08. Isso é Quase um Milagre de Natal

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Kyungsoo, talvez você não devesse estar fazendo isso.

Coisas do tipo deveriam acontecer entre pessoas que se gostavam ou coisa do tipo, por mais que o Do se lembrasse de ter perdido sua virgindade no armazém de uma mercearia de bairro, e ainda ter passado o maior perrengue para conseguir roubar a fita da câmera de segurança depois, que havia os flagrado num momento nada decente e em posições que não pareciam humanamente possíveis.

Sempre foi flexível, valia ressaltar.

— Olha, se quiser, a gente para. — E por mais incrível que aquilo parecesse, ele estava mesmo sendo muito sincero e dando aquele poder de escolha unicamente para Jongin — Ou sei lá, posso ficar falando coisas da minha vida pra gerar esse lance de que nos conhecemos melhor, só não vou conseguir te dizer exatamente quantos quilômetros rodados eu tenho, isso se trataria de algo muito além da minha memória, até porque, acredite, alguns caras não merecem ser lembrados, porque são simplesmente horríveis quando estão...

— Hyung.

— Ah, não me chama de Hyung, você fica incrivelmente gostoso! — E também era impressionante como conseguia colocar tudo a perder com a frase seguinte que saía de sua cabeça — Fala que me detesta de novo, só pra baixar um pouquinho o meu fogo, pelo bem de nós dois!

Mas tinha como?

Essa era a questão, já era tarde demais. Por alguma razão e possivelmente em um momento em que o Kim havia parado de prestar atenção na vida, Kyungsoo havia conseguido o arrastar até seu quarto, e agora estava sentado sobre ele, na cama. Estar sobre seus quadris enquanto esperava todo ansioso para que aquela cobra subisse, era o mesmo que ficar esperando seu sorvete favorito ser servido no balcão.

Só queria se lambuzar e mandar para a casa do caralho todas as regras de etiqueta, se é que existiam regras de etiqueta quando o assunto era rebolar gostoso em alguém.

— Você é engraçado. — O moreno riu — Está tudo bem, eu quero que isso aconteça, de verdade.

Kyungsoo balançou a cabeça afirmando que havia entendido, e era impressionante como estava nervoso. Era como perder a virgindade depois de estar com a rodela quase do tamanho da tampa de um bueiro. Estar todo gelado agora era tentar vender um carro com os pneus gastos, fingindo que estava tudo zero bala.

Hipocrisia e cara de pau.

— Tipo, sério mesmo?

Como resposta, Jongin o puxou para baixo, consequentemente o deixando bem perto de sua boca. Era tudo o que Kyungsoo queria e não iria perder a chance de finalmente o beijar. O beijar que nem um doido ansioso e faminto, que precisava de todo o autocontrole para não arrancar sua cabeça. Naquele momento só conseguia pensar em como estava a poucos passos de realizar o desejo que fez para todas as estrelas cadentes que viu naquelas últimas semanas.

E em como também poderia enviar seu currículo para Azkaban, pois estava parecendo muito com um Dementar pendurado na boca do Kim.

Tudo bem, ele não viu nenhuma Estrela Cadente nos últimos doze anos, mas poderia fingir que Jongin era seu desejo realizado, até porque era. Se tratava do presente exato que pediu para Papai Noel quando nem sabia o que "Paz Mundial" queria dizer. E já não dizia a Banda Melim:

Quando não souber o que pedir, peça um homem de caralho grande.

— Não vamos falar sobre expectativas, não temos nenhuma meta para bater, mas se batermos a meta, a gente dobra a meta, entendeu?

— Não.

— Tudo bem, sem problemas. — Kyungsoo tinha uma maneira própria de parecer estar tudo sob seu controle — Só relaxe e não pense muito, é uma coisa bem simples e não o bicho de sete cabeças que muita gente imagina.

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