AMIGAS PARA SEMPRE

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Toda menina em seu tempo de escola tem seu grupinho de amigas, comigo não foi diferente, éramos em cinco amigas desde o jardim de infância, eu Kate, Lili, Ashley, July e Briana, estivemos presentes em cada festa de aniversario, em todos os verões onde enlouquecíamos nossas mães que se revezavam para nos proporcionar tardes e passeios memoráveis.

Eu e Lili fomos ainda mais intimas, talvez por sermos filhas únicas e a insistência com que manipulávamos nossas mães para dormirmos uma na casa da outra, o que facilitava muito a vida da minha mãe que me criou sozinha e trabalhava muito para me manter em uma escola particular onde ela se sentia mais segura e podia sonhar com um futuro glorioso para mim, se realizar profissionalmente através da minha carreira a qual ela meticulosamente planejava.

Lili tinha seus pais juntos, mas era como se não tivesse, seu pai ausente talvez devido as viagens de trabalhos ou as diversas amantes que colecionou aos anos que se seguia e que ouvíamos mãe de Lili gritar aos seus ouvidos em quase todas as vezes em que participei de uma noite de jantar ou almoço em que ele também estava, raras vezes em que permanecíamos na casa de Lili ou que éramos designadas de volta a minha casa, onde minha mãe deliciosamente negligenciaria nossa alimentação saudável com pizza ou sorvetes como uma especie de recompensa por termos presenciado adultos falando coisas de adultos e as diversas horas em que ela as vezes passaria falando com mãe de Lili na tentativa de conforta-la por seu esposo ter feito novamente as malas e saído sem dizer para onde ou quando voltaria.

Minha mãe foi mãe solteira, nunca me deixou esquecer do peso que eu havia trazia para sua difícil vida, onde ela teve que abrir mão de talvez um futuro na medicina para se contentar em ser enfermeira, já que engravidou na época do cursinho e teve que optar por um curso técnico ao invés de faculdade, algo que lhe permitisse cuidar de seu bebe ou ao menos pagar a creche para que sobrevivêssemos já que ela foi expulsa de casa assim que meus avós souberam da minha existência.

Quando pequenas so sentimos falta da presença dos nossos avós quando passamos a ter o poder de comparar nossas vidas com nossos amigos, justamente o que acontecia quando estávamos juntos com a familia de Ashley, que não só tinha os pais bem casados, como dois irmãos mais velhos, os avós paternos e maternos, assim como tios e primos, era a melhor festa de natal e dia das crianças, as festas de aniversários da familia de Ashley eram tão grandes que mais pareciam um evento, eles diziam os custos e podiam desfrutar de muitas distrações como area de brinquedos gigantes de plásticos espalhados pelo quintal e ate mesmo lazer para os adultos que acabavam por tentar jogar algum esporte ou ate mesmo andar de jetski, já que os pais de Ashley moravam em uma enorme casa com fundos para um lago enorme e lindo.

Os avós de Ashley eram muito carinhosos conosco, estavam sempre presentes na vida dela, fosse com algo que ela levava para escola como uma blusa da moda ou um tênis de marca, Ashley amava se gabar do amor de seus avós, sempre nos mostrava seu entusiasmos em dizer que estaria com eles ou que eles estariam em sua casa para cuidar dela e seus irmãos para que seus pais pudessem fazer o que fosse, era o tipo de amor genuíno mais doce que eu pude notar, por vezes estávamos brincando e Ashely que sempre foi muito carinho simplesmente corria para abraça-lós ou notava-se os gestos de carinho quando Ashley pedia benção vó, benção vô, e eles respondiam benção filha, nos sentíamos seguras pois ao contrario de quando estávamos sobre vigilância dos pais, eles costumam estará distraídos no celular ou preocupados preparando um churrasco ou limpando a piscina ou em ligação com alguém, ou se esquecem de algo e saem rapidinho para comprar levando-nos juntas no banco de trás do carro, já quando tínhamos por guardiã uma de nossas mães tínhamos a vigilância de cameras e espiadelas pela janelas, que elas nunca param seus afazeres e se o fazem o celular esta na mão e a altura de seus olhos, mas termos como guardiões os avós de Ashley fossem os quatros ou mais recorrentes os avós maternos, era te-lós presentes de fato, ou seus olhares por cima dos óculos ao lerem um livro enquanto apenas se sentavam na varanda e nos cuidavam.

