Capítulo 1

30 2 0
                                    

A notícia do casamento entre Aegon e Helaena Targaryen não era novidade, era o esperado diante de todas as desavenças entre a Rainha Alicent e a Princesa Rhaenyra, já que essa anteriormente havia oferecido a união entre seu filho Jacaerys com a Princesa Helaena, obviamente negado.

Aegon era um jovem de vinte anos desajeitado e sem muita opinião própria, com seus vícios entre álcool e mulheres, sua irmã mais jovem e sua noiva era mais reservada, tímida, se distraindo facilmente com os animais que encontrava na corte e às vezes com seu irmão mais novo Aemond, ele lhe dava mais intenção.

O casamento fora celebrado no Castelo, seu pai o Rey Viserys I foi quem os abençoou, não foi como um casamento originalmente valiriano, algo que foi pouco insistido pelo Rei e totalmente arquitetado pela rainha e o avô de ambos noivos, Otto HighTower, Mão do rei. A família estava inteira na cerimónia, Daemon e Laena haviam vindo de longe, Rhaenyra e Leanor com seus filhos.

Não foi nada emocionante, a festa estava na metade quando Aegon já se encontrava tremendamente bêbado e Helaena entediada, Aemond no canto da mesa observando os dois atentamente, seu desdém pelo irmão mais velho era evidente, sentia vergonha por Aegon, não conseguia nunca manter a compostura, e no fundo sentia pena de Helaena, já que como havia dito a muitos anos atrás, se estivesse no lugar de Aegon tudo seria completamente diferente.

_Você já sabe como as coisas são, quando Aegon lhe chamar você deve ir até o quarto dele, vocês terão filhos e o resto continuará igual. Não deve se preocupar com mais nada._ Alicent dizia isso a sua filha enquanto a colocava na cama igual como se ela fosse uma criança, apalpando as almofadas, a garota por outro lado parecia menos ansiosa que a mãe.

_Ele estava muito mal?_ Perguntou a jovem, se referindo ao seu irmão, ou melhor, marido. Ouviu um suspiro longo de sua mãe.

_Bom, como imaginado ele foi carregado até o próprio quarto, seu avô deve estar cuidando dele agora e Aemond._ Alicent se levantou, ainda acariciando o rosto da jovem, colocando uma das mechas brancas de cabelo atrás da orelha.

_O vovô deve estar no mínimo o repreendendo, acho que cuidar é uma palavra muito forte._ Ela tinha um sorriso divertido nos lábios, gostava de seu avô e sabia exatamente do que ele era capaz.

_Durma. Foi um dia muito longo, até amanhã._ Se despediu com um beijo e saiu do quarto, Alicent caminhou até o quarto de Aegon encontrando seu Criston na porta e dali mesmo se podia ouvir seu pai, Otto gritando com o jovem que não respondia.

Dentro do quarto, como imaginado por Helaena, seu irmão estava quase desmaiado sobre a cama, com a cabeça para fora da cama, prestes a vomitar em uma bacia, seu avô jogava água em sua nuca ao mesmo tempo que Aemond segurava a cabeça de Aegon para que não tombasse.

_Isso é vergonhoso, é a primeira noite e ele está aqui colocando as tripas pra fora, pensei que minha conversa antes do casamento tivesse algum efeito._ Otto acendia mais velas iluminando todo o quarto.

_Você o subestima avô, colocava muita expectativa._ Aemond o soltou quando percebeu que ele adormeceu e acompanhou seu avô até a sacada, o senhor batia os dedos no mármore e levantava uma das sobrancelhas.

_Você terá que garantir que ao menos um filho ele consiga, e que ele não seja um monstro com Helaena._ Otto olhava para longe.

_Ele não faria isso, ela não é uma estranha._ Aemond sabia, seu avô e todos como Aegon era inapropriado, A casa dos prazeres era um dos seus lugares favoritos e nem sempre era necessario uma mulher de lá para que ele pudesse se satisfazer.

Se todos tivessem imaginado como aquele casamento seria desastroso, Aegon nem ao menos se esforçou nos dias seguintes, manteve sua vida normalmente, nos bares com seus amigos, com jogos, Helaena continuava exatamente igual, passava as tardes nos jardins, com suas amigas, conversando com sua mãe e Aemond quando ele aparecia, não tinha visto seu marido por uma semana inteira, ela não estava o evitando ao contrário de Aegon.

Na realidade ele estava desesperado, sempre soube que se casaria com sua irmã mas agora que finalmente aconteceu, não conseguia nem mesmo a olhar, de fato era muito bonita mas era estranha, embora brincassem as vezes e ela sempre ria de suas piadas e como sempre tinha uma resposta para suas provocações, imaginando ter um filho com ela era irreal. Evitava também sua mãe, seu pai, e mais do que todos seu avô, esse praticamente colocaria uma faca em seu pescoço e o obrigaria a dormir com ela se pudesse.

Já tinha se passado uma semana, era tarde da noite, tinha bebido o suficiente quando chamou uma das criadas.

_Chame Helaena._ Falou para ela pela fresta da porta, a criada se dirigiu até o quarto da princesa, ela já estava pronta para se deitar quando entrou no quarto.

_ O Príncipe Aegon a está chamando Princesa._ Ela dizia pegando uma dos hoby e colocando ao redor do corpo de Helaena que não disse absolutamente nada.

Aegon View.

Minha visão já estava embaçada, tinha o cálice na minha mão, já tinha secado suas garrafas de vinho, já tinha adiado demais aquilo e quanto mais o tempo passava sabia que a bronca seria ainda maior. Quando a vi entrar no quarto, ela usava um hoby azul escuro, os cabelos soltos e longos até a metade das costas, aqueles olhos, era como se ela pudesse ver todas as minhas vergonhas e isso me deixava irado.

_Pega._ Enchi um dos cálices para ela, que se aproximou lentamente e o pegou, mas não o levou até os lábios, ela continuava me encarando, e isso me deixava tonto. _Para de me encarar._

_Você não consegue!_ Ela disse largando o cálice na mesa, isso me enfurece. _Está muito bêbado._

_Você não sabe as coisas que eu consigo fazer quando estou bêbado. Deve estar amando tudo isso, não tendo que fazer o trabalho sujo._ Disse caminhando até a cama, me sentando e tomando todo o vinho de uma vez.

_Só estou fazendo o que me mandam, não sou diferente de você._ Ela se sentou ao meu lado, mais perto do que de costume, e se aproximou, eu não consegui me mexer e senti a mão dela sobre minha coxa e seus lábios finos e macios na minha bochecha, pelos deuses, meu coração bateu de uma forma tão violenta, virei meu rosto e me levantei. _Eu estou tentando, nossa mãe ainda não perguntou nada, ainda...O que acha que eles iram dizer a você?_

_Isso não é problema seu._ Disse indo até o vinho mais uma vez.

_Acho que ainda não entendeu, infelizmente agora todos os seus atos caem sobre mim, mais do que antes._ Ela se levantou e se dirigiu para a porta, não consegui responder e o som da porta batendo me fez olhar para baixo.

_Que merda._ Eu não conseguia ficar de pau duro a dias, não sabia se era o vinho, o que normalmente não me prejudicava em nada, ou o nervosismo, já tinha fodido tantas mulheres antes, por que agora?

Interlude - Aegon, Helaena, Aemond - hotdOnde histórias criam vida. Descubra agora