Amor a recado

sonhos malucos

Capítulo 5

~pov:Penelope~

A minha cozinha tá um caos, igual a minha vida

Meu deus por onde eu começo?

A pia está até o teto de louça, a bancada está com pratos e mais pratos. A mesa está cheia de pacotes vazios e abertos pela metade, eu não vou nem comentar sobre o fogão

Meu deus Philipp tentou fazer um assassinato aqui? Era pra ser só uma lasanha para nós dois

Claramente não deu muito certo

Olho em volta com lágrimas nos olhos, minha cozinha....

Eu não vou limpar isso aqui!

-Olha só, trate de limpar tudo - Digo virando as costas e indo em direção ao meu quarto - vou tomar banho e ir no café da esquina, é o tempo que você limpa e some da minha casa, ou melhor, DA MINHA VIDA

Bato a porta escutando um murmúrio de indignação por dizer a última frase

Amo meu primo, mas as vezes ele me estressa, eu odeio sujeira

E não sei como, mas ele sempre consegue transformar o meu apartamento como o chiqueiro que ele chama de estufa

Nada contra a estufas, mas a dele é mais desorganizada que a minha vida

Coitado de George, tendo que conviver com a namorada grávida e o irmão que em 10 anos irá se casar com uma samanbaia

Se isso não for realidade eu mudo de nome

Saio do banho e visto uma roupa confortável, um short preto e uma blusa meio velha grande

Só vou tomar um café, não preciso me arrumar toda, está apresentável tá bom e eu preciso tomar um café para ver se acordo pra vida

-Volto já amor da mamãe- faço carinho em tom e grito para Philipp- VÊ SE NÃO DEIXA NADA COM CHEIRO DE GORDURA, ODEIO COPO ENGORDURADO

-VAI TRANSAR PENELOPE, VOCÉ É ASSIM POR QUE NÃO TRANSA

Fecho a porta com um sorriso no rosto, ele tá certo mas não irei entrar nesse assunto hoje

Desço as escadas e dou tchau para o porteiro que me ignora

Velho mal educado

As ruas estão calmas, o que é estranho vindo de Londres. O trânsito está leve o clima está leve
Estranho

Paro em frente á cafeteira e uma brisa estranha me faz olhar para trás

George e Mariana, meu primo e sua namorada, o relacionamento que até hoje não é bem aceito na família

Nada contra Marina, ela é até que suportável, mas enganar o ex namorado com uma gravidez onde ele não é o pai e fazer o coitado acreditar nisso por 6 meses completos é a pior mentira que um ser humano pode contar

Eu odeio mentiras

Imagino que o moço devia estar tão apegado que não imagino a dor de saber a verdade

A dor de saber que o coração que você ouviu, o chutinho que você sentiu, o rostinho que você viu não vai ter nenhum vínculo com você dói

A traição dói mais ainda quando vem de alguém que você ama

A brisa fria se dispersa e então sinto que devia entrar

Alguma coisa me chama, deve ser o café preto sem açúcar

Vou direto para o balcão onde a atendente me reconhece em segundos

-Pen, que bom te ver, o mesmo de sempre?

-Oi Sam, e sim o mesmo de sempre - dou um sorriso amigável- um café preto sem açúcar

-pode deixar - ela anota e diz que vai levar á minha mesa

Caminho automaticamente para a mesa que sempre costumo sentar, perto da janela

Amo ver o mundo seguindo seu caminho enquanto eu penso na vida com o meu café

Estilo geração z "eu sou a minha melhor companhia"

Mas quando chego perto da mesa, ela está ocupada e eu conheço essa pessoa

-Colin?

Ele me olha surpreso e com os olhos cheios de lágrimas que ameaçam cair, será que ele tá bem?

-moranguinho?

-Desculpa, é que você tá na minha mesa - digo fingindo que não escutei esse apelido horrível de fofo

-Sua mesa? -Ele abre um sozinho travesso, lá vem- foi mal, não sabia, então vai ter que sentar em cima de mim

-Claro...- digo e me sento em sua frente - Nem nos seus sonhos mais malucos eu faria isso- respondo e escuto uma gargalhada super alta, a cafeteria inteira está nos olhando

Inclusive sam que nos olha divertida, loira aguada ela deveria deixar minha mesa 100% proibida

Não vou da gorjeta pra ela

Essa gargalhada dele foi tão sincera, como se ele não acreditasse em mim

Nem você acredita sem si mesmo lindinha

-Então moranguinho -Ele coloca as mãos sobre as mesas, seus olhos não ameaçam cair lágrimas, mas seu tom de voz está triste- O que te trás aqui as 20 da noite?

A brisa novamente, a maldita brisa me faz perguntar coisas que eu não deveria me meter

-Vim tomar um café, Você tá bem? Quando eu cheguei você tava olhando para a janela, viu alguma coisa que não gostou? Alguém?...-digo rápido

Seu olhar sai do meu e se volta á janela

Parabéns Penelope você é suas perguntas de professora preocupada

-Estou sim -responde seco  sem direcionar o olhar em mim

Ele está mentindo e isso me deixa interessada mais do que deveria deixar

Por que ele está mentido? E por que será que estou tão interessada nele?

Ficamos em um silêncio desconfortável que logo é quebrado por sam

-Aqui senhor o seu café - ela entrega o de colin e se vira para mim - aqui pen, ainda bem que você se sentou com o outro maluco que toma café sem açúcar as 20 da noite

Ela sai com um sorriso estranho no rosto. Como é?

-Então você  também é maluco de tomar café assim nesse horário?- pergunto para ele que está focado em olhar para mim

Na verdade em olhar para o meu busto

Sigo o seu olhar e me deparo que esqueci que a blusa que  estou é transparente á luz clara

Que safadinho

-A vista é boa não é?

-Como? - ele gagueja e engole seco - é sim, quer dizer, muito boa... a janela, a vista é bastante grande

Dou uma risadinha e me levanto da mesa

-Até depois maluco do café

-Mas já? - ele levanta junto comigo - Você acabou de chegar, não quer dividir a loucura do café comigo?

-não posso, preciso corrigir algumas provas- pego um guardanapo e peço uma caneta para sam - aqui, vou te dar meu número

Minha cabeça diz para eu não fazer isso, mas meu coração manda eu seguir o caminho mesmo assim

Gostei dele, e já dizia meu primo preciso tranzar

Pode ser uma péssima ideia usar o irmão de uma aluna assim, mas pelo histórico de conversas em que ela mesma me disse sobre ele, ele não irá negar

Entrego meu número e por alguma razão a Penelope Featherington que ainda está dentro de mim entra em combustão, a vergonha sobe em velocidade recorde

Me viro para sair o mais rápido possível e quase não  escuto

-Então até depois moranguinho