Um Estrangeiro - 01 Capítulo

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O inverno estava próximo. Só faltavam três dias para começar a estação do ano em que o ar gelado e o sol quase inexistente estaria presente. Esse ar gélido prenunciava a chegada de uma nova estação, mas isso não mudava nada na vida de Victoria. Ela amava cada estação do ano, da mais quente à mais fria. Para a morena, cada período tinha seu próprio encanto e beleza.

A jovem enfermeira de cabelos cacheados estava em seu trabalho cuidando dos pacientes, algo que fazia parte de sua rotina diária. Seus cachos estavam em um rabo de cavalo sempre impecavelmente arrumado e balançavam ligeiramente enquanto ela se movia pelos corredores do hospital, seu uniforme azul impecável contrastando com a pele bronzeada. O hospital estava agitado como sempre, com o som de monitores cardíacos, passos apressados e vozes abafadas criando uma sinfonia constante.

Ela estava no meio do turno, atendendo um paciente que havia conquistado seu coração com seu jeito super meigo e engraçado. Seu Jorge, um senhor de cabelos grisalhos e olhos verdes, sempre lhe contava piadas de vó para vê-la sorrir, e hoje não era diferente.

— Como o senhor está se sentindo? — Victoria perguntou com um sorriso acolhedor enquanto olhava o soro.

— Minha filha, a única coisa que estou sentindo é uma coceira triste nessa cirurgia! — respondeu Seu Jorge gesticulando e coçando ao redor do curativo.

Victoria riu suavemente. — É normal, Seu Jorge. É sinal de que está cicatrizando. Só não coce, por favor. Mas qualquer anormalidade na sua cirurgia, volte ao hospital, viu?

— Pode deixar, só virei quando a mocinha estiver aqui para me ver. Quando começa seu turno?

— Eu entro ao meio-dia e saio às dez da noite. Mas pode variar também.

— Ah, bom saber. Você foi tão paciente comigo, me tratou muito bem.

— Que isso, eu faço o que qualquer enfermeiro faria. — disse Victoria tentando ser modesta, embora apreciasse o reconhecimento.

— Faz não, minha filha. Aquela loirinha do turno da noite é uma ignorância terrível! Parece que odeia o próprio trabalho. — A filha do senhor comenta se arrumando na poltrona.

— Verdade, achava que ela ia me engolir. Mulher mal-humorada da moléstia! — concordou Seu Jorge, cruzando os braços.

— Acontece às vezes. Talvez ela não estivesse em um bom dia, mas claro que isso não justifica esse comportamento...

Victoria tentou encontrar uma justificativa para a atitude de Larissa, a enfermeira do turno da noite, mas estava difícil. Afinal, a jovem tinha essa reputação de ser impaciente e até mal educada com os pacientes.

Depois de limpar a cirurgia de Seu Jorge e colocar um novo curativo, Victoria se despediu do paciente e foi ver o seu horário do dia. O hospital estava particularmente agitado, algo comum na vida de um funcionário de um hospital terciário. A agitação fazia parte da rotina desses profissionais, mas naquela manhã o movimento estava mais intenso que o normal. Victoria suspirou olhando para o relógio. Ainda tinha algumas horas antes de sua pausa para o almoço.

Enquanto faltavam algumas horas para bater seu ponto para almoçar, a cacheada continuou seu trabalho que era trocar alguns curativos, dar remédio, mudar pacientes de leito e assim por diante. Quando finalmente chegou a hora de sua hora de almoço, Victoria tirou seu crachá e colocou no bolso, saiu para o restaurante mais próximo ao hospital. Ela precisava de um momento de tranquilidade antes de voltar ao turbilhão de sua rotina.

— Vick!

A morena olhou para trás desconfiada de quem seria aquela voz feminina tão alegre. Quando se virou viu seus três amigos de trabalho.

De Férias Da Fama - Lee Dong-WookOnde histórias criam vida. Descubra agora