A moça do necrotério. (Revisão)

17

Melina

A garota se levanta. E vem em nossa direção. Ela não parece abalada.

- obrigada. Mesmo que não tenham feito isso por mim. Obrigada. - ela nos dá um aceno de cabeça.

- ele te machucou? - a encaro.

- não. Eu estava sendo paga pra isso, ele só era nojento. - Cristian está ocupado socando a cara de Pablo apesar dele já está morto.

- você pode me ajudar? - sussurro. - eu desejo ir embora.

- Conheço uma saída. - ela me pucha em direção a porta da sala. Saímos sorrateiramente.

- você é uma Bryon mesmo? - ela pergunta olhando em volta.

- bem. Sim? - sorrio nervosa.

- se eu fosse você ficaria aqui. Todos estão procurando um. Eu não sei de muita coisa mas enquanto estiver lá fora ficará em perigo, e você parece ser uma garota legal. - a mulher de olhos de olhos castanhos e pele clara diz.

- eu não sei o que fazer. Eu nem sei porque estão atrás de mim! - coloco a mão sobre o rosto.

- tudo bem. Você pode vir comigo, meu nome é Héstia. -

- Melina. - nós sorrimos.

Ela me leva até o andar de cima da casa. Lá embaixo parece estar tendo outra briga. Ouço mais um tiro e paro de andar.

- se quiser ir embora deve vir agora. Se você voltar talvez eu não possa mais te ajudar. - a garota me dá um olhar solidário.

- certo. Vamos. - caminhamos até uma janela grande a encaro sem entender.

- se você pular vai cair em um arbusto. Isso vai diminuir o empacto. Lá embaixo está cheio de homens eu posso distraí-los darei o sinal. Só que depois disso não posso mais fazer nada. - ela dá a ideia.

- tudo bem. - Hestia pucha a trava da janela que se abre. É alto.

Prendo a respiração. Agora ou nunca. Ando para trás e depois corro. O vento bate em meu cabelo tão rápido quanto meu coração. Caio exatamente como Hestia disse. Os arbustos diminuem o impacto mas meu corpo dói um pouco fico parada tentando me disfarçar. A 6 homens a frente. Alguns minutos depois Hestia aparece e começa a conversar com eles.

- lá dentro está tendo briga. Me ajudem! - ela começa a gritar e eu sorrio diante a encenação.

- não podemos sair do posto senhorita. - um dos guardas diz.

Hestia chora como se fosse real. Me surpreende.

- eles...eles mataram o meu garotão. Estou com tanto medo. - ela alisa o peito do guarda.

- podemos só verificar né? - o homem olha seus companheiros e eles concordam.

Hestia dá uma piscadela em minha direção. É esse o sinal. Corro até a saída do portão. Do lado de fora a vários carros e a frente uma floresta densa. Não tenho opção. Tiro os saltos.

- desculpa. Vocês são perfeitos. - me despeço deles.

Começo a correr floresta a dentro. Cristian está mentindo. Ele está me enganando. A algo que ele não vai me contar. Devo descobrir sozinha então. A luz da lua é minha guia. A muitas árvores e alguns pássaros fazem barulho. Tento não pisar em galhos. Meu cabelo se enrosca em um espinho e eu gemo. Droga. O pucho e continuo a correr.

Tento relembrar o caminho até aqui. Eu estou livre. Pra onde devo ir? Chegar a cidade. Polícia. Devo ir até lá? Não...eu vou acabar sendo pega de novo. Devo ir a estação de ônibus. Ou ligar para Fernando? Ele deve estar me odiando agora. Porra. Sinto um calo no meu pé. Acabei por chutar uma pedra. Faço uma careta de dor. Caindo no chão. A terra se espalha pelo meu rosto.

- merda Melina. Você só tinha uma missão. - sussurro.

- Melina! Qual é...volte aqui. - ouço Cristian gritar logo atrás.

Ele está longe. Se eu correr em silêncio posso conseguir.

- você está descalço. Vai machucar os pés. Prometo não ficar bravo. - ele grita longe. Sua voz saindo abafada.

Me levanto e a abertura do meu vestido está maior, volto a correr em linha reta. Procuro por algo que onde eu possa me esconder. Deve ter algo.

~

Votem! Bjss.