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12 anos antes.

Cristian

Definitivamente eu sou maluco. Na verdade eu estou ficando maluco. Muito maluco. Encaro a garota a minha frente.

- diga alguam coisa por favor! - Mel grita.

- o quer que eu diga? - encaro meus pulsos.

Talvez eu não devesse dizer. Apenas afundar meus punhos na cara dele. De novo.

- você bateu no meu primo. Porque bateu nele? - a garota diz encarando a grama.

Recentemente ela começou a estudar na escola que meu pai fundou. A minha escola, a minha garota, fiquei muito feliz até perceber que não sou o único a querer ela por perto. Seu primo fudido também.

- ele estava muito perto. - a garota bate a mão no meu pescoço e eu faço uma careta.

- ele só estava querendo brincar com a gente. Você bateu nele. Agora vai ter problemas com seu pai.

- você tem 11 anos mas briga como um adulto! - digo. A garota me encara abismada.

- você é...um sem graça.

- eu sei bem que tipo de brincadeira ele queria fazer. Eu sou mais velho, entendo sobre isso. Manda ele se fuder droga. Minha... brincar o caralho. - ela pucha minha orelha

- para de xingar. Você tem 15 anos mas xinga como um velho bêbado. - nois dois começamos a rir.

- que comparação absurda garota! - ela faz beicinho.

- você que não tem imaginação. - Mel revira os olhos.

- Como anda as coisas com seu tio...? Eu te encrenquei também...? - ela para de rir.

- eu sempre estou encrencada. Isso é só um fator a mais. Ele não me bate tanto.

Eu deveria era bater nesse idiota. Dois idiotas a menos.

- um dia eu vou matar ele. - comento sério. Mel me encara triste.

- não deveria matar ninguém. Você não é o seu pai. - ela diz.

- desculpa. - Mel se aproxima. Sinto suas pequenas mãos me agarrem.

Ela me abraça forte. Sempre faz isso quando está triste.

- não seja igual a eles. - ela sussurra contra meu peito.

- somos melhores. - digo.

Deixo um beijo em sua testa e ela me solta.

- vamos até a cabana hoje? Meu tio vai levar os amigos dele lá em casa. Não queria estar presente...sabe como é.

Mel tem um coração bom. Queria ter essa facilidade em perdoar as pessoas.

- eu te busco então.

Após nossos encontros na casa da floresta, começamos a reforma um pouco ela. Virou uma cabana. Tem videogames e lanchinhos. Desde que eu faça o que papai manda ele não reclama.

~

Pedalo até a casa de Melina. Fica um pouco longe mas não me canso. Espero nos fundos, seu tio não gosta muito de mim. Vejo ela acenar pela janela de seu quarto no andar de cima. Sorrio levemente. Demora alguns minutos até ela finalmente aparecer no gramado.

- vamos? - eu pergunto e ela sorri.

- agora! - ela se senta na garupa da bike. E eu começo a pedalar.

A noite a cidade parece mais calma. Talvez seja apenas a companhia de Mel que me dê essa sensação.

- seu tio brigou? - pergunto finalmente.

- nem tanto. - ela dá de ombros.

Estamos quase chegando na floresta mas há um homem a frente. Ele não dos deixa passar.

- olha se não é o herdeiro Neville. - o homem diz.

Saio de cima da bike e pucho Melina para trás de mim. A garota não contradiz. Esse homem me dá calafrios.

- quem é você? - digo sem medo.

Ninguém poderia me assustar mais do que meu pai. Nisso ele acertou.

- não importa. Quem é essa garotinha atrás de você? A Bryon sim? Que ironia do destino! - o homem se aproxima e eu ando para trás junto a Melina.

- vai. Embora. - digo calmamente.

- só quero conversar. Me divertir sabe? - ele sorri, seus dentes amarelos e pontudos.

Esse sorriso diabólico. Eu conheço. Ele não vai embora tenho certeza.

- se você não for embora vou contar ao meu pai! - ladro.

- você não sairá daqui para isso. - o homem avança.

- corre Mel. - grito e a garota me encara perdida. - agora! - mando firmemente.

- não seja tão cavalheiro. Isso não faz parte dos Neville.

O homem me pucha pelos cabelos e eu xingo.

- porra. - ele me joga no chão.

Se eu o enfrentar com os punhos vou perder. Ele é maior. Procuro por uma figura pequena temendo encontrar. Droga, Melina. Você ainda está aqui? O homem segue meu olhar e seus olhos repugnantes encontram os assustados de Mel.

- não encosta nela. - digo ríspido. Me levantando. Ele me ignora pulando encima da garota.

- vai ser rápido Bryon. - ele passa seus dedos sobre o rosto de Melina. Ela começa se debater abaixo dele.

Pensa. Pensa. Pensa.

Lembro do canivete que ganhei do meu pai. Ele está no meu bolso. É isso. O tiro sem pensar muito. A lâmina brilha, antes nunca usada.

Pontos vitais. Artéria. Pescoço.

Lembro das aulas do meu pai. O que acontece a seguir é muito rápido. A faca é cravada no pescoço do desconhecido. Seu corpo caí pro lado. Melina saí de baixo rapidamente com o rosto borrado de lágrimas e sangue. Eu matei alguém.

~

Votem! Bjss.

A moça do necrotério. (Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora