O homem montado em seu cavalo de fogo cavalga a toda força pelo deserto vermelho, ele olha para trás e não encontra nada a não ser o rastro de poeira de seu cavalo em chamas, "não vão demorar para me alcançar " ele pensa e retorna seu olhar para frente, o deserto vermelho nada mais é que um amontoado de rochas vermelhas,o céu vermelho escarlate faz tudo parecer monocromático, ao longe ele escuta os sons de outros cavalos, "droga, eles chegaram", ele dá um sinal para seu cavalo que apressa o passo, seu irmão agora foi longe demais, estava cada vez mais obcecado pelo poder, pela possibilidade de controlar toda a Via Láctea, mas ele e os outros não iriam permitir, não poderiam, tinham reinado por milhões de anos até agora, e nada disso poderia ser acabado por um rebelde mimado.

Ele suspira, e se concentra no caminho a sua frente, os passos dos outros cavalos estão cada vez mais perto e cada vez mais, até que de repente ele está cercado por vários cavaleiros do seu irmão.

Sem muita escolha, ele saca a bainha da sua espada de fogo flamejante e a brande para eles.

- Como autoridade máximo, eu ordeno que saiam daqui. Ele grita acima dos relinchos dos animais.

- Desculpe Alteza, mas não podemos obedecer, por favor, se renda a seu irmão e torne tudo isso mais fácil. Diz um dos cavaleiros.

- Nunca. Ele grita.

- Então não teremos outra escolha. O outro soldado pega sua lança e parte para cima do homem,  os dois então começam um luta entre lança e espada, com golpes fluidos o homem consegue desarmar o soldado, mas isso não impede de levar um golpe atrás da cabeça.

Ele cambaleia em seu cavalo, com sua visão escurecida e então sente seu corpo despencar enquanto tudo fica escuro.

...

Observo o pequeno animal , um coelho de penugem branca andar até minha armadilha, prendo a respiração sabendo que qualquer barulho que faça vai afastar a minha presa,seguro firme a corda de puxar a alavanca na mão,  já faz dois dias que não consigo pegar nada.

O frio infernal do lugar não ajuda, os animais sempre fogem para debaixo da terra, com paciência que quase não tenho, espero o coelho entrar embaixo da armadilha e então puxo a corda, sorrindo, solto um vapor de fumaça da boca e solto seus cabelos brancos iguais a penugem do coelho que acabei de pegar, o sol de gelo está quase se pondo, o que significa que vai ficar mais gelado do que está agora, não é tão ruim morar em um planeta gelado, mas poderia ser pior, eu poderia morar no Planeta KOI 1 ou KOI 2, planetas extremamente quentes, onde as pessoas envelhecem mais rápido que em seu planeta natal,  aqui o tempo passa tão devagar que o planeta demora 84 anos do sol para fazer uma volta nele, o que significa que eu tenho 1596 anos, já entrei na minha fase adulta, minhas irmãs já fazem planos para meu casamento, estou na idade ideal para o união de acasalamento, como se eu quisesse, bufo e caminho até a armadilha,  o coelho fica desesperado em me ver, eu também ficaria se soubesse que vou virar ensopado, o pego com a mão, ele é pequeno, mas vai servir por hoje, com um corte rápido de minha adaga o mato,  e coloco em minha bolsa de teias de gelo, preciso correr ou então o sangue vai vazar da bolsa, recolho a armadilha e caminho pelo bosque de árvores congeladas, ainda tenho tempo antes de virar noite, meus pés afundam na neve, cada passo parece que pesa vinte blocos de gelo, estou quase chegando em minha casa quando tropeço e caio de cara da neve.

- Droga! Digo e olho para trás e então grito, me afastando rapidamente, um homem vermelho, está deitado no chão, parece morto. - Que droga!

