Sem saída 🧟

𝘈 𝘱𝘳𝘪𝘮𝘦𝘪𝘳𝘢 𝘲𝘶𝘦𝘥𝘢.

Nas primeiras horas em que o Sol apareceu, a equipe montada já estava pronta para sair em busca de Merle Dixon.
"Você precisa realmente fazer isso? Se colocar em risco por causa de alguém como Merle?"
"Lori, não vamos ter essa conversa novamente, preciso ir, não quis acordar as crianças, ainda é cedo. As coisas da Charlotte estão na mochila dela", diz enquanto arruma o resto das coisas para sair.

*Salto de tempo*

Charlotte nunca foi do time das pessoas que acordavam de manhã com bom humor,isso explicava a cara emburrada da garotinha que já havia tido seu primeiro surto do dia quando quiseram vir falar com ela após acordar. E quando descobriu que seu pai tinha ido embora, o humor da garotinha só piorou, então agora ela se encontrava encostada em uma árvore, abraçando a baleia de pelúcia e seu cobertor que era duas vezes maior que si mesma.
A garotinha encarava o movimento de todos no acampamento, cada um fazendo alguma coisa, ela não conhecia realmente a maior parte das pessoas ali, mas com toda a certeza, sua pessoa preferida dali, depois de seu pai e Carl, é claro, era Sophia, a garotinha amava a companhia agradável de sua amiga grande. Na maior parte do tempo, a menina era a única que queria brincar com Charlotte, e dessa vez não seria diferente quando Sophia se aproximou da menina e entraram em mais uma de suas longas conversas.
"Não se preocupe, Lottie, daqui a pouco seu pai está de volta."
"Isso não é justo. Eu só tenho meu papai. O Carl pode ficar com a mamãe dele e você também. Minha mamãe não está aqui", diz a garotinha enrolada no cobertor.
"A Lori não é a sua mãe?", pergunta Sophia chocada pela a informação.
"Claro que não. A minha mamãe é muito legal e me ama muito, a Lori não gosta de mim e nem da minha mãe..."
As duas garotinhas ficaram em um silêncio confortável após essa conversa durante longos minutos até a mais nova suspirar e falar em seguida.
"Sophia, você acha que minha mãe está viva?"
"Espero que sim, Lottie. Tenho certeza de que ela deve estar tentando voltar para você de onde ela estiver. Enquanto esperamos, a gente cuida de você!"
E as duas voltaram para o conforto daquela manhã silenciosa, ou quase silenciosa se não fosse por um homem que Lottie apenas conhecia de vista cavando um buraco debaixo do sol sem aparentemente motivo algum.

*Salto de tempo*
Já era noite no acampamento, e todos se encontravam reunidos em torno da fogueira. Carl tentava ensinar a irmã mais nova a jogar com umas cartas que havia encontrado em algum lugar do trailer.
"Charlotte, você não pode jogar uma carta vermelha em cima de uma amarela!"
"Claro que posso, o número é o mesmo! Você está tentando roubar, tá achando que sou idiota, é?"
"Você jogou um 6 em cima de um 9, sua carta está ao contrário!"
E assim permaneciam os irmãos enquanto outros conversavam, todos contando histórias e dizendo coisas sobre um tempo que não voltaria mais.
"Vou no banheiro" - diz Amy um pouco mais alto do que queria dizer, saindo em seguida com as bochechas coradas, envergonhada. A garota era sempre assim, e Lottie achava engraçada, porém muito amorosa. Era sempre ela que ajudava a garotinha, penteando e arrumando seus cabelos, ajustando sempre as pequenas tranças que ela fazia às vezes nela.
No entanto, o momento de devaneio da garotinha foi cortado pelo grito da garota.
"Gente, alguém pode me dar um papel higiênico? Aqui está sem..." E não deu tempo de receber uma resposta porque logo em seguida um grito estridente de Amy veio junto com a carne de seu pescoço sendo rasgada por um infectado que surgiu de repente, fazendo todos gritarem e o caos se espalhar pelo acampamento. Todos em pânico total, as mães pegando seus filhos, tentando achar um lugar seguro, alguns deles acertando as carcaças sangrentas dos infectados. E nesses poucos segundos foi o suficiente para cada um ir para um lado, e a garotinha se encontrar sozinha, paralisada, sem saber para onde olhar e o que fazer. Talvez se seu pai tivesse ficado, ela teria alguém por ela também.

Capítulo pra vocês, demorou mas chegou, espero que gostem! ❤️