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Pov: Gabriel

Caminho pelas prateleiras altas de madeira rústica da biblioteca, enquanto procurava pelo lugar certo para guardar os livros em minhas mãos, e após uns segundos fico na ponta dos pés esticando meu corpo colocando um dos livros no lugar.

Essa é a biblioteca mais antiga do país, trabalho aqui a cerca de três meses, durante final de semana e durante a semana, trabalho num restaurante.

Foi o melhor trabalho que consegui para que não acabasse me esgotando de tanto trabalhar, tenho um salário rasuavél e posso descontrair um pouco da semana intensiva de trabalho, esse lugar é bem calmo, vem muita pouca gente aqui então eu posso me desligar da minha vida pro algumas horas.

Os livros sempre foram o meu refúgio, eu adoro ler então eu gosto de trabalhar aqui pois tenho acesso a todo o tipo de livro que eu quiser.

Aqui tem de tudo, tem muitos livros antigos mas também tem varios atuais, nesse lugar tem livros para todos os tipos de gosto.

Então tenho uma variedade deles à minha escolha

Caminho até a prateleira do último livro na minha mão vendo um homem alto procurando por um livro na mesma prateleira.

Estico meu corpo após encontrar o lugar certo para colocar o livro, com certa dificuldade pois era um pouco alto, e quando finamente encaixo ele no lugar, após baixar minha mão, sinto algo picar meu dedo.

Resmungo baixo olhando para ele e vejo uma farpa de madeira enfiada no meu dedo indicador.

Levo meu dedo até minha boca, tirando a farpa com os dentes e vejo uma gota de sangue se formar no lugar onde antes estava o pedaço de madeira.

Essas prateleiras são antigas, então não é a primeira vez que acontece isso.

Oque não quer dizer que não doa.

- Você está bem?_ o homem ao meu lado se aproxima e olho para ele dando um sorriso forçado.

- Sim._ respondo ríspido desviando o olhar rapidamente.

- Deixa eu ver._ ele pega a minha mão e franzo levemente o cenho.- Foi só um o cortezinho._ o mesmo pega um lenço preto do bolso do terno da mesma cor.

Ele leva o lenço até o local e aperta levemente o pano contra meu dedo.

Porque eu estou parado olhando ao invés de tirar meu dedo da mão dele?

- Pronto, já parou._ ele diz olhando para mim com um leve sorriso no rosto, e puxo meu dedo de sua mão fria e assinto sorrindo educadamente.

Sua pele era fria e bem clara, ele era alto e usava um terno preto que realçava seu corpo atlético. Seus cabelos eram escuros num corte social, os olhos dele tinham um tom azul claro penetrante e seus lábios eram bem avermelhados, seu rosto também era bem simétrico e proporcional. Não vou mentir, ele tem uma aparência bem atraente.

- O-obrigado._ digo sentindo meu rosto corar e me viro rapidamente saindo dali sentindo seu olhar sobre mim.

- A gente se vê...

[...]

Respiro fundo antes de encaixar a chave na porta, e abro a mesma entrando com a cabeça baixa.

Fecho a porta atrás de mim e caminho rapidamente sustendo a minha respiração, passando pela frente da televisão que Kevin estava sentado no sofá assistindo.

- Hey Gabriel..._ ele chama com a voz embreagada e paro me virando para ele, com meu corpo tremendo, vendo que o lado direito de seu olho estava inchado, e sua narina estava esbranquiçada.

- Sim..?_ respondo olhando para baixo, sem manter contato visual com ele.

- Eu preciso de mais dinheiro._ diz e engulo seco.

- E-eu não tenho, eu dei tudo que tinha na semana passada para pagar o aluguel e a parcela desse mês._ explico.

Ele se levanta vindo até mim e pega no meu cabelo com força, fazendo uma lágrima escorrer pelo meu rosto.

- Você tem a porra de dois trabalhos e ainda assim nunca tem dinheiro? Você é um mentiroso do caralho._ ele diz apertando meu cabelo com força e fecho meus olhos tentando não chorar.- Eu preciso de 500 até quinta feira.

- quinhentos..? Eu não consigo arranjar esse dinheiro todo em cinco dias._ digo e ele solta o meu cabelo dando um suspiro, e logo sinto sua mão bater com força no meu rosto me fazendo cair.

- Eu não perguntei se conseguia ou não, eu falei que quero a grana, seu inútil. Você não está vendo como está meu rosto? Eu falei para eles que conseguiria os 500 até quinta feira então é melhor você arranjar o dinheiro logo._ ele diz com um tom ameaçador, e limpo meus olhos sentindo meu corpo ferver de raiva.

Me levanto com cuidado ainda0 me sentindo tonto.

- E porque você não vai trabalhar para pagar suas dívidas, ao invés de ficar o dia todo cheirando pó?_ digo serrando meus punhos e ele franze o cenho.

- Como é que é?_ sinto um soco forte atingir meu rosto me fazendo cair novamente, me deixando atordoado.- Você perdeu a noção do perigo foi seu viadinho? Eu ainda sou seu pai, eu que te dei a vida seu ingrato do caralho, você tá querendo morrer, é?_ ele grita pegando na gola da minha camisa e levanta o punho para me acertar mais uma vez.

- Então me mata. Aqueles agiotas vão te matar logo depois, porque você não vai conseguir pagar nem um centavo de suas dívidas sem mim._ ele me olha com um ar furioso e dá um riso sarcástico.

- Você tá me testando, é garoto?_ diz com seus olhos cobertos de raiva levando suas mãos até meu pescoço o apertando com força.- Você me deixou assim! Seu imprestável do caralho, você deveria estar morto, eu devia ter te matado quando pude, você só me dá desgostos seu filho da puta._ levo minhas mãos até às suas em desespero, já sem fôlego sentindo uma pressão no meu rosto, enquanto me debatia para que ele me soltasse.

Sinto ele apertar mais ainda meu pescoço fazendo meu corpo ficar estático, e assim que eu estava perdendo minhas força ele me solta.

- Mas para viadinhos como você, eu tenho um remédio melhor do que a morte.

Ele me puxa para cima pela gola da camisa e me levanto com muita dificuldade, pois eu estava fraco, ainda tentando me recuperar.

- Vou te ensinar como os homens gostam que uma putinha como você faça, para você ir se prostituir e não ter mais desculpa para não arranjar a minha grana._ ele me joga no sofá, se aproximando de mim e sinto meu desespero e choro se intensificar.

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