Bem, olá.
Eu recebi um pedido pessoalmente de uma breve continuação para essa One e eu não podia negar.
Ela olhou nos meus olhos e disse: é a minha cena preferida, você precisa continuar.
E eu fiz o quê? Continuei. Por ela.
Espero que você goste, meu bem.
Boa leitura.
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- Você deveria ser mais grato! - Kelvin falava ao mesmo tempo em que saltava sobre um buraco, como uma bailarina ainda em formação, em frente a um Ramiro sorridente.
- Misericórdia! - O homem não tirava os olhos das pernas desnudas do outro, para não dizer o shortinho que deixava muito para a imaginação do peão viajar.
- É! Eu lavo sua camisa, passo sua camisa, te procuro na amizade e você não me da atenção. - Seguia tagarelando, às margens do mesmo rio que lhe trazia ainda arrepios das memórias do passado. - Não fala um obrigado. "ah! Obrigado!"
- Não faz mai que sua obrigação! - Ramiro provocou, ainda com um sorriso matreiro, que Kelvin não era capaz de ver por seguir andando em frente ao outro.
- Quê!? - Indignou-se
- Cê me traiz aqui, interrompe meu trabaio meu sirviço e me traiz pra esse rio aqui, - apontou as águas com a cabeça - que quí é? - Torcia o galho que tinha nas mãos, ansioso.
- Qué nada, o não? - Kelvin vira para o peão com um sorriso plácido e um semblante extremamente sugestivo no rosto.
- Kévin, kévin, - Ramiro quebra o galho que tinha nas mãos e as coloca na cintura - cê falou que não sabia nadá, seu kervin.
Kelvin riu ousado.
- Ah! Isso. Peraí... - Virou-se de costas para Ramiro e colocou a mão do mesmo na sua cintura - me empresta sua mãozinha aqui. - Então ergueu os próprios braços e encenou falsamente. - "socorro, socorro, eu não sei nadar! não sei, me tira daqui!" - Já não tinha mais as mãos do peão em si, este já estava arredio e entoando seus famigerados "eeeeee". - Bobagem! Vamo nadá, má... mas tem uma coisa
- O quê? - Ramiro começou a suar frio.
Não tinha como vir alguma coisa boa daquela cabecinha endiabrada. E ele amava aquelas ideias vindas direto do inferno.
- Eu não trouxe roupa, então vou ter que nadar... assim... pelado. Como vim ao mundo. - Fez cara de inocente.
- Eeeeeeee... - o peão estava perdido e sabia disso.
- Mas não tem problema, né Rams Rams, porque nóis dois somo o quê? - Ergueu o queixo como quem questiona. - Comé que cê fala?
- Macho! - Respondeu sem titubear.
- Maaacho! - Apontou o indicador na direção do outro, ouvindo uma vez mais o "eeee" nervoso de um Ramiro que se remexia em sua frente. - Macho! Tira a roupa também. - Jogou como quem não quer nada.
- Eeeeee! Cê para de gracinha! - E outro jogo começava ali. - Cê para de gracinha!
- Num tô de gracinha. - Trocaram de lugar quase como em um passo de tango.
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O Doce Sussurro da Morte
Krótkie OpowiadaniaE se ele realmente não soubesse nadar? E se o rio não desse pé? E se o outro demorasse para perceber o que fez? Qual seria o destino dos amantes, quando a morte está sussurrando próximo dos dois?