Dono do Morro - HeeJake

02. Aviãozinho

   Os burburinhos se espalharam rapidamente pela comunidade, oque seria tão importante a ponto de fazer o chefe Lee Heeseung se deslocar até o lado sul?

   Bom, talvez um certo moreno pudesse ser o principal motivo. Na verdade uma grande dívida havia sido feita e com certeza seria cobrada de maneira justa.

   Jake acorda desnorteado, a cabeça estava pesada e a vista turva, demorou um pouco para que suas iris castanhas se acostumassem com o clarão vindo direto da grande janela do quarto.

   Toc toc, duas batidas repentinas são emitidas pela grande tábua de madeira, a porta reforçada que mantinha jake trancado ali, pelo contrário do que poderia imaginar a porta não possuía cadeado ou trinca, não estava realmente aprisionado ali oque o deixava mais e mais confuso conforme os minutos sem uma explicação, passavam.

   — Bom dia, princesa, você tem serviço. — O mais velho abre a porta colocando para dentro do cômodo apenas seu rosto para checar o local mas logo em seguida escancara a porta.

   — Como assim, serviço? — Shim parecia desnorteado e realmente estava, tudo aquilo era bizarro — Aonde eu 'tô? — Talvez ainda esteja dopado, pensou Jay, sua calma assustou o mais velho, como pode este filinho de papai estar tão tranquilo em uma situação dessas?

   Por outro lado, as mãos de Jake tremiam, o corpo inteiro se envolvia como se um frio congelante houvesse o atingido mas lá fora faziam 30° no auge do verão de novembro.

  — Olha, eu não vou com você até me dizer oque está acontecendo... — Segurando a cabeça dolorida, Shim se levanta e vai em direção a janela a fim de fazer seus olhos se acostumarem com a claridade mais rapidamente e também aproveitaria para examinar o perímetro do lado de fora.

   — Engraçado, achei que você nunca ia perguntar. — Sorri ironico — Seguinte, colega, você agora vai trabalhar pra gente, quem sabe assim consiga pagar pelo menos uma parte da grana que teu coroa deve pra gente. — Park cruza os braços recostando-se no batente da porta de forma relaxada.

   — Isso não faz nenhum sentido.

   — É a mais pura verdade, papo reto mesmo. Tu acreditar ou não é o de menos, mas faz o favor de colaborar, pode ser? se não fica difícil pra mim, pra você, pra geral. — Adentra o cômodo após cobrir a arma exposta em sua cintura com a camisa do Corinthians que vestia.

   Jake não tinha saída, sua cabeça estava a mil. Claro que sabia das dívidas do pai, mas como diabos o velho havia se envolvido com essa gente? por que disso? a quanto tempo isso vinha acontecendo? são muitas questões e pouco esclarecimento.

   Sem pestanejar vestiu a roupa que Jay lhe trouxe, o acompanhou pelos corredores da grande casa em silêncio, pelo caminho trombou alguns homens armados que cumprimentavam Park com alegria, como se tivessem muita intimidade. Todas as interações leves e despreocupadas não combinavam em nada com a situação atual de Shim que estava completamente agitado e cem por cento ansioso.

   Após alguns toques na porta, Heeseung deu autorização para quem quer que seja ali atrás da porta, entrar.

— Entregue, chefe. — Deu um pequeno empurrão em Jake para que o mais novo se aproximasse de Lee, que se encontrava sentado em sua mesa limpando oque pareciam partes de um fuzil muito bem cuidado.

   — Ótimo Jeongseong, chame o Jungwon, rápido. — Lee morde a bala doce que dançava em sua boca causando uma tensão enorme, Jake estava calado envolto em tremedeira.