Me levanto rapidamente e me limpo do gelo, não sei se devo me aproximar, mas algo em mim diz para fazer isso e então devagar me ajoelho perto do homem, observo seu peito subir e descer, "está vivo ", suspiro aliviada, afasto seu cabelo negro do rosto e vejo o quanto ele é bonito, e muito gostoso, sua pele vermelha está levemente apagada, acredito que ele está a muito tempo aqui, ele não é daqui, isso é claro,  nós,KEPLERS - Segundos não temos pele vermelha e sim verde ciano, e somos magros e com altura média, esse homem é grande, muito grande, quase um gigante e é musculoso, mordo os lábios e passo a mão em seu rosto, ele realmente é muito bonito, "mas o que ele faz aqui?" Me pergunto, eu nunca vi um homem vermelho antes, ele deveria ser de algum planeta quente, Planeta KOI 1 talvez?, habitantes de outros planetas são proibidos de vir para cá e virse versa, não podemos ter contato com outros seres universais, a única regra de toda a galaxia,  se alguém for pego em um planeta que não é seu, tem a pena de morte junto com quem o ajudou, preciso deixar esse homem aqui, não posso arriscar minha pele ou da minha família.

Me levanto e dou as costas para ele, caminho cinco passos e paro, não posso deixá-lo aqui, e se ele morrer de frio? E se for pego? Preciso ajudá-lo,  decido com determinação.

Volto para onde ele está, tento levantá-lo, mas ele é muito pesado, suspiro e vou até suas pernas, pego a esquerda com as duas mãos e começo a puxar,  lentamente vamos andando em direção a minha casa, não quero nem pensar no que minha família vai dizer.

Com um suspiro solto o pé do gigante vermelho e cambaleio para trás, porra, ele é muito pesado, mas eu consegui,já é noite e o frio me faz bater os dentes,nunca cheguei tão tarde em cada, minhas irmãs devem estar para morrer, bato a porta de casa e Ania abre a porta para mim.

- onde estava? Estávamos preocupadas. Ela diz cruzando os braço,  sua pele pálida assume um tom de rosa quando está com raiva como agora.

- eu sei, desculpe,mas quando você ver isso, vai entender. Digo e aponto para o corpo do homem coberto de neve.
- puta merda, o que é isso? . Ania pula para trás.

- Um homem vermelho, veio de outro planeta eu acho. Digo e junto as mãos em clemência. - Ania, precisa me ajudar, ajudar ele.

- Você sabe muito bem o que acontece com habitantes de outros planetas, sabe da única regra que temos. Ela sussurra olhando para os lados, mas eu sei que não tem ninguém olhando para nós, primeiro por que nossa casa é a mais afastada da vila e segundo que está de noite e nada ilumina aqui fora.

- eu sei, eu sei , mas temos que ajudá-lo, pelo menos ajudar ele a sair daqui.

- Cassiopeia... - Ela me olha e então suspira. - Tudo bem, mas só por alguns dias.

Ela me ajuda a puxá-lo para dentro e então fechamos a porta, nós duas olhamos para o homem vermelho.

- onde está Benita? Digo em busca da minha outra irmã.

- Esperando você para fazer a janta, conseguiu alguma coisa? Ela me olha com expectativa.

- um coelho. Digo entregando a bolsa, ela sorri e corre para a cozinha.

Somos em três irmãs, eu sou a mais velha, Ania, é a caçula e Benita é a do meio, nossos pais morreram há muitos anos na guerra galática, uma guerra onde os planetas KOI 1, KOI 2, KEPLER 1 E KEPLER 2, os maiores planetas do nosso sistema e os outros micro e macro planetas lutaram juntos contra a nossa única regra, eles queriam que todos fossem livres para irem para qualquer lugar do universo, toda a Via Láctea se revoltou com os Planetas Regentes, os 8, mas tudo foi em vão, os Planetas Regentes ganham a guerra e nunca mais ouve outra, nunca mais outro habitante foi visto fora de seu planeta natal, a não ser os rebeldes, mas eles recebem pena de morte como lição, este homem aqui, se for pego , vai morrer, assim como eu e toda a minha família, não posso deixar que o descubram, tenho que ajudá-lo, pela minha família que lutou na guerra, por ele e por mim.

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⏰ Última atualização: Aug 05 ⏰

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O Amor de Marte (Série "Amores Planetários" #1)Onde histórias criam vida. Descubra agora