. * . *. ☁︎. Quαndo Scott descobre o inconcebível - que Derek secretαmente expαndiu seu bαndo, ele ficα profundαmente perturbαdo. Mαs nαdα poderiα prepαrα-lo pαrα α identidαde desse novo membro, umα revelαçαo que o deixα completαmente desorientαdo...
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Scott dormiu mal naquela noite, virando e revirando-se até altas horas. Não importava o que acontecesse, ele não conseguia se livrar do gosto dos lábios de Isaac, da sensação das suas mãos pressionadas contra as suas bochechas.
E ele não conseguia esquecer a expressão em seu rosto quando interrompeu o beijo.
A situação era tão desconcertante. Ele sentiu como se as paredes de seu quarto estivessem gradualmente se fechando sobre ele, um peso enorme repousando sobre os seus ombros.
Scott não sabia como se sentia. Ele sabia que gostava de Kira, gostava mesmo, e sabia com certeza que ele gostava de garotas. Ele não podia não gostar, depois de tudo que sentiu quando estava com Allison. Ele não gostava de Isaac, gostava? Não podia.
E se eu for... bissexual? Eu sou bissexual?
Scott sentiu-se tão desorientado. Tudo o que ele já havia pensado sobre si mesmo estava agora sendo questionado, e ele não conseguia suportar a confusão de tudo isso.
Antes que pudesse pensar no que estava fazendo, Scott jogou as cobertas para longe e pulou da janela do quarto. Ele nem tinha colocado uma camisa, mas já estava exausto e correndo pelas ruas vazias de Beacon Hills, indo em direção à floresta.
Finalmente ele chegou onde o seu lobo o trouxe. A casa de Derek.
Scott xingou baixinho enquanto se acalmava. Ele deveria ter imaginado que era para lá que o seu instinto mais básico o levaria.
Ele hesitou diante da mansão destruída, um vento frio soprando através das folhas das árvores na noite. Scott então silenciosamente pulou para o telhado e lentamente fez o seu caminho em direção a uma janela nos fundos. Em direção ao quarto de Isaac.
Ele rezou para que Derek não estivesse em casa.
Ao chegar ao painel de vidro que dava para o espaço de vida de Isaac, ele espiou através dele, procurando por qualquer sinal do garoto no escuro. Antes que pudesse entender o que estava acontecendo, ele sentiu uma mão agarrar a gola de sua camisa e puxá-lo pela janela, jogando-o no chão de madeira e tirando-lhe o fôlego.
—Scott?! O que você está fazendo aqui?! Eu pensei que era alguém tentando arrombar ou algo assim!— ele sibilou entre os dentes, lutando para recuperar a sua respiração normal.
Scott correu para o canto do quarto e segurou a cabeça entre as mãos. As suas palavras saíram abafadas enquanto ele falava.
—Desculpe, Isaac. Eu-eu não queria vir aqui. Eu estava apenas correndo e acabei na casa do Derek. Tudo o que eu sabia é que queria ver você—
—Pare, Scott! Cale a boca!—Isaac gritou, passando a mão pelos cachos bagunçados. Ele caiu no chão, abaixando a voz antes de continuar.
—V-você não entende, Scott, entende? Eu tenho uma queda por você há tanto tempo, há anos, e quando finalmente começamos a falar de novo, eu estava tão feliz de ser seu amigo! E sabe de uma coisa? Eu sou gay! Isso não define quem eu sou e não tenho problema em aceitar isso! E eu entendo que você pode não querer se assumir imediatamente para outras pessoas, se você é gay ou bi, ou o que for, mas eu não estou aqui para você apenas experimentar! Eu tenho sentimentos reais, e eu gosto tanto de você que dói...— Os dois garotos, que estavam sentados no chão em lados opostos da sala, olharam um para o outro.
Suavemente, Isaac continuou. —Olha, quando eu te beijei, não foi porque eu estava louco. Não foi porque eu estava saindo do nada. O seu coração estava batendo a mil por hora antes de eu beijar-te, Scott, e eu sei, eu sei, que você teria-me beijado se eu não tivesse. E-e eu ouvi você falando sobre mim para Derek. E eu simplesmente não acho que eu seja o único que se sente assim, não importa o quanto você tente negar.—Com isso, Scott olhou para baixo timidamente, mais uma vez enterrando a cabeça nos braços.
—Por favor, Scott—Agora a voz de Isaac era apenas um sussurro, mas ele sabia que Scott seria capaz de ouvi-lo. —Só diga alguma coisa. Eu não queria atacar, mas eu precisava que você soubesse. Só-só me diga que você sente o mesmo— a sua voz desapareceu no nada.
O silêncio reinou na sala pelo que pareceu uma eternidade. Depois de um tempo, Scott suspirou.
—E-eu sou hétero—Isaac não perdeu o pulo em seu batimento cardíaco.
O coração de Isaac caiu. Ele sabia que Scott estava mentindo para ele, mas isso não mudava nada. Ainda significava que Scott não conseguia se aceitar como ele era, e certamente significava que ele não queria ficar com Isaac, mesmo que tivesse sentimentos por ele.
Silenciosamente, ele levantou-se, cabeça baixa. —Não estou tentando-te expor, Scott. Não estou falando sobre a sua preferência sexual aqui, estou falando sobre sentimentos. Estou falando sobre amor. Tanto faz. Quer saber, fique aqui. Você pode dormir na minha cama se quiser, fique confortável. Eu vou sair.—
Lentamente, Isaac saiu do quarto e desceu as escadas. Ao pisar no chão no final da escada, sentiu uma rajada de vento passar por ele. De repente, Scott estava parado diante dele, com um olhar de preocupação no rosto.
—Sco- —
—Aonde você vai?—Ele parecia preocupado.
—Sair. Não espere acordado. Vejo você na escola.— Isaac tentou passar por ele em direção à porta e foi gentilmente, mas firmemente, empurrado para trás por Scott.
—Você não precisa ir. Eu vou embora.—
Isaac olhou para Scott com imensa tristeza. —Vou sair de qualquer jeito. Preciso de um pouco de ar fresco—
Antes que ele pudesse se mover, Isaac desapareceu e Scott ficou parado na porta. Ele permaneceu parado na varanda escura por alguns minutos, a confusão que o atingira antes onda após onda agora o destruindo. Lentamente, ele voltou para o quarto de Isaac, o cheiro do garoto o dominando tanto que ele desabou na cama, soluços silenciosos sacudindo o seu corpo.
Era como se uma tempestade estivesse rugindo dentro de sua cabeça. Ele não entendia mais nada em que acreditava, enquanto um turbilhão de desorientação o assolava.
Scott ficou ali, enrolado como uma bola na cama de Isaac, até que a sua respiração desacelerou e o seu batimento cardíaco recuperou a sua velocidade normal. Então, ele levantou-se, cambaleando até a janela do quarto, e pulou para fora, pousando em uma rajada de folhas de outono.
Exausto, Scott correu de volta para casa na escuridão.
AN. Desculpe por não atualizar por um tempo, mas estou de volta! Espero que novas partes cheguem em breve! :)