Lili, July e Briana também tinham avós, mas não eram presente na minha vida, nas nossas vidas como os avós de Ashley, eu por sua vez tive apenas seus nomes no trabalho de árvore genética que fizemos na escola, o nome do meu pai na arvore ao lado do nome da minha mãe foi algo em que pensar, mas eu era nova demais para entender a profundidade da disfunção familiar em que eu estava sendo criada, a falta que todos eles, meus avós, meu pai e os pais dele fizeram em minha criação, fui feliz, minha infância foi repleta de muito amor da minha mãe, não seria nada se não fosse ela, mas fico pensando em como poderia ter sido se meus avós enfim, se meu pai tivesse, bom, deixa isso para la.

Em todo ciclo de amizades sempre haverá as mais chegadas, eu era a mais chegada de Lili dada a amizade e parceria de vida de nossas mães, Ashley sempre foi descolada e apesar de nos manter sempre por perto não desprezava outras amizades da turma da escola, ate por que tínhamos poucos alunos na sala de aula o que nos permitiu crescermos todos juntos por muitos anos, privilégios de escola particular, as professoras ate mesmo desmembrava nosso grupinho nos fazendo pondo para socializar ate mesmo com os meninos que era minoria em nossa sala.

July sempre foi uma moleca, suas brincadeiras sempre envolviam esportes e bola, motivos pelo qual não foi surpresa quando iniciou em ginástica e tantos outros esportes ao longo dos nossos anos acadêmicos, July era o máximo, tinha a casa cheio de irmãos e irmãs, usava roupa que dificilmente eram suas, seus pais era um amores, mas eu tinha a impressão de que July se perdia no silêncio da minha casa onde só tínhamos eu e minha mãe, assim como na casa de Lili que quase não tinha a presença a presença de seu pai e ambas não tínhamos irmãos, July se encantava com meu quarto e de Lili, tudo era especialmente feito para nos, no meu caso eu tinha um quarto todo rosa, uma penteadeira com espelho acendia nas bordas a deixando perfeita para sentarmos na minha poltrona de pelinho branco em cima do meu tapete também branco, presente parcelado que minha mãe custou a me dar e teve que fazer muitos plantões para compensar o gasto exorbitante em nosso orçamento.

Sempre que July estava em meu quarto ela nos observava, fingíamos ser adultas, sonhávamos com bailes enquanto penteávamos nossos cabelos e usávamos maquiagens de brinquedos, algumas indicadas para crianças e outras que pegávamos escondidas de minha mãe, July era muito tranquila e alegre, mas preferia sempre brincar do lado de fora da casa onde podia dar suas perueiras e nos convencer a subir em árvores e brincar de pega pega.

Briana era uma princesinha, inteligente, muito dedicadas aos estudos, falava vários idiomas já desde cedo, motivo pelo qual tinha outros amigos e por vezes acabava se afastando um pouco dos nossos momentos de lazer, já que sua lista de atividades extracurriculares eram intermináveis, seus pais eram bem exigentes, mas ela e sempre foi uma criança muito feliz, embora não tivesse a mesma liberdade que nos desfrutávamos a cada oportunidade de uma tarde de sol.

Os anos passam tão rápido quando somos crianças, em um piscar de olhos já estávamos em outra ala da escola cursando os últimos anos, preocupadas com cursinho, carreira, futuro,  o lado bom de ser adolescente é sonhar sem o peso das dificuldades da vida se adulto.

CRISTAISWhere stories live. Discover now