CAPÍTULO XIV

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DESCANSO ENTRE SEGREDOS

(Capítulo reeditado)

Elysia corria, seus pés mal tocando o chão enquanto se esforçava para manter a distância entre ela e os guardas que a perseguiam

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Elysia corria, seus pés mal tocando o chão enquanto se esforçava para manter a distância entre ela e os guardas que a perseguiam. O som de suas botas pesadas batendo contra a terra ecoava em seus ouvidos, misturado com o batimento frenético de seu coração. Sua respiração vinha em arfadas irregulares, o ar cortante entrando em seus pulmões como lâminas afiadas. Ela sabia que não podia parar. Não agora. Não quando estava tão perto de escapar.

Olhou para trás, seus olhos azuis reluzindo em meio à penumbra da floresta. Os guardas estavam distantes, mas ainda visíveis, silhuetas ameaçadoras que se moviam com uma determinação implacável. A cada passo, a ansiedade crescia dentro dela, como uma maré subindo rapidamente. Elysia sentia o peso da desesperança apertar seu peito, mas a coragem ainda ardia dentro dela, uma chama teimosa que se recusava a ser extinta.

Ela desviava dos troncos caídos, saltava sobre raízes que se erguiam do solo como mãos esqueléticas tentando agarrá-la, mas o cansaço começava a dominá-la. Cada movimento parecia um esforço monumental, seus músculos queimavam de exaustão. Ela sabia que estava se aproximando de seu limite, mas se recusava a ceder.

No entanto, o destino tinha outros planos. Em um momento de descuido, enquanto seus olhos alternavam entre os obstáculos à frente e os guardas atrás, Elysia vacilou. Um galho oculto sob a terra pegou seu pé de surpresa, fazendo-a tropeçar. Ela caiu pesadamente no chão, o impacto forçando o ar de seus pulmões em um gemido dolorido. A lama fria e pegajosa envolveu seu corpo, sugando seu vigor.

Elysia tentou se levantar, suas mãos escorregando na lama, mas a exaustão e o choque do tombo eram demais para seu corpo fragilizado. A visão começou a escurecer nas bordas, e ela sentiu a consciência lentamente se esvaindo.

Seus olhos pesaram, e, em um último suspiro, Elysia desmaiou, a escuridão a engolindo lentamente enquanto seu corpo se entregava à exaustão. As vozes dos guardas ao longe soavam distantes, abafadas, como se viessem de outro mundo. O frio da lama parecia arrastá-la para as profundezas, onde a dor e o medo finalmente se dissiparam, deixando apenas o silêncio.

Elysia abriu os olhos lentamente, piscando contra a luz suave que envolvia o ambiente. Ela se lembrava de cada detalhe: a corrida desesperada, a queda, a escuridão que a consumiu. Mas não havia dor, nenhuma lembrança física do que havia acontecido. Ao invés disso, ela se viu em um lugar que conhecia bem, um lugar que a mente dizia ser impossível, mas que seu coração reconhecia com uma estranha familiaridade.

Diante dela, o castelo dourado se erguia, majestoso e imponente, refletindo o brilho do sol. O lago cristalino à sua frente espelhava o céu azul, e a grama baixa, onde ela agora estava sentada, era suave como seda sob seus dedos. Elysia respirou fundo, sentindo o calor confortável do lugar. Ela bufou levemente, esfregando os olhos com cansaço e confusão.

Enigma de Eldoria: Profecia do Leão DouradoOnde histórias criam vida. Descubra agora