, por mais que o jovem não tenha noção do que está acontecendo.

   — Pai, cheguei. — O moreno anuncia sua chegada com duas batidas na porta, o vozerio se encerra abruptamente e a chapa de madeira branca bem lustrada se abre.

   — Oi filho, vai ficar em casa hoje? — A matriarca que estava atrás do Sr.Shim questiona a modo que se aproxima do filho.

   — Sim mãe, por acaso já me viu sair as sextas feiras? ou qualquer outro dia? — Com um sorriso pequeno Jake brinca e se retira correndo em direção ao quarto no andar superior.

   Deixou ali sua mãe e pai com um semblante preocupado mas honestamente, já era comum, não se importava mais, muito menos se sentia incomodado.

   Bateu a porta do quarto atrás de si, largou a mochila sobre a cama perfeitamente arrumada, retirou seus óculos os colocando com cuidado na mesa de cabeceira, tirou as roupas calmamente e entrou no banho.

   Jake nunca foi de muitos amigos, a família era distante mas sempre foram atenciosos consigo, nunca lhe faltou nada, pelo contrário a fartura era nítida em todos os âmbitos.

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   — Eu já tô de saco cheio, mano. — Esbraveja o moreno quando se joga em sua poltrona.

   — Chefe, a gente vai ter que resolver isso, a grana tá começando a ficar apertada, a mercadoria dele sobrou e o cara tá ganhando todo o lucro sem pagar. — Avisa Jay preocupado — Os outros fornecedores estão putos.

   — Esse cara só me fode, faz anos que ele não paga direito, ele tem dinheiro mas fica de graça, não tem como dar um jeito? — Heeseung está mais uma vez estressado com o mesmo milionário irresponsável.

   — Nós já fizemos do jeito fácil mas não ta dando resultado, vamos te que resolver de outra maneira, nem que precisemos sequestrar alguém pra isso. — Sunghoon recosta sobre a mesa do escritório carregando um semblante irritadiço.

   — Certo, chame o niki. — Ordena Lee.

  Em cerca de 5 minutos o garoto bate a porta e adentra a sala dominada pela fumaça de um cigarro recém aceso por Jay.

   — Mandou chamar, chefe? — Se aproxima um Nishimura de postura largada, com as mãos no bolso e um palito de dentes entre os lábios.

   — Mandei. Tenho uma tarefa pra você. — Heeseung joga sobre a mesa de centro algumas fotos de um garoto moreno que pareciam ter sido tiradas em dias diferentes e Nishimura pega uma delas a analisando com cuidado. — Preciso que fique de olho nesse garoto, esse é o endereço dele, acione o radinho assim que ele chegar na goma, sacou? — Entrega em mãos um papel.

   — Falou chefe, pode deixar. — Faz um meio aceno com a cabeça se despedindo de todos ali e corre para fazer oque lhe foi designado.

   — Qual o plano? — Questiona Jay após bater seu cigarro no cinzeiro o levando aos lábios novamente.

   — Vou trazer esse garoto pra cá, só devolvo quando recebermos a grana. Fiquem ligados, assim que o Niki acionar, nós vamos. — Acende seu cigarro tranquilamente enquanto os outros dois ali presentes repensam o plano em silêncio.

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   Já enrolado em sua toalha, Jake secada os fios molhados de maneira rápida, estava distraído se olhando no espelho e passando a mão no mesmo sempre que voltava a imbaçar devido ao vapor quente que ainda pairava pelo banheiro.

Derrepente notou um silêncio incomum na parte inferior da casa, mas não se comoveu, aquilo era comum. Não pode evitar de sentir calafrios quando escutou um grande estrondo vindo da sala de estar, deu um pulo no lugar e desligou o secador para que pudesse confirmar se havia mesmo escutado aquilo ou se estava louco.

   Mais um estrondo seguindo de gritaria, vozes indistintas e irreconhecíveis. Jake, assustado correu para fora do quarto descendo as escadas rapidamente ainda de toalha.

— Cadê o meu dinheiro caralho?! — Shim viu três homens, um apontava uma arma na cabeça de seu pai, o outro segurava a mãe pelos cabelos enquanto a mulher estava ajoelhada chorando e implorando misericórdia e por fim um moreno alto aguardava na porta de entrada com braços cruzados, analisando a cena a olhos frios.

— Eu já disse que vou pagar, só preciso de mais tempo, por favor! — Diz o patriarca com a voz embargada

— Você não tem mais tempo, já fazem anos, Bangchan, chega porra. — Ele bate o cano da arma algumas vezes na cabeça do Shim antes de se virar para Sunghoon — Vai atrás do garoto, vai!

Sunghoon acena e começa a correr adentrando a casa por completo, assim que chega as escadas nota o Jake apavorado, o garoto parecia paralisado, ele só conseguia chorar enquanto mordia os lábios afim de descontar oque sentia.

— Olha só, você vem comigo, moleque. — O moreno começa a arrastá-lo pelo braço, O Shim mas novo protesta, grita seu pai, grita para o soltarem, mas ninguém o escuta.

— Jake! — Grita Bangchan — Porra, oque você pensa que tá fazendo, Lee?!

— Fica na sua, com quem você acha que tá falando?! acabou a palhaçada, assim que você pagar tudo oque me deve eu libero o seu filho mas por enquanto pode dizer tchau tchau.

  — Eu vou pagar, não precisa leva-lo! — Exclama o homem, apavorado enquanto vê seu filho ser arrastado para fora da casa.

  — Não é você quem decide isso e se me enrolar demais, ele vai de cova, entendeu? — A mãe chora ainda mais alto protestando e chamando seu filho que já não estava mais na casa. — O aviso foi dado, da próxima vez que eu tiver que colar aqui é pra te chamar pro funeral desse moleque. — Por fim, acerta a cabeça do homem com o cano da arma o deixando desacordado na casa, a mãe corre para cima de Bangchan o chamando sem parar.

— Porra, acho bom esse moleque não me dar trabalho. — Assim que adentra a Van, Lee vê Sunghoon e Jay segurando jake com todas as forças enquanto o garoto se rebate — Parça, por que ele ainda tá acordado?

— Foi mal, chefe — Jay rapidamente retira um frasco de seu bolso e Sunghoon lhe entrega um pano, e num piscar de olhos Jake está desacordado.

Niki da partida na van dirigindo tranquilamente de volta a comunidade.

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Boa noite, leitores divos!

Este é meu comeback dps de anos sem escrever nada, espero que tenham gostado do piloto, estou empolgada pra desenvolver mais uma história!

bjo. ★