23-Minha mulher, apenas minha

5 3 0
                                    

*******

Olívia Bennett

-Seu padrasto? -perguntei chocada -Achei que ele fosse seu pai.

-Ele não é -respondeu seco.

-Noah.. -toquei a mão dele.

-Quando eu tinha um ano, meu pai morreu e então, veio meu padrasto, consequência do homem que minha mãe conheceu no bar depois que vivia bebendo, meu irmão Darian, é meu meio irmão por parte materna assim como o Alejandro -me olhou brevemente -Pra não machucar minha mãe, ele me batia quando criança todos os dias pra descontar a raiva e fazia ela olhar enquanto eu gritava de dor e desespero.

Isso explica muita coisa.

-Então, assim que Darian morreu, a culpa caiu sobre mim, meu padrasto falou pra eu nunca mais aparecer na frente dele caso contrário, me mataria, como mataram meu irmão -explicou -Mas é claro que não ouvi, afinal, era minha casa.

-Eu não...

-Minha mãe era quem mais sofria com o comportamento dele, porque com a minha presença, ele batia nela diversas vezes e eu não podia impedir já que ele me amarrava na escada, então vi tudo o que ele fazia com ela enquanto eu pedia pra ele parar, ele batia mais forte, deixando diversos hematomas pelo corpo dela -contou com uma lágrima descendo pelo seu rosto que ele secou rapidamente.

Não sei o que dizer.

-Até que ele me disse que somente quando eu saísse daquela casa, ele iria parar -contou com pesar na voz -Eu tinha medo pelo que poderia acontecer com minha mãe e meu irmão Alejandro, e foi o que eu fiz, saí da casa e tempos depois visitei minha mãe, ela me contou que tudo estava melhor e que ele tinha parado.

Teu padrasto é um filho da puta Noah.

-Então, finalmente entendi, o problema era eu, desde o início sempre foi eu a causa do sofrimento da minha família -abaixou a cabeça e suspirou assim que estacionou o carro -Chegamos.

Ele desceu do carro, tirou as bagagens do porta-malas e eu o acompanhei temendo que ele estivesse desmoronando sem eu perceber.

Quando entramos, ele deixou as malas no chão e eu tranquei a porta da casa dele.

-Eu vou tomar banho -disse se espreguiçando -Já...

Eu o abracei antes que ele pudesse terminar de falar e se afastar.

-Ah Noah, eu sinto muito -apertei o abraço e os braços dele me envolveram com insegurança lentamente -Parece que eu não sou a única com uma família complicada -ri leve.

-Sim querida -riu leve.

Consegui tirar um sorriso do rosto dele, finalmente.

-Foda-se o que aconteceu com seu padrasto e foda-se o que aconteceu com minha mãe -me virei para vê-lo -O que importa somos nós dois -sorri -Sempre terá a mim para tudo, ok?

-E você sempre terá a mim, ok? -passou a mão pelo meu cabelo fazendo um carinho.

-Ok -concordei passando a mão pela nuca dele -Agora sorri -mandei.

Ele negou com um sorrisinho sapeca.

-Cadê? -brinquei rindo -Cadê o sorriso? -tentei fazê-lo sorrir.

Deu certo, ele sorriu e eu parei pra admirar.

-Esse é o sorriso que eu gosto de ver -sorri e ele riu.

-Eu te amo garota -fechou os olhos jogando a cabeça pra trás.

Eu também Noah.

Ele abriu os olhos e me observou enquanto eu puxava o pescoço dele para beijá-lo.

Meu fora da leiOnde histórias criam vida. Descubra agora