Damon

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Oie, me pediram pra fazer a reação do Damon e Will e aqui está a do Damon. Achei bem complicado escrever em primeira pessoa, então botei no peito da terceira pessoa.

Não tenho ideia de quando saíra o ponto de vista do Will, porque eu não sei nem por onde começar com ele kk

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Isso não podia ser real.

Damon não conseguia processar, porra. A imagem de Emory morta, a cabeça cheia de remédios e afogada na porra de uma banheira, girava na sua mente como um filme de terror ruim. Como ela teve a coragem de fazer isso? E mais, como ela teve a audácia de fazer isso com eles? Emory Scott, a garota com a língua afiada, que encarava o mundo de frente, agora era só um corpo frio e vazio. Covarde, era o que ela era. Uma puta covarde que optou pelo caminho mais fácil, fugindo da merda toda.

Ele passou as mãos pelos cabelos, cerrando os punhos até os nós dos dedos estalarem. Como ela pôde se matar desse jeito? Engolir um monte de remédios e se afogar como se fosse simples assim? Ela, de todas as pessoas, se rendendo a isso. Ela se entregou ao fim mais covarde que existia. Tomar uns malditos comprimidos e deitar na banheira, esperando que a morte a engolisse. Isso era coisa de quem queria fugir, de quem não aguentava a porra da pressão e decidia dar um basta. Isso, Damon sabia bem, era coisa de covarde.

A lembrança do último encontro deles atravessava sua mente, as palavras cortantes, os olhares cheios de raiva, e agora tudo isso se tornava inútil, sem sentido. Como se todos aqueles momentos entre eles tivessem sido jogados na privada e dado descarga. E por quê? Porque Emory era fraca demais pra continuar vivendo? Ela se foi e deixou uma merda que agora ele teria que encarar. Ele sabia que não poderia consertar tudo, não era seu estilo, mas como diabos Will lidaria com isso? O pobre idiota estava cego de amor por ela, e agora, graças àquela porra de banheira, ele estaria mais destruído do que nunca.

E o pior de tudo? Damon não podia nem se dar ao luxo de sentir pena. Não, ele estava puto. Puto por ela ter fugido. Puto porque ela deixou Will naquela merda. Puto porque, mesmo sem querer, ele se importava. E isso, isso o deixava ainda mais fodido.

Droga, por que ela fez isso? Ele sabia que a vida dela não era fácil, mas merda, a vida de ninguém era. O que ela pensou que estava resolvendo? Nada. Ela só jogou mais merda no ventilador, fez todo mundo ao redor dela sangrar sem nem se importar com o resultado. Como se resolver os problemas dela fosse apagar os deles. O pior de tudo era que ela sabia. Ela sabia o que estava fazendo, sabia o que estava deixando para trás. Ela sabia exatamente o que aquilo faria com Will, e ainda assim, ela foi em frente e fez.

Ele se levantou da cama, o sangue fervendo nas veias. Não era raiva, não era tristeza. Era frustração. Frustração por estar preso nessa maldita situação onde não havia saída. Emory se foi, e ela o deixou com essa porra toda para lidar. Ela sabia que ele não ia correr atrás de Will, não era seu estilo. Mas, merda, ele não podia simplesmente ignorar a situação. Agora, ele precisava pensar em como aquele filho da puta lidaria com isso.

Mas a verdade era uma só: Emory não se importou. Não com ele, não com Will, e muito menos consigo mesma. E agora, ele estava preso tentando encontrar uma forma de consertar a merda que ela deixou. Mesmo sabendo que, no fundo, essa era uma missão perdida.

Ela tinha sido uma covarde, e agora, ele estava sozinho, lidando com as consequências.

Damon suspirou, os pensamentos fervilhando, cada um mais fodido que o outro. Precisava esfriar a cabeça, se concentrar, então foi ao banheiro, empurrando a porta com força. A luz fria refletiu no espelho, destacando as olheiras profundas e a expressão tensa. Ele jogou água no rosto, tentando lavar a merda toda que estava sentindo, mas só conseguiu se sentir ainda mais sujo.

Ergueu o rosto, encarando o próprio reflexo no espelho. A água escorrendo pelo queixo, os olhos fixos nos próprios. Como se ali, naquele reflexo, pudesse encontrar alguma resposta, alguma razão pra tudo aquilo. Mas não havia porra nenhuma ali além de culpa e arrependimento.

O reflexo dele no espelho o encarava de volta, desafiador, como se dissesse que ele sabia que era verdade. Ele se sentia fodido, mas não só por causa de Will. Emory tinha se matado, e tudo que ele conseguia pensar era na porra da dívida que tinha com ela. Ela o ajudou a se livrar daquela vadia da mãe dele, foi a única que teve a coragem de meter o dedo na ferida, de ajudá-lo a se libertar daquela merda toda. Mas e ele? O que ele fez por ela? Nada. Nem uma porra de um dedo ele mexeu pra ajudar Emory a sair do inferno que ela vivia com o irmão.

- Merda. - ele murmurou, apertando os olhos, a água pingando dos fios de cabelo. Ele queria quebrar alguma coisa, sentir a dor física para calar aquela voz maldita na cabeça dele. Mas o que ele podia fazer? Nada traria Emory de volta, e ele sabia que, no fundo, essa culpa o perseguiria para sempre.

Ele se afastou da pia, passando a mão pelo rosto, tentando se livrar da sensação sufocante. Como ele não viu antes? Como ele não percebeu que Emory era importante pra ele? Não como as outras, mas de um jeito diferente. Eles compartilhavam algo que ninguém mais entendia. E agora, com ela morta, isso se tornava claro como a merda do dia. Emory era mais do que ele estava disposto a admitir. Ela era... preciosa. Uma amiga, talvez a única que ele realmente considerava como tal.

E foi assim que ele descobriu, da pior forma possível, que ela era importante pra caralho.

Ele se lembrou das noites em que invadia o quarto dela, sem se importar com o que ela estava fazendo. Ela o xingava, mas no fim, sempre acabavam conversando. Horas de conversa, confidências que ele jamais compartilharia com outra pessoa. Coisas que ele nem sabia que tinha coragem de falar, mas que, com Emory, saíam naturalmente. Era estranho como ela fazia isso parecer fácil, como se o tempo parasse quando estavam juntos. Ela o irritava, o desafiava, mas de um jeito que ele admirava, de um jeito que ele não encontrava em mais ninguém. Ela era real, crua, sem filtros. E agora, ela se foi.

Merda, ele sentia falta dela. Isso era como um soco no estômago, uma porra de uma realização que ele não estava preparado para enfrentar. Emory, com seus olhos desafiadores e sua língua afiada, tinha um espaço no coração dele, e agora, aquele espaço estava vazio pra caralho.

- Desgraçada. - ele sussurrou, encarando o espelho, sentindo a dor da perda, misturada com a raiva, com a culpa, com tudo que ele não conseguia colocar em palavras. - Por que você fez isso? Porra, Emory, por quê?

Mas ele sabia que não haveria resposta. Ela se foi, e levou todas as respostas com ela.

Aquele em que Emory desisteOnde histórias criam vida. Descubra agora