Mais tarde, teria um passeio com meus amigos na praia a noite e acabei convidando Misato para pode-la se distrair após ter tido uma briga com seu namorado, a mesma havia ficado abalada psicologicamente, então, queria ajudá-la de alguma forma para que a deixasse confortável.
Esquecendo um pouco disso, após a escola, comprei alguns DVDs de PlayStation em um brechó — que não estava tão caro — na cidade de Shibuya. Na volta, onde eu pegaria metrô para casa, novamente não tão lotado e sorte a minha não tinha curso. E de novo, pensei na garota, o quão chocante seria ela estar naquele vagão atrás de seu caderno, que por sinal, ainda estava comigo. Minutos depois de pensar nisso, seja qual for o motivo do universo, ela havia entrado no vagão de um jeito apressado, sentando no último acento do outro lado do metrô, de costas para mim. Me apoiei na barra de ferro para que eu pudesse me levantar e conversar com ela ainda chocada com a sua aparição. Porém, uma garota cujo havia duas tranças curtas, óculos redondos com o mesmo uniforme escolar que a moça, havia chamado seu nome e indo em sua direção.
“Emiko.”
Escutei aquilo e mais nada. Meu consciente me fez sentar de volta ao acento, mas ainda de olho na garota, cujo seu nome era Emiko. A mesma parecia assustada com a garota de óculos sentada ao seu lado, com uma aparência fechada e misteriosa ao seu olhar. Não conseguia escutar o assunto delas, já que estavam falando baixo. Creio que, para Emiko, a garota de óculos fosse uma pessoa nova para ela.
Era agora ou nunca, meu corpo travava e não queria se levantar, mas fiz contra a sua vontade. Caminhei em direção as duas moças que estavam sentadas no último acento do vagão, e disse:
— Com licença.
As duas olharam para atrás, a de óculos me encarava com desprezo, por outro lado, Emiko me olhava com brilho nos olhos que surgia naturalmente.
— Me desculpe, mas acho que você perdeu isso ontem, né? — Retirei da minha mochila, o seu pertence perdido
Naruyama tentou dizer um "sim", mas gaguejou no processo enquanto me olhava fixamente sem esboço de reações, apenas com a cara pintada de vermelho. Minhas bochechas ficaram levemente rosadas pela sua vergonha, estendendo o meu braço com o pertence enquanto sentia as trêmulas de suas mãos tentando pegá-lo, — esperando que ela não percebesse que anotei o meu número no final de seu caderno ao chegar em casa —. Não falei mais nada, mas consegui escutar sua voz baixa tentando dizer:
— Muito... Muito obrigado! — Ela desviava o olhar em fração de segundos, ainda com muita vergonha — Eu nem sei o que dizer
Enquanto isso, a garota de óculos resmungava baixo e me olhava com o mesmo rosto da primeira vez.
— Ela está com vergonha, você não percebeu? — Cruzava os braços — Eu espero que não esteja aqui para bajular a garota
Elas namoram? Eu pensei. Não pareciam ser próximas uma da outra, talvez colegas de classe?
— Não! Longe disso — Gaguejei — Eu não a conheço, só queria devolver o caderno dela. Ela esteve aqui ontem.
Fitei meus olhos para a moça envergonhada, que observava as coisas na janela do metrô.
— Eu acho bom mesmo — Dizia com rudeza — Já terminou?
Aquela moça estava desejando a minha morte naquele momento, ou até algo pior. Não senti nada de legal vindo dela, quem parecia querer bajular a menina seria ela, não é?
— Já, terminei sim. Desculpa o incômodo
Eu afasto e volto para o lugar onde sentei, sem dizer mais nada e sem despedi-la. Queria ter tido uma conversa com ela, se não fosse por aquela maldita garota de óculos tentando me expulsar de um local público.
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Música sem poesia.
RomanceDuas jovens no mesmo metrô. Emiko teve seu caderno perdido, e Asuka o encontrou jogado no chão e leva o caderno consigo, atrás da garota que perdeu o seu pertence. • Personagens originais e de minha autoria. Aborda assuntos delicados que podem gerar